9 gestos e atitudes ocorridos na tragédia que comprovam a união e resiliência dos petropolitanos
Neste 16 de março, um mês após as chuvas, honramos os petropolitanos que constroem Petrópolis com sua união e doação ao próximo
Uma cidade é reflexo das pessoas que a habitam. Na data em que Petrópolis completa 179 anos – apenas um dia depois da tragédia no município ocupar um mês – reunimos alguns gestos e atitudes que comprovam a união e a capacidade de resiliência dos petropolitanos. Afinal, são eles que a constroem e reerguem dia após dia.
Foto: Reprodução/Instagram @landau
1- A preocupação com o outro
Uma das histórias que mais marcaram os petropolitanos foi a do Gabriel – passageiro de um dos ônibus da Coronel Veiga – cujo pai, Leandro, não cessou até encontrá-lo. Mais ainda, foi a preocupação de Leandro em evitar que situações semelhantes aconteçam com outras famílias que emociona e inspira os petropolitanos. Ele anunciou a criação do Instituto Gabriel Vila Real da Rocha para cobrar medidas e evitar novas tragédias na Coronel Veiga e se tornou, junto do filho, exemplo de empatia e força.
Gabriel ao lado do pai Leandro / Foto: Arquivo Pessoal
2- A doação ao próximo
Não é preciso ir longe para encontrar exemplos de petropolitanos que não mediram força ou energia na doação ao próximo. Foram horas a fio na busca por sobreviventes e de trabalho voluntário nos pontos de abrigo e projetos. Na Sou Petrópolis, conversamos com voluntários da ONG SOSerra e a resposta foi unânime: é a vontade em ajudar que criou e continua a criar uma força-tarefa capaz de chegar a lugares antes inimagináveis e de multiplicar o bem a quem, realmente, precisa.
Fotos: Arquivo/Sou Petrópolis
3- A mobilização para encontrar maneiras eficazes de ajudar
Um dos projetos divulgados recentemente pela Sou Petrópolis tem feito a diferença na vida de muitos. Intitulada Teto Para Todos, a iniciativa surgiu da motivação de ajudar e, sobretudo, dar dignidade às vítimas das chuvas a partir da obtenção de novos lares, móveis e eletrodomésticos. Construído a partir da mobilização de profissionais da área de planejamento de eventos, o projeto prova que qualquer um pode amparar quem precisa e, por que não, transformar a história de alguém.
Saiba mais: Teto Para Todos: projeto ajuda a reerguer famílias com doações de móveis e eletrodomésticos
Foto: Divulgação
4- A união em prol da diferença
Nos dias que sucederam a tragédia, circularam nas redes sociais dezenas de restaurantes que fizeram de suas cozinhas o ponto de partida para o sustento de quem esteve na linha de frente da tragédia: tanto voluntários, que atuaram nas buscas em escombros, quanto famílias em abrigos. Na 13 de Maio, 3 estabelecimentos, inclusive, se uniram para potencializar sua produção e, com isso, ajudar ainda mais pessoas. São gestos assim que nos trazem esperança por dias melhores.
Fotos: Reprodução Internet
5- A determinação
Ainda hoje circulam entre os petropolitanos relatos de quem testemunhou salvamentos no Centro. Verdadeiros atos de coragem, os gestos emocionam e revelam a determinação e o compromisso dos moradores em fazer o possível e o impossível pelo outro. Uma dessas histórias é a do cabeleireiro Fabricio Guerra, que no dia da inundação foi o responsável por salvar ao menos quatro vidas. Ele teve a casa atingida por uma barreira e, ainda assim, se dividiu por dias entre a limpeza do imóvel e a busca por sobreviventes no Morro da Oficina.
Fotos: Reprodução/Instagram @anacletoangelo
6- A entrega
Uma das mais belas uniões surgidas a partir da tragédia foi, de longe, a dos motoboys e motociclistas. Vindos de todos os bairros e até de fora do município, eles deram um show de solidariedade. Sem hora para voltar para casa, eles se entregaram por completo à missão de prestar ajuda em um momento em que muitas localidades mal conseguiam ser acessadas, tamanha a destruição. Heróis anônimos, eles foram fundamentais para amparar famílias e comunidades.
Saiba mais: Heróis anônimos, motoboys e motociclistas têm trabalho em Petrópolis reconhecido na cidade e fora dela
Foto: Divulgação/Beatriz Cortacio
7- A fé
Manter a fé em momentos difíceis é imprescindível para reunir forças suficientes para continuar e, no município, um exemplo disso foi o petropolitano que, mesmo após três dias de buscas, conseguiu encontrar seu cãozinho com vida nos escombros. Em imagens do resgate, é possível ouvi-lo dizer que tinha a certeza de que o animal estava vivo. Emocionante, o reencontro dos dois forneceu a muitos o combustível necessário para continuar a acompanhar as notícias por ter comprovado que a fé, realmente, move montanhas.
Recorde: Após três dias de buscas, cãozinho soterrado em Petrópolis é encontrado com vida nos escombros
Foto: Reprodução/Internet
8- A resiliência
Não tem sido fácil para eles. Após dois anos de pandemia, os comerciantes petropolitanos ainda tiveram que enfrentar a maior tragédia da história do município, o que lhes causou a perda de mercadorias e, em muitos casos, uma série de danos à estrutura dos locais. Ainda assim, um mês após o ocorrido grande parte dos estabelecimentos já reabriram. Muitos criaram vaquinhas e campanhas de incentivo às compras. Confira, abaixo, alguns empreendimentos impactados diretamente pelas chuvas e que contam com o apoio do público:
16 lojas atingidas pela enchente que precisam de ajuda para se reerguer
Fotos: Divulgação – Arquivo/Sou Petrópolis
9- Ser capaz de se reerguer, sem esquecer do que aconteceu
Nesta terça (15), a Praça da Águia, no Centro, foi sede de um ato em homenagem às 233 vidas perdidas na tragédia do dia 15 de fevereiro. Além da disposição de 233 cruzes no gramado, cada uma representando uma vítima, também foram prestados 233 segundos de silêncio em referência a elas. O ato contou com a presença de alguns dos familiares das vítimas e, como parte da cerimônia, foram acendidas velas. Emocionante e impactante, o evento revelou a possibilidade de se reerguer, sem esquecer do que aconteceu.
Foto: Arquivo/Sou Petrópolis
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