[Nome das Ruas] Conheça a história por trás do nome da Rua Manoel Torres, no Bingen
Até 1920, a região não era nem mesmo habitável. Hoje nome faz homenagem a primeiros moradores da localidade
Por Cristiane Manzini sob supervisão de Luísa Abreu
Nem só de personagens ilustres são chamadas as ruas de Petrópolis. Há muitas delas que sequer sabemos a razão do nome. Este é o caso da Rua Manoel Torres. Ela é tão significativa para o Bingen que ultrapassa os próprios limites e, muitas vezes, os moradores se referem a ela como uma região. Há, inclusive, registro de documento na Câmara dos Vereadores referindo-se à rua como bairro.
Fotos: Reprodução/Internet – Google Maps
Nomes de Ruas
Toda cidade traz nas ruas o nome de pessoas que ajudaram a construir a história do município. Pessoas importantes, notáveis ou simples moradores do lugar servem como inspiração para nomear os caminhos que vão surgindo.
Em Petrópolis esta situação não é diferente. A cidade carrega no próprio DNA uma infinidade de memórias, muitas delas que se confundem com a história do Brasil, mas também traz nos registros cidadãos comuns que contribuíram para a cidade que conhecemos.
Segundo documentos encontrados no Arquivo Histórico de Petrópolis, no registro de Álvaro Zanatta, “Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis”, a Rua Manoel Torres recebeu este nome somente a partir de 1949.
Fotos: Reprodução/Internet – Google Maps
A região
Até o início do século XX, a região onde hoje se encontra a Rua Manoel Torres era apenas mata e brejo. “Não passava de um brejal, impróprio para que se estabelecessem moradores”, explica Álvaro no documento.
Algumas poucas casas existiam por entre as árvores, nas partes mais altas. Em meados de 1940 a União comprou as terras do entorno para construir o quartel de Petrópolis. Parte do terreno, incluindo o brejo, foi aterrada para receber as casas dos militares que residiriam no local.
A partir daí outras residências foram surgindo e até hoje é difícil separar as áreas da Vila dos Sargentos e das ruas Manoel Torres e Alice Hervê, pois é comum associarem tudo ao logradouro Manoel Torres.
Fotos: Reprodução/Internet – Google Maps
Quem foi Manoel Torres?
Em seu estudo, Álvaro Zanatta conta que até os anos 1920, aproximadamente, havia apenas dois proprietários na rua que ligava a vila dos Sargentos à Rua Bingen: o Sr. Manoel Torres e sua esposa Philipina Sixel Torres, e o Sr. Manuel Moreira e sua esposa Hermelinda Torres Moreira.
Os casais eram cunhados e o estreito caminho (picada) onde se encontravam suas casas ia até o local conhecido atualmente como Bairro Presidência, próximo ao Valparaíso. “Esta picada passou, desde o início do século XX, a ser conhecida como Caminho dos Torres”, demonstra o registro.
A mudança para o nome atual aconteceu apenas em 1949, por deliberação da Câmara dos Vereadores, mas a grafia apresenta formatos diferentes, como é bastante comum quando consideramos os poucos registros escritos de outras épocas. Há quem escreva Manuel, ao invés do mais comum Manoel, e Torres com ou sem acento.
Foto Reprodução site PMP
A rua
Muita gente confunde o caminho da Rua Manoel Torres, incluindo em seu trajeto o que, na verdade, equivale à Rua Alice Hervê. Desde quando ainda era apenas o Caminho dos Torres, ela já percorria o mesmo espaço. A rua se inicia na ponte usada para retorno após a saída da Rua Coronel Duarte da Silveira. Segue em frente na ladeira estreita ao lado do posto de gasolina e, após a descida, continua à esquerda até a esquina da entrada da Vila Militar. A partir desse ponto, a rua muda de nome e passa a se chamar Rua do Expedicionário.
Fotos: Reprodução/Internet – Google Maps
À direita da descida fica a rua Alice Hervê, onde encontramos a empresa GE Celma. No lugar da atual distribuidora de gás, antigamente localizava-se um campo de futebol em que jogava o time Tuiuti, que recebia vários espectadores durante as partidas de domingo.
Apesar de ser uma rua pequena e estreita, boa parte dela recebe transporte público e serve de ligação para outras duas ruas que vão até as vias principais do bairro.
Na Rua Manoel Torres ainda encontra-se a Capela da Imaculada Conceição, que pertence à Paróquia de Santa Rita de Cássia, no Bairro Castrioto, e a Escola Municipal CEI – A Sementeira, além de várias casas, lojas, condomínios residenciais e galpões.
Fotos: Reprodução/Internet
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