Setembro Amarelo: conscientização, apoio e informação são essenciais na luta contra o suicídio em Petrópolis
Saiba como identificar importantes sinais suicidas para a prevenção. E confira locais de apoio a pessoas com doenças psiquiátricas na cidade
O mês de setembro marca a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, além de reforçar a relevância dos cuidados com a saúde mental. E os dados são alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo por ano. Mas também informa que existem episódios subnotificados, o que pode chegar a mais de 1 milhão de casos. No Brasil, a estimativa é de 14 mil casos por ano, o que leva em média trinta e oito pessoas cometem suicídio por dia.
Foto Reprodução Internet / ISTOCK
Em Petrópolis, a Secretaria Municipal de Saúde informa que, por ser um assunto delicado, os dados sobre suicídios na cidade não são revelados.
Falar sobre o assunto
Embora este seja um assunto difícil, as causas da depressão são desencadeadas por fatores biológicos, psíquicos e sociais, fazendo com que a pessoa acredite não ter mais utilidade. É muito importante falar sobre o tema para que aquele que sofre possa buscar ajuda, afirma Eduardo Birman, médico psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
“A ideia ou até mesmo o suicídio, ainda é tratado como tabu pela sociedade, assim como as doenças mentais de forma geral. Desde 2013, quando a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina instituíram oficialmente o Setembro Amarelo, o assunto vem sendo melhor abordado, fazendo com que a sociedade esteja melhor informada e diminuindo o preconceito em se falar sobre o assunto”.
Fatores que levam a pensamentos suicidas
Eduardo Birman esclarece que 90% das pessoas que tentam o suicídio ou morrem por suicídio apresentam um ou mais transtorno mental. A prevalência está entre jovens de 15 a 25 anos. No Brasil é a terceira causa de morte nessa faixa etária. Pessoas acima dos 60 anos com doença mental e/ou doença crônica, degenerativa, viuvez e abandono por parte dos familiares também têm forte indício.
“A presença de um transtorno mental (sendo os transtornos de humor e o transtorno por uso de substâncias psicoativas os mais prevalentes), doenças clínicas, não psiquiátricas, como câncer, doença de Parkinson, HIV, esclerose múltipla, doenças que não apresentem remissão de sintomas também devem ser investigadas sobre a ideação suicida do paciente. Fatores sociais como desemprego, viver sozinho, pobreza de laços sociais também podem contribuir com o surgimento de pensamentos suicidas”.
Como identificar que uma pessoa está precisando de ajuda?
A OMS identifica três características psicopatológicas no estado mental dos pacientes com pensamentos suicidas.
- Ambivalência: o desejo de viver e de morrer se confundem no paciente, gerando angústia, mudança de comportamento, isolamento social, se houver um suporte emocional nesse momento a ideação suicida diminui ou mesmo desaparece! –
- Impulsividade: por mais planejado que seja, o ato suicida é desencadeado por eventos negativos como rejeição, fracasso, recriminação e negação por parte dos parentes e amigos costumam levar o paciente a cometer o ato.
- Rigidez: quando um paciente decide pelo ato suicida, seus pensamentos, sentimentos e ações impossibilitam a pessoa de pensar em outras alternativas para fugir do sofrimento.
Apoio dos familiares
A família é um fator protetor contra o ato suicida extremamente importante, diz o psiquiatra. “Na percepção de mudança de comportamento, como, por exemplo, aumento da irritabilidade, diminuição do apetite, mudança no padrão de sono, isolamento social, entre outros, a família deve ter uma conversa franca com o paciente e ajudá-lo a buscar ajuda profissional especializada”.
Ações da Secretaria de Saúde
A Secretaria de Saúde realiza atendimentos a pacientes que buscam os serviços de atenção psicossocial para intervenções especializadas em saúde mental, dentre estas, quadros depressivos, alguns destes graves, que podem evoluir para ideação suicida.
São realizadas ações de prevenção, promoção e assistência especializada por equipe multidisciplinar, contando com médicos especialistas em psiquiatria (adulto e infantil), neurologia (adulto e infantil), psicologia (adulto e infantil), terapia ocupacional, educador físico, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais no atendimento a pacientes em sofrimento psicológico.
Veja onde pedir ajuda em Petrópolis
• CAPS Nise – Rua Sete de Abril, 374 – Centro – telefone: 2246-9064
• CAPSI – Infanto- Juvenil – Rua Marechal Floriano Peixoto, 418 – Centro – telefone: 2247-6893
• CAPS Núbia Helena – Estrada União e Indústria, 15.015 – Itaipava – telefone: 2237-3904
• CAPS Ad Fênix – Rua Monsenhor Bacelar, 492 – Centro – telefone: 2246-9198
• Ambulatório Central de Saúde Mental – Rua Dom Pedro, 185 – Centro – telefone: 2231-6545
• Urgência Psiquiátrica – Hospital Municipal Dr. Nelson de Sá Earp – Rua Paulino Afonso – 455 – Telefone: 2237-4062).