Francisco Paulo de Almeida foi fazendeiro e banqueiro. O título de Barão foi concedido pela, então, Princesa Isabel
Localizado na Praça Visconde de Mauá, no Centro Histórico de Petrópolis, o Palácio Amarelo, que hoje abriga a Câmara Municipal, pertenceu ao primeiro e único Barão negro do Brasil, Guaraciaba.
Com o apagamento de sua história, pouco se sabe do Barão que nasceu em Lagoa Dourada, no interior de Minas Gerais, em 1826. A origem da sua família é pouco conhecida. Filho do comerciante Antônio José de Almeida, em sua certidão o nome da mãe consta como “Palolina”, apenas.
Foto: arquivo público
Ainda na adolescência ele começou a vida fabricando botões e abotoaduras em sua terra natal. Nos intervalos, tocava violino em enterros, como pagamento recebia os tocos das velas que sobravam dos funerais, que serviam para iluminar, enquanto ele estudava à noite.
Com a morte de sua mãe e sua avó recebeu como parte da partilha de bens e começou a trabalhar como tropeiro, viajando de Minas Gerais pela estrada geral que passava por Valença, Rio de Janeiro e ganhou dinheiro comprando e vendendo gado, e em seguida começou a adquirir terras para plantar café.
Compra do Palácio Amarelo
Após casar-se com Brasília Eugênia de Almeida, com quem teve 16 filhos, tornou-se sócio do seu sogro, que também era fazendeiro e negociante no Rio de Janeiro. Após a morte do pai de sua mulher, assumiu os negócios da família. Em poucos anos, Barão de Guaraciaba foi adquirindo fazendas de café e imóveis. Em Petrópolis, era proprietário do Palácio Amarelo. Sua inteligência o levou a uma escalada de ascensão social, e tudo fez para ficar próximo da cidade, quando em 1891, adquiriu o prédio da família Mayrink.
Foto: arquivo público
Venda do Palácio Amarelo
Após a proclamação da República, o Barão começou a sofrer pressão para vender o prédio. Resistente à venda de seu imóvel, a Câmara, para desalojá-lo, autorizou a instalação na praça de um mercado público. Sem resultado, a Câmara resolveu então em 1894, construir um prédio exatamente na praça. E o Barão se deu por vencido, sendo o último morador do imóvel.
Foto: divulgação Câmara Municipal
Título de Barão de Guaraciaba
Único negro a receber o título de barão no período do império do Brasil, o título foi lhe dado pela princesa Isabel, por “merecimento e dignidade” pela beneficência em favor da Santa Casa de Misericórdia de Valença, Rio de Janeiro, em que foi provedor nos anos 1882 e 1884.
O Barão de Guaraciaba morreu, aos 75 anos, na cidade do Rio de Janeiro em 1901.
Foto: arquivo público
Fonte de pesquisa: portal Geledes
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