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[Nomes de Ruas] Conheça a história da nostálgica Rua Estrada da Saudade, em Petrópolis

História

[Nomes de Ruas] Conheça a história da nostálgica Rua Estrada da Saudade, em Petrópolis

A estrada levava à “Gruta da Saudade” frequentada pelos colonos alemães, pela família imperial e membros da corte atraídos pela paisagem

Toda cidade traz nas ruas o nome de pessoas que ajudaram a construir a história do município, ou até mesmo algum ocorrido que tenha marcado o local. Nesta edição da série #NomeDasRuas, conheça a história da Rua Estrada da Saudade, que carrega histórias que deram o nome.

Fotos: divulgação PMP – reprodução google maps

A Estrada da Saudade, em Petrópolis, apesar de ser amplamente conhecida pela população, nunca foi oficialmente denominada assim pelos atuais moradores. Documentos do Arquivo Histórico de Petrópolis, na pesquisa feita pelo historiador Álvaro Zanatta, “Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis”, diz que seu traçado começa nas ruas Fonseca Ramos e Joaquim Murinho e se estende até o 2º distrito de Petrópolis.

Historicamente, a estrada levava à “Gruta da Saudade”, um local de lazer frequentado pelos colonos alemães, pela família imperial e membros da corte para piqueniques e passeios, atraídos pela paisagem que proporcionava uma ampla vista dos vales dos rios Itamarati e Quissamã.

Acredita-se que os imigrantes alemães, ao contemplarem essa vista, tenham associado o sentimento de “saudade” à nostalgia de sua terra natal, especialmente dos vales dos rios Mosela e Reno, que talvez fossem relembrados na paisagem petropolitana.

Outra versão da história

Mas também, de acordo com o guia de turismo Abel Abay, o nome tem relação direta com o casarão da região, que pertenceu a Nair de Teffé. Nair foi a primeira mulher a fazer caricaturas no mundo e ser reconhecida. Ainda segundo ele, por ser amante das artes e da natureza, Nair teria o hábito de ir ao topo dos morros de Petrópolis para ver a cidade do Rio de Janeiro, da qual sentia muita saudade. Por esse motivo, segundo a história, o local teria virado a Estrada da Saudade.

Foto: Sou Petrópolis

Povoamento

As construções ao longo da Estrada da Saudade começaram apenas no início do século 19, com poucas casas espaçadas que foram, ao longo do tempo, se multiplicando, o que acarretou impactos ambientais na região, como deslizamentos frequentes durante o período de chuvas. Esses desastres marcam a história da estrada com tragédias, grandes e pequenas. Em 1926, a Estrada já contava com diversas residências, como a da família Stüzel, no número 45.

Tragédias marcam a Estrada

Tragédias pessoais também marcaram a história desse local. Também no ano de 1926, dois suicídios ocorreram na estrada – Sita Mariana da Silva, de 40 anos, no número 21, e Rosa Pestana de Castro, de 22 anos, no número 215, ambas em circunstâncias trágicas, deixando saudade nas famílias das vítimas.

A ocupação desordenada da montanha, facilitada por leis como o Decreto Municipal nº 815, de 1957, que permitiu o loteamento em áreas de morros, trouxe graves consequências. Em 13 de janeiro de 1966, um forte temporal resultou em diversos deslizamentos na Estrada da Saudade. Entre as tragédias, a mais marcante foi a morte da família Barcellos, que perdeu três membros sob os escombros de sua casa.

Desenvolvimento do comércio e do transporte público

A Estrada da Saudade também foi um ponto de comércio e desenvolvimento industrial, com a “Fundição Petrópolis”, de P. Stuckenbruck, instalada no número 275, e o “Armazém de Secos e Molhados” de João Jacob Naliato, no número 2.889.

O transporte público começou a operar na estrada em 1947, por meio da Empresa de Ônibus Rodoviário Petrópolis, de propriedade de João Varanda. A pavimentação só foi concluída em 1956, após anos de reclamações sobre poeira e lama, com uma grande festa organizada pelo então prefeito Flávio Castrioto.

Hoje, embora a infraestrutura tenha sido melhorada, a Estrada da Saudade carrega o peso de uma história simbolizada pela saudade de tempos e paisagens que os primeiros colonos tentaram preservar.

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