Hospital Unimed afirma não ter mais vagas e MPs pedem à Justiça para que prefeitura retroceda medidas de flexibilização
MPs pedem fechamento de bares, igrejas, cinemas, eventos e atividades que gerem aglomeração até que os cálculos apontem risco de contágio baixo da Covid-19
A atual situação das redes de saúde privadas em Petrópolis acendeu um alerta para toda a população na manhã desta quinta-feira (17). Embora a prefeitura divulgue que ainda há leitos no SUS para internações de pacientes da Covid-19 e tenha informado que vai abrir 37 novos leitos – sem data divulgada –, os Ministérios Públicos Federal e Estadual estão cobrando da Justiça para que determine que o município retroceda nas medidas de flexibilização.
Foto Divulgação
Um dado ainda mais alarmante foi o fato de o diretor-presidente da Unimed Petrópolis, Rafael Gomes de Castro, ter informado na noite de quarta-feira (16) que não há mais vagas para internação no Hospital Unimed para nenhum tipo de comorbidade, ou seja, não apenas pacientes da Covid-19.
“O Hospital Unimed está colapsado nesse momento. Nós não temos mais vagas para atendimento em enfermaria ou em UTI para pacientes Covid-19. Também não tenho mais vagas para pacientes UTI geral. Estamos programando em 24 horas abrir leitos específicos para assistência com Covid dentro do nosso centro cirúrgico”.
Rafael Gomes de Castro publicou um vídeo informando que a Unimed Petrópolis entrou em colapso – Foto Reprodução Internet
Para Rafael, a situação é absolutamente caótica. E ele afirma que espera que o colapso seja temporário. “Estamos na luta. O negócio tá sério. O negócio tá grave”.
O Hospital SMH – Beneficência Portuguesa também informou, via assessoria de imprensa, que está com 100% das vagas para Covid-19 ocupadas nesta quinta.
Já o Hospital Santa Teresa, também referência na cidade, disse, por meio da assessoria, que a unidade está com 9 pacientes com confirmação de Covid-19 internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e 52 em unidade aberta, sendo 47 já confirmados e cinco casos sendo rastreados, nesta quinta.
Questionado, o hospital não respondeu sobre a ocupação em leitos normais e nem se houve aumento na ocupação de leitos de Covid-19 na última semana.
Na semana passada o Ministério Público Federal já havia pedido à Justiça para determinar o fechamento de atividades que geram aglomeração na cidade.
Na segunda-feira, a Justiça determinou que a Prefeitura apresentasse em 48 horas, em juízo, uma série de documentos solicitados pela procuradora da República Vanessa Seguezzi e pela promotora de Justiça, Vanessa Katz, sobre a situação da Covid-19.
A Justiça determinou ainda que sejam disponibilizadas informações atualizadas sobre o número de leitos disponíveis nos hospitais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre leitos clínicos e de UTIs.
Já a nova petição foi protocolada pelos Ministérios Público e Estadual na noite de quarta (16), após o painel de monitoramento da Covid-19, abastecido pela Prefeitura, sair do ar.
A Sou Petrópolis entrou em contato com a Prefeitura informando a situação apresentada pelos hospitais da rede privada e buscando mais informações sobre ocupações no SUS e medidas que serão tomadas, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
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