22 curiosidades sobre a Família Imperial que todo petropolitano deveria saber
Para testar seus conhecimentos em História do Brasil
*Matéria atualizada às 19h53 do dia 10 de janeiro de 2024
Essa lista vai para os curiosos de plantão, apaixonados pela História do Brasil e, principalmente, pela História de Petrópolis. E para falar da nossa cidade fica impossível não mencionar a Família Imperial, que deixou uma importante herança cultural para os petropolitanos. Visto isso, pesquisamos e listamos 22 curiosidades sobre a Família Imperial com a ajuda da historiadora Claudia Costa. Muitas delas você não vai encontrar em livros de História. Preparado para fazer uma viagem no tempo?
1. Casamento com menos de 10 anos de idade
Era comum que as mulheres casassem muito novas. A partir do momento em que elas estivessem prontas para ter herdeiros, já podiam consumar o casamento com um homem de, geralmente, mais de 20 anos de diferença. Os matrimônios eram arranjados e feitos como contratos que gerassem benefícios para as duas famílias envolvidas. Muitas vezes os noivos só se conheciam no dia do casamento. Carlota Joaquina (princesa da Espanha e mãe de D. Pedro I), por exemplo, casou-se com menos de 10 anos com Dom João de Bragança (príncipe de Portugal) em um acordo entre os dois países.
Dom João de Bragança e Carlota Joaquina / Fonte: Arquivo Público
2. Dom Pedro não era o primeiro na linha de sucessão
Seu irmão mais velho, D. Francisco Antônio, morreu de causas desconhecidas aos 6 anos de idade. Sendo assim, D. Pedro I ficou na frente da linha de sucessão do trono português.
D. Francisco Antônio / Fonte: Arquivo Público
3. Dom Pedro I teve 8 irmãos
Maria Teresa, Antônio Pio, Maria Isabel Francisca, Francisca, Isabel Maria, Miguel I, Maria da Assunção, Ana de Jesus. Todos eles, inclusive D. Pedro I, filhos de D. João IV e Carlota Joaquina de Bourbon.
Família de D. João IV e Carlota Joaquina / Fonte: Arquivo Público
4. Dom Pedro I chegou ao Brasil com apenas 9 anos de idade
Com a invasão das tropas napoleônicas em Portugal, em 1807, a família real portuguesa foi forçada a fugir para o Brasil e, nessa época, D. Pedro tinha apenas 9 anos de idade.
D. Pedro I criança / Fonte: Arquivo Público
5. Dom Pedro I comia com as mãos
Temendo ser considerada esnobe, a Imperatriz D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I, abandonou os talheres que usava na Europa. Os dois comiam com as mãos.
D. Pedro I e Imperatriz Leopoldina / Fonte: Arquivo Público
6. Muitos filhos e bastardos
Dom Pedro I teve oito filhos legítimos com a Imperatriz D. Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, e um com a Imperatriz D. Amélia. Quanto aos bastardos, sabe-se que só com a sua amante mais famosa, Marquesa de Santos, ele teve cinco filhos. Não há um número oficial de quantos filhos ele teve fora do casamento.
Imperatriz Leopoldina e suas filhas / Fonte: Arquivo Público
7. Dom Pedro II também não era o primeiro na linha de sucessão
Dom Pedro II perdeu dois irmãos mais velhos antes que eles completassem 2 anos de idade. Depois desses acontecimentos, ele se tornaria o segundo e último imperador do Brasil.
D. Pedro II / Fonte: Arquivo Público
8. Troca de maridos
A Princesa Isabel e sua irmã iam se casar no mesmo dia (Princesa Isabel com Duque de Sachsen e Leopoldina com Conde D’Eu), porém, quando os conheceram, nas vésperas do casamento, uma gostou do noivo da outra e antes da cerimônia, trocaram de noivos. Sendo assim, Princesa Isabel se casou com Conde D’Eu e a Princesa Leopoldina com Duque de Sachsen.
Princesa Leopoldina e Princesa Isabel / Fonte: Arquivo Público
9. Petrópolis era só uma passagem
Petrópolis era a passagem do Caminho Novo, também conhecido como “Caminho do Ouro”, ligando Rio de Janeiro a Minas Gerais. Conta-se que Dom Pedro I parou na fazenda do Padre Corrêa — terreno que hoje se encontra o bairro Corrêas, em Petrópolis — para descansar, pois o período de viagem do Rio de Janeiro até Minas Gerais era de 12 a 15 dias, e nessa parada Dom Pedro I se encantou com o clima ameno, que lembrava muito o da Europa. Além disso, a filha dele, Princesa Dona Paula Mariana de 5 anos, que vivia muito doente, recuperou-se quando esteve lá. Por esses motivos, ele decidiu comprar uma fazenda naquela região: a fazenda “Córrego Seco”. Daí começa a relação entre a Família Imperial e a fundação de Petrópolis.
