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#PetropolitanosTalentosos: conheça a história dele que foi o 8º melhor do mundo no arremesso de peso paralímpico

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#PetropolitanosTalentosos: conheça a história dele que foi o 8º melhor do mundo no arremesso de peso paralímpico

Por 10 anos ele manteve o recorde brasileiro de arremesso de peso

Um dos mais de 41 mil recuperados pela Covid-19 no município, o petropolitano Marcelo Corrêa, de 55 anos, sempre se mostrou um vencedor. Devido à falta de oxigenação na hora de seu parto, foi diagnosticado com paralisia cerebral e, como consequência, teve a coordenação motora do lado direito de seu corpo prejudicada. Ainda assim, limites nunca fizeram parte do vocabulário de “Marcelão”. Na quinta edição da série de #PetropolitanosTalentosos, conheça a história do ex-atleta paralímpico que chegou a ser o oitavo melhor do mundo no arremesso de peso.

Foto: Divulgação

Nascido numa época em que a deficiência era cercada por ainda mais paradigmas do que hoje, Marcelo explica que, desde que se entende por gente, sua vida foi constituída por conquistas e desafios diários. Não porque sua condição o impedisse de realizar atividades do cotidiano, mas pelo preconceito que sempre o cercou. Ensinado por sua família que a deficiência não o tornava melhor e nem pior do que ninguém, o petropolitano aprendeu, desde cedo, que ser diferente nada mais era do que viver com suas próprias perspectivas e condições de crescimento.

“Para ser vista, notada e valorizada, a pessoa com deficiência tem que matar um leão por dia”, descreve Marcelo que, das menores às maiores batalhas, trilhou seu próprio caminho de maneira exemplar. Pós-graduado em Educação Especial em Deficiência Visual, ele se tornou o primeiro deficiente a se formar em Educação Física em Petrópolis. Inserido num curso que, como ele mesmo descreve, sempre primou pelo belo e pelo fisicamente perfeito, a experiência se mostrou transformadora para ele, para a instituição em que estudou e para aqueles que o cercam.

Foto: Divulgação

“O deficiente, muitas vezes, ainda é visto como um inválido tendo a mesma capacidade de se desenvolver do que os demais. Se a pessoa não tiver uma cabeça boa, isso se torna uma realidade. Ela acaba acreditando que não é capaz mesmo”. Parte do meio esportivo desde 2000 quando, por incentivo de uma professora de Educação Física, passou a competir no arremesso de peso, Marcelo foi pentacampeão brasileiro na modalidade paralímpica, detentor do recorde do Brasil por 10 anos, além do oitavo melhor do mundo em Nottingham, na Inglaterra, em 2001.

Foto: Divulgação

“Foi uma vantagem ter abraçado essa vida. Doença todo mundo vai ter um dia. Eu podia ser um coitado, mas fui o filho que representou a cidade fora do país. Aquilo que era uma adversidade virou uma vantagem muito grande”. Divisor de águas, o contato com os esportes o levou a locais e circunstâncias nunca antes imaginados por Marcelo. Tanto que se tornou diretor-técnico da Associação Petropolitana de Deficientes Físicos, coordenador da região leste pela Associação Nacional de Deficientes Físicos e Conselheiro Fiscal do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Foto: Divulgação

“O filho que era deficiente se tornou eficiente”, brinca. Técnico de bocha adaptada e de para-atletismo para pessoas com paralisia cerebral, Marcelo é um membro ativo na formação de atletas. Motivado a continuar a descobrir e, sobretudo, motivar talentos na cidade, o petropolitano é exemplo nas quadras e fora delas. Afinal, como ele mesmo diz, foram os esportes que mudaram sua perspectiva de vida e foi a deficiência que lhe rendeu experiências e contribuiu para que se tornasse uma referência cidade afora.

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