Prédio histórico dos Correios em Petrópolis não será mais vendido
Mesmo com o evidente abandono, o imóvel foi retirado da lista de venda devido ao seu valor simbólico e de relevância para a história do Brasil.
Um dos principais monumentos do Centro Histórico de Petrópolis, o prédio dos Correios, não será mais vendido. O anúncio sobre a venda ocorreu em outubro. A estatal havia informado que estava reestruturando sua carteira de imóveis, em especial atenção aos prédios que foram abandonados pela gestão anterior. Segundo os Correios, o processo de venda em andamento foi suspenso.
Foto: arquivo
Abandono
O abandono da fachada do prédio é notório. Antes, o prédio era apreciado pela sua beleza e pelo seu interior, com os salões interligados e ornamentados por vitrais. Hoje, o que chama atenção de quem passa à sua frente é a falta de manutenção e as pichações.
Fotos: Sou Petrópolis
Segundo os Correios, os prédios que atualmente geram prejuízo e não trariam benefícios, mesmo com reforma, seriam vendidos. Os recursos arrecadados seriam destinados à compra de imóveis necessários para os objetivos estratégicos da estatal.
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, o imóvel da Rua do Imperador, no número 350, foi retirado da lista de venda devido ao seu valor simbólico e de relevância para a história do Brasil.
O Inepac informou que, no ano de 2013, recebeu um projeto para a recuperação e restauração do prédio, sendo o mesmo aprovado e que os Correios aguardam, até o momento, os processos licitatórios para a execução.
Concessão
Agora, os Correios estudam a possibilidade de concessão para órgãos públicos, em que o imóvel é reformado e recuperado por um parceiro que passa a utilizar o prédio para a oferta de serviços que beneficiem a população.
Fotos: @manutencaopetropolis
A história da sede
O edifício foi construído em 1922, no início da era republicana. Porém, a história dos Correios em Petrópolis data de muito antes. Uma das mais antigas do país, a primeira agência na cidade foi criada em 1848, por meio de um decreto de Dom Pedro II.
De acordo com o livro “Os Correios de Petrópolis – Um passeio pela História”, de Vera Maria Muller Taulois, em 1921, a Princesa Isabel cedeu uma parte dos jardins do Palácio Grão-Pará para a construção do atual prédio.
Fotos: @pedro_vazper
Este foi um de seus últimos feitos antes do falecimento naquele mesmo ano. Conforme consta, a única solicitação feita pela princesa foi que o busto de seu pai, Dom Pedro II, permanecesse à entrada da agência.
Independência do Brasil
O historiador petropolitano Joaquim Eloy acrescenta que o imóvel foi pensado, justamente, para servir de sede dos Correios em Petrópolis e foi construído como parte das comemorações do centenário da independência do Brasil.
Fotos: Museu Imperial/Ibram/MinC e Bruno Avellar (2018)
“Outra agência dos Correios que se baseou na mesma inspiração arquitetônica foi a de Niterói. São até bem parecidos, ambos prédios comemorativos”, comenta.