[Nomes de Rua] Descubra a relação do Barão de Teffé com a própria trajetória da cidade e com momentos marcantes da história do Brasil
Você já passou pela Rua Barão de Teffé, no Centro de Petrópolis, e se perguntou quem foi o homem que dá nome a essa via tão conhecida? Informações do Documentos do Arquivo Histórico de Petrópolis – “Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis”, do historiador Álvaro Zanatta / Instituto Histórico de Petrópolis, contam que a história do Barão de Teffé se mistura com a própria trajetória da cidade e até com momentos marcantes da história do Brasil.

Foto: arquivos histórico / reprodução google maps
Rua Barão de Teffé
Oficialmente batizada em 4 de setembro de 1925, a via substituiu o antigo nome popular Rua do Palácio — por levar aos fundos do antigo Palácio de Verão do Imperador, onde funcionava o Colégio São Vicente de Paulo. A via começa na Rua do Imperador e termina no Bosque do Imperador, um trecho que preserva parte da atmosfera histórica do centro petropolitano.
Quem é o homenageado?
O homenageado é Antônio Luiz von Hoonholtz, almirante da Marinha, explorador e herói da Guerra do Paraguai. Nascido em Itaguaí, no Rio de Janeiro, em 9 de maio de 1837, foi agraciado com o título de Barão de Teffé. Ele foi casado com Maria Luísa Dodsworth e pai de Nair de Teffé, a primeira cartunista do Brasil.

Foto: arquivos histórico
Residindo e morrendo em Petrópolis
Nos últimos 40 anos de sua vida, ele viveu em Petrópolis, na famosa “Vila Nair”, uma bela residência na Rua Silva Jardim, nº 143. Lá, cercado de tranquilidade, o barão viveu até os 93 anos, falecendo em 7 de fevereiro de 1931.
A certidão de óbito, assinada pelo médico Dr. Corrêa de Lemos, registrou poeticamente que ele morreu de “senilidade” e, entre parênteses, acrescentou: “Adormeceu para amanhecer na eternidade”.

Foto: arquivos histórico
Figura querida dos petropolitanos
Quem viveu na cidade naquele período se lembrava de vê-lo caminhando pelas ruas com sua longa barba branca, sempre cumprimentando conhecidos. Sua morte comoveu Petrópolis: o cortejo fúnebre foi acompanhado por autoridades e amigos — entre eles o próprio presidente Getúlio Vargas, que passava a temporada no Palácio Rio Negro.

Foto: reprodução instagram @brazil_imperial
Rua que guarda memórias
Ao longo do tempo, a Rua Barão de Teffé também testemunhou mudanças no cenário urbano. No fim do século 19, o Hotel Max Meyer ocupava a esquina com a Rua do Imperador — prédio demolido em 1946 para dar lugar ao edifício Minas Gerais, inaugurado em 1950.
Já nos anos 1950, o local também abrigou o Cinema Glória, que funcionou entre 1955 e 1957, e onde mais tarde foi construído o prédio do INSS. Também marcaram época as Casas Pernambucanas e o Palácio das Noivas, ponto tradicional das noivas petropolitanas por décadas.
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