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#PetropolitanosTalentosos: sobreviventes de acidente de 1987, irmãs encontraram na arte seu refúgio

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#PetropolitanosTalentosos: sobreviventes de acidente de 1987, irmãs encontraram na arte seu refúgio

Acidente ocorrido no Itamarati deixou cinco mortos e 18 crianças feridas

Há 34 anos Petrópolis registrava um de seus mais graves e marcantes acidentes. Na ocasião, um caminhão-tanque perdeu o freio na Rua Quissamã, atingindo uma kombi escolar, um pipoqueiro e o muro da Creche São José do Itamarati. Além do pipoqueiro e do motorista, três crianças que eram transportadas pela kombi morreram na hora e outras 18 foram resgatadas com ferimentos, entre elas as irmãs gêmeas Cristina e Irene da Costa. Hoje aos 38 anos, elas recordam sua caminhada de união e a forma como a arte se tornou seu refúgio nos momentos de dificuldade.

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

Cristina e Irene tinham quatro anos de idade quando se envolveram num dos acidentes que mais marcaram a história do município. Chegando a correr risco de vida, as duas sofreram uma série de ferimentos, como fraturas nos braços, pernas, fêmur e bacia. “A preocupação da minha mãe é que cada uma foi para um hospital. Quase morremos. Fiquei com as duas pernas engessadas, tive que operar a cabeça, e minha irmã se quebrou toda. Quase ficou em coma”, recorda Cristina que, durante seu tempo de recuperação, teve um de seus primeiros contatos com a arte.

Frequentemente visitada por um amigo da família que desenhava em seu gesso e que a presenteava com desenhos para colorir, ela passou a enxergar a atividade como uma forma de distração e, por que não, também de cura. “A arte sempre me mostrou quem eu sou e quando eu estou desenhando eu me sinto comigo mesma, no meu mundo”, descreve Kiki que, em janeiro de 2010, teve, junto da irmã, a jornada marcada por marcada por mais um acidente de trânsito que resultou na perda dos pais, Paulo Roberto da Costa e Marlene da Mota Medeiros Costa.

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

Cristina e os pais estavam a caminho de Petrópolis depois de terem passado as festas de fim de ano com Irene que, à época, morava em Porto Seguro. No trajeto de volta, o pai dormiu no volante, perdeu o controle do carro, caiu numa ribanceira e atingiu uma árvore. A mãe das meninas faleceu na hora e, alguns dias depois, veio a notícia do falecimento do pai. Irene recorda o difícil período do segundo acidente vivido pela família e a maneira como, mais do que nunca, as duas precisaram encontrar força uma na outra.

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

“Nós somos como um coração dividido em dois e, depois de cuidar da minha irmã por 10 dias, nosso pai faleceu. Mexe com todos os sentimentos. Quando eu soube do acidente, que aconteceu no Espírito Santo, eu estava em Porto Seguro, há sete horas de distância. Foi muito difícil e forte”, exprime Irene, a “Nini”. Numa relação de amizade e companheirismo em que as alegrias e tristezas são vividas na mesma intensidade pelas irmãs, “Kiki e Nini” compartilham carinho e união incomparáveis que superam toda e qualquer tristeza ou dificuldade.

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

“É uma história muito triste, mas o sentimento de tristeza está nos nossos pensamentos, e é por isso que a gente não tem que se apegar a dor. A gente tem que lembrar das pessoas que eles foram para a gente”, descreve Irene que, durante um período, chegou a se culpar pela morte dos pais e a buscar respostas na bebida e nas drogas. Graças ao apoio fornecido pela irmã, contudo, Nini se livrou dos vícios e, junto de Kiki, encontrou refúgio nas artes e na espiritualidade. Juntas, elas hoje se dedicam à construção de realizações e da felicidade mútua.

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

Unidas pelo Flamengo – como gostam de apontar – e pelo amor uma pela outra, Cristina – que foi bailarina por quase uma década – e Irene – que é bombeira civil e técnica em enfermagem – têm desenhado sua história com cor e leveza, independente das circunstâncias. Elas criaram um perfil no Instagram para divulgarem seus desenhos e aceitarem encomendas. Aqueles interessados em fazer algum pedido podem entrar em contato pelo inbox da página @kikieninisartes

Foto: Arquivo pessoal Cristina e Irene da Costa

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