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Parentes de desaparecidos dos ônibus cobram ajuda de órgãos oficiais para continuar buscas: ‘Não podem ser esquecidos’

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Parentes de desaparecidos dos ônibus cobram ajuda de órgãos oficiais para continuar buscas: ‘Não podem ser esquecidos’

Não encontrar os corpos dos três desaparecidos tem tornado cada dia mais angustiante para as famílias

Parentes das vítimas dos ônibus que foram arrastados para o rio no dia da tragédia em Petrópolis estão cobrando ajuda de órgãos oficiais para continuar as buscas pelos três desaparecidos nos rios da cidade.

Foto: Divulgação

As famílias de Pedro Henrique Braga Gomes da Silva, de 8 anos; Heitor Carlos dos Santos, de 61 e Antônio Carlos dos Santos, de 56, seguem nas buscas há 23 dias. O fato de não encontrar os corpos e poder fazer um sepultamento digno tem tornado cada dia mais angustiante para essas famílias.

“Eu não consigo dormir mais, eu não consigo trabalhar direito, é o tempo inteiro pensando nisso”, diz Nathan Gomes da Silva, tio do Pedro Henrique, acrescentando que: “Eles não podem ser esquecidos”.

Imagem mostra Pedro Henrique em cima do ônibus/ Foto: Divulgação

Leandro da Rocha, pai do Gabriel que também foi vítima do acidente, está à frente das buscas pelos desaparecidos. Ele conta que nesta semana teve reunião com o prefeito Rubens Bomtempo e também com o Corpo de Bombeiros, que se disponibilizaram a ajudar com efetivo e equipamentos, como drones.

Leandro continua buscas por desaparecidos / Foto: Divulgação

“A Prefeitura colocou toda a guarda civil à disposição para as buscas e já entrou em contato com o CBMERJ para termos acompanhamento deles que são mais preparados. Tivemos também no quartel dos bombeiros e eles vão disponibilizar a infraestrutura que precisamos”, disse.

Mapeamento e planejamento

Segundo Leandro, está sendo feito um planejamento das buscas, com mapeamento de pontos onde os corpos podem estar, como bancos de areia e remansos. Além disso, as equipes de buscas serão divididas ao longo do trajeto do rio.

Voluntários fazendo buscas nos rios da Posse/ Foto: Aline Rickly

“O importante é vistoriar o rio inteiro, usando drones e botes. E para isso precisamos de mais pessoas. Não estávamos vendo mais bombeiros no rio e vi que tínhamos que fazer alguma coisa. Eles [os corpos das vítimas] estão em algum lugar e têm que ser achados”, diz Leandro, afirmando que está mais esperançoso após as reuniões desta semana.

Após todo esse período percorrendo o rio, ele explica que existem muitas áreas com cachoeiras e pedras, que são de difícil acesso, o que faz com que a atuação do drone seja fundamental.

“Em algumas partes dá para descer com botes e vamos fazer isso. Estou com um bote aqui. O passar do tempo é o nosso maior inimigo então não podemos parar”, destaca.

Busca incansável

Desde o dia 15 de fevereiro, Leandro não parou as buscas. Primeiro pelo filho Gabriel, cujo corpo foi identificado no Instituto Médico Legal (IML) no dia 24 de fevereiro. Depois disso, ele se sentiu na obrigação de ajudar os parentes das outras vítimas para que não houvesse uma desmobilização nas buscas.

Foto: Divulgação

“O foco principal é encontrar essas pessoas. Sei a dor que é procurar um filho e tomei essa dor de todos os outros parentes para mim, como se fossem meus filhos também. E sei que não posso parar. Desde o dia da tragédia não tenho sossego, paz. Sinto que tenho que fazer mais do que o máximo porque essas pessoas não merecem ficar dentro do rio. Os familiares estão sofrendo. É muito triste ter um ente seu… Saber que está dentro do rio jogado em algum lugar e não ser encontrado. Isso não pode ficar assim”, afirma.

O pai do Gabriel faz ainda um apelo para que todas as pessoas continuem ajudando com medidas simples, como olhar para os rios quando estiverem passando por perto.

Já quem quiser se voluntariar para participar das buscas, basta acessar este link!

Mobilização

A imagem que mostra os passageiros dos ônibus tentando se salvar viralizou na internet, comovendo pessoas de diversos estados e países.

As buscas já contaram com moradores de outras cidades como Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Niterói e até de outros estados, como São Paulo.

Nota Prefeitura

A Prefeitura disse à Sou Petrópolis que está prestando toda assistência às famílias vítimas da chuva.

Em relação ao apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) nas buscas pelos desaparecidos, o município informou que o suporte tem ocorrido com os cães farejadores.

Além disso, a GCM afirma que também já fez contato e interlocução com instituições (de fora do Rio de Janeiro) que ajudaram nas buscas para retornarem à cidade e auxiliarem na procura dessas quatro vítimas desaparecidas.

Além das três pessoas que estavam nos ônibus, a busca por uma vítima atingida por deslizamento no Morro da Oficina também continua. Ao todo, 233 pessoas morreram vítimas do temporal do dia 15 de fevereiro na cidade.

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