Mapa do Caminho Novo / Fonte: Arquivo Público
10. Dom Pedro II é brasileiro (e carioca)
O Imperador do Brasil nasceu no Palácio na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Monumento de D. Pedro II na Quinta da Boa Vista / Fonte: Arquivo Público
11. Dom Pedro II se tornou Príncipe Regente aos 5 anos de idade
Sua mãe, a Imperatriz D. Maria Leopoldina, morreu quando ele tinha apenas 1 ano e seu pai D. Pedro I morreu quando ele tinha 5 anos. Sendo assim, por regra e tradição, tornou-se príncipe regente do Brasil com apenas 5 anos de idade.
D. Pedro II criança / Fonte: Arquivo Público
12. Palácio de Verão
Com a morte de D. Pedro I, D. Pedro II herdou a fazenda do Córrego Seco e, assim como seu pai, encantou-se com o local e o clima ameno. Ele gostou tanto de Petrópolis que criou o Palácio de Verão (hoje conhecido como Museu Imperial) e a colônia agrícola.
Fazenda do Córrego Seco / Fonte: Arquivo Público
13. Nomes gigantescos
Nessa época, quando uma criança nascia, era usado como método para a escolha do nome a homenagem aos descendentes, sendo assim, eles colocavam na criança o nome do pai, da mãe, da avó, do avô, da bisavó, do bisavô etc. A Princesa Isabel, por exemplo, chamava-se: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança Bourbon. O nome do seu pai, D. Pedro II, ainda era maior: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon.
Fonte: www.educacional.com.br
14. Casa no Rio de Janeiro e em Petrópolis
Petrópolis era a cidade onde a família do Segundo Reinado vinha veranear. D. Pedro II, sua esposa Teresa Cristina e suas duas filhas Leopoldina e Isabel vinham descansar seis meses na casa em Petrópolis e seis meses na casa do Rio de Janeiro, que ficava na Quinta da Boa Vista.
D. Pedro II e sua família no Palácio de Petrópolis / Fonte: Arquivo Público
15. Dias curtos
A Família Imperial estava acostumada a almoçar às 9h e jantar às 16h. Às 19h já era hora de dormir.
Cama de D. Pedro I / Fonte: TripAdvisor
16. Banheiro
Cada um tinha um quarto de banho com banheira e lavatório de louça. Como não havia água encanada, ela era transportada para o Palácio em vasilhas. A Família Imperial só tomava banho de três em três dias, pois achava que ia tirar a proteção da pele, podendo morrer mais cedo.
Imagem Ilustrativa / Fonte: Shutterstock
17. Gabinete de Estudo
O gabinete de estudo era o lugar preferido do Imperador. Existem depoimentos de que ele passava a maior parte do dia lá, e que havia até uma cama onde ele dormia depois de passar horas estudando.
Gabinete de Estudo de D. Pedro II / Fonte: VejaRio
18. Louças individuais
As louças da Família Imperial, usadas no dia a dia, eram chamadas de serviços. Cada serviço tinha uma marca para indicar a quem pertencia.
Louças usadas pela Família Imperial / Fonte: IHGB
19. Higiene bucal
Costumavam sempre mascar folha de fumo e cuspir na escarradeira, o que era considerado elegante para eles. A folha também era usada como uma forma de fazer higiene bucal, já que não escovavam os dentes.
Modelo de escarradeiras do século XIX / Fonte: stravaganzastravaganza.blogspot.com.br
20. Paquera com o leque
Os leques que as mulheres da Família Imperial, bem como as outras mulheres, usavam eram para abanar e “paquerar”. Havia mais de 98 formas de “linguagem”, algumas delas são:
– Leque colocado próximo ao coração: “você me conquistou…”
– Leque fechado tocando o olho direito: “quando poderemos nos ver?”
– Movimentos ameaçadores com o leque fechado: “não seja imprudente!”
– Leque meio aberto pressionando os lábios: “você pode me beijar…”
Imperatriz D. Leopoldina / Fonte: Pinterest
21. Morte de Dom Pedro II e da Imperatriz
D. Pedro II e sua família embarcaram para Portugal dois dias após a Proclamação da República. A imperatriz morreu no mesmo mês e D. Pedro se refugiou em Paris, onde adoeceu e morreu de pneumonia, aos 66 anos de idade. Os restos mortais do último Imperador do Brasil e de sua esposa estão na Catedral em Petrópolis.
Mausoléu Imperial na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis / Fonte: rainhastragicas.com
22. Dom Pedro II amava Petrópolis
D. Pedro II amou Petrópolis como se fosse a sua casa. Ele dizia “fale-me de Petrópolis”, pedindo a quem o visitava no exílio ou em cartas para seus amigos pouco antes de falecer.
Monumento de D. Pedro II em Petrópolis / Fonte: Pinterest
E aí, quantas dessas curiosidades você já sabia? Conta pra gente o que achou! =)
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