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Vídeo de petropolitano que se arriscou na correnteza para salvar motoristas ilhados no Centro comove internautas

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Vídeo de petropolitano que se arriscou na correnteza para salvar motoristas ilhados no Centro comove internautas

Não tem essa de vou ou não vou. É ‘eu vou’, diz Fabrício

As imagens comovem e trazem esperança em meio a um período de tanto sofrimento em Petrópolis. No que deveria ser apenas mais um dia de trabalho, em instantes o petropolitano Fabrício Guerra da Cruz, de 32 anos, foi de um desconhecido ao responsável por levar vida novamente a quem ficou ilhado no Centro. Cabeleireiro em um salão na altura do antigo Cinema Petrópolis, na Rua do Imperador, ele esteve envolvido no salvamento de motoristas que tiveram os veículos cobertos pela água e de lojistas do Conjunto Comercial Marchese que se viram presos dentro dos estabelecimentos. Na internet, momentos do resgate têm repercutido e emocionado petropolitanos.

“Ajudei a resgatar três caras ali no caminhão. Em um momento a água trouxe um corpo de uma menina novinha que ficou presa na corda que a gente estava usando para ajudar as pessoas. Eu tenho 1,81 e a água estava batendo no meu queixo. A Praça Dom Pedro era um mar d’água”, relata Fabrício. Determinado a salvar as vidas que estavam em risco, ele conta que em momento algum pensou duas vezes antes de promover os resgates. Frente a um cenário devastador e uma correnteza assustadora, o petropolitano, ainda assim, se arriscou para salvar quem estava ilhado.

Fotos: Reprodução/Instagram @anacletoangelo

“Não tem essa de vou ou não vou. É ‘eu vou’. A vida de ninguém é mais importante que a nossa. Somos todos iguais”. Assustado pela força da água e pelo rastro de destruição deixado por ela, Fabrício recorda os momentos de tensão da tarde de terça-feira (15). Chegando a ser atingido por destroços, comportas contra enchentes e um banco de madeira que se desprendeu da Rua 16 de Março, ele ainda auxiliou um homem que, na tentativa de prestar socorro a quem estava no Conjunto Comercial Marchese, foi quase carregado pela correnteza.

“Ele estava vindo do prédio do outro lado para ver se ajudava, mas a correnteza já estava o levando. Tive que me segurar em uma árvore para puxar ele”. No Marchese, o cenário também foi de medo. Segundo Fabrício, havia lojistas presos nos estabelecimentos tomados pela água. “Lá dentro a água já tinha subido. Levou tudo. A gente estava trabalhando com água no peito. Minha moto estava coberta na Praça Dom Pedro”. De volta ao Morin, onde mora, o petropolitano ainda descobriu que sua casa havia sido atingida por uma barreira.

Felizmente sem feridos na família, Fabrício não parou de trabalhar e ajudar desde que Petrópolis foi devastada pelo temporal. Na manhã seguinte à tragédia ele atuou na limpeza de seu imóvel e, à tarde, contribuiu com os resgates no Morro da Oficina. Em seguida, foi a pé do Alto da Serra à Mosela para passar a noite na casa de sua namorada. Hoje (17), foi dia de voltar à sua casa para, novamente, se dirigir à área onde mais de 80 residências foram arrastadas pelas fortes chuvas.

“Não pensa muito não. A gente tem que ajudar quem está precisando, sem pensar a quem e vamos embora. A sua vida não pode ser melhor do que a de ninguém nunca. Eu estou no limite da minha exaustão, mas vou lá ajudar”, conclui Fabrício que, muito além do sobrenome Guerra, tem nele a força, empatia e determinação necessários para enfrentar os embates que a vida, vez ou outra, traz. Aqueles que puderem o ajudar a reconstruir parte da casa atingida pela barreira podem fazer suas contribuições pelo PIX de CPF 134.161.247-31.

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