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Mulheres de Petrópolis: conheça Sol, petropolitana que vem transformando a realidade do Duarte da Silveira

Mulheres de Petrópolis

Mulheres de Petrópolis: conheça Sol, petropolitana que vem transformando a realidade do Duarte da Silveira

Solimar Fidelis dos Santos tem um programa na televisão e é a fundadora da Ampla Visão, ONG que atua com diversas ações sociais em Petrópolis

Solimar Fidelis dos Santos, mais conhecida como Tia Sol, é uma petropolitana de 54 anos que vem fazendo a mudança no Duarte da Silveira, bairro onde nasceu, e em toda a cidade. Fundadora do Instituto Beneficente Ampla Visão, Sol atua em diversas frentes, levando oportunidade para crianças, jovens e adultos em vulnerabilidade social.

Foto: Divulgação

Superação

Exemplo de superação, Sol foi abandonada pela mãe muito nova e precisou ir para um colégio interno com suas irmãs, onde viveu por sete anos de sua vida. Aos 13 anos, o espaço fechou e ela teve de seguir em frente. Atualmente com três filhos, a vida nunca foi fácil para a petropolitana e a família, que, felizmente, conseguiram dar a volta por cima.

“Ser criada sem mãe e pai é muito difícil. A gente cresce sem princípios, saberes, emoções, carinho, nada. Crescemos vazios e acabamos tendo que preencher de alguma forma. Eu e minha família passamos muita necessidade e, mesmo nessa falta, eu sentia que precisava fazer algo pelos outros. Quando passei a fazer ações para crianças e adolescentes, aquele vazio que eu sentia começou a ser preenchido”, declara.

Foto: Divulgação

Ação

Com a ajuda de doações, Sol realizava festas de Dia das Crianças e Natal na Duarte da Silveira. Na época, a família da petropolitana morava em uma casa pequena e humilde, o que causava certa confusão em que via seus projetos. “As pessoas ficavam olhando e um dia uma amiga me questinou sobre como eu queria ajudar os outros se, na verdade, eu é quem precisava ser ajudada. A resposta é que eu sentia que deveria ajudar”, conta.

Com o tempo, a benfeitora sentiu que só as festas não eram o suficiente e que sua comunidade necessitava de mais. “Sempre fui muito envolvida com arte, cultura e dança. Senti que tinha que colocar aulas de balé na comunidade”.

Foto: Divulgação

Ela então conversou com uma pessoa que a ajudou a montar e comprar tudo o que era necessário. Hoje, a Ampla Visão conta com, além das aulas de balé, banda marcial, cooperativa de mulheres com oficina de costura, biblioteca comunitária, festas em datas comemorativas como Páscoa, Dia das Crianças e Natal e estão iniciando um projeto chamado “Caça Talentos”, onde a ideia é procurar talentos escondidos pela cidade.

“Atuamos em diversas frentes sociais. Temos um calendário anual para organizar as ações. Em janeiro fazemos doações de material escolar; em março organizamos a festa e doações de Páscoa; em maio temos um sopão todas as sextas-feiras, além da doação de agasalhos; em setembro temos o Baile das Debutantes, onde fazemos uma festa para meninas de comunidades carentes que não tiveram essa oportunidade; e, durante todo o ano, doamos cestas básicas e outros materiais”, elenca a petropolitana.

Baile das Debutantes. Foto: Divulgação

Comunicação

No Canal do YouTube “Um Toque de Sol”, Solimar compartilha as ações do projeto e, futuramente, pretende fazer vídeos que misturem o social, o humor e o entretenimento, com brincadeiras, dia a dia e abordagem na rua.

Além disto, ela também atua como apresentadora em um programa na TVI, o “Ampla Visão”, que busca visibilizar talentos e outras pessoas que também realizem trabalhos sociais. “Mostramos aquele que está lá, escondidinho e fazendo o seu trabalho, mas que ninguém reconhece. Ainda que não seja um programa nível Ana Maria Braga, estamos ali para abrir portas”, brinca.

Sol acrescenta ainda dizendo que “nunca sonhei em ser comunicadora, mas acredito que é algo que sempre esteve ali, eu sempre quis ter voz. Isso pra mim é um presente de Deus, saber que minha voz chega dentro a vários lugares e que podemos amplificar a voz do outro também”.

Representatividade

Como mulher negra, Sol observa que há poucos como ela nestes espaços e, por isso, se sente privilegiada por poder ocupar estes locais e convidar outras pessoas negras para o seu programa. “Muitas portas se abrem para as pessoas brancas, mas poucas oportunidades são dadas para negros. Sei que estou aqui para fazer a diferença e tenho fé que uma hora as pessoas vão perceber essa discrepância e fazer algo para mudar”, observa.

Foto: Divulgação

Ajuda

Mesmo com pouca estrutura, o Ampla Visão vem fazendo a diferença na vida de várias pessoas. Sol lamenta, porém, a falta de investimento e doações, e relata se sentir impotente por não realizar tudo o que gostaria. “Sinto que as pessoas que podem ajudar não olham para dentro das periferias. Mas se a gente não pode fazer a diferença no mundo, que procuremos fazer em um”, aponta.

Apesar das dificuldades, Sol se descreve com uma ponte. “Levamos acesso, cultura, educação e alimentação para muitas pessoas. Mesmo com as limitações e, ainda que seja uma velha ponte, que não é a mais bonita e mais bem estruturada, eu consigo fazer alguém chegar do outro lado”, finaliza.

O trabalho do Ampla Visão pode ser acompanhado em @amplavisão.

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