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De automóveis a aeronaves: conheça esta galeria de 6 mil miniaturas em Petrópolis

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De automóveis a aeronaves: conheça esta galeria de 6 mil miniaturas em Petrópolis

Esta semana, a série de Colecionadores Petropolitanos da Sou te leva para este aconchegante espaço em Itaipava

Brinquedos que engrandecem. Por mais contraditório que possa soar, ainda que pensados para crianças, quando manuseados por adultos os brinquedos assumem novos sentidos capazes de engrandecer a alma e de lembrar do que realmente importa. Na 2ª edição da série de Colecionadores Petropolitanos, conheça a galeria com mais de 6 mil miniaturas de José Augusto Wanderley: carioca que reside em Petrópolis e que não perde a leveza de criança.

Foto: Bruno Ferreira Soares

Quem tem o prazer de conhecer a La Petite Galeria du Jouet embarca numa viagem pela história do automobilismo com paradas de contemplação a aeronaves e chegada em uma maquete que remete ao período ferroviário do país. E para quem faz a visita acompanhado do autor da obra, José Augusto, ainda sai de lá com uma outra percepção: a de que o espaço, com todo o seu precioso acervo, traduz importantes passagens da vida do referido colecionador.

Foto: Bruno Ferreira Soares

Proprietário da histórica casa La Grande Vallée, conhecida por ter abrigado pilotos franceses –  um deles Antoine de Saint-Exupéry – foi José Augusto quem abriu as portas da “Casa do Pequeno Príncipe”, em que reside em Itaipava, para visitação. O que muitos não sabem é que, anexo à casa principal, uma galeria também guarda histórias e preciosidades à espera de quem as percorra.

Foto: Bruno Ferreira Soares

“Eu costumo dizer que desde que eu nasci eu brinco de carrinho”. Apaixonado por brinquedos, é assim que o colecionador inicia uma empolgante conversa sobre seu envolvimento com o ato de colecionar cujo ponto de partida, inclusive, muito provavelmente remete a um brinquedo recebido aos 5 anos de idade. Cadillac “rabo de peixe”, foi o engenhoso carrinho que habitou seus desejos de criança e que, até hoje, gera nele comoção.

Fotos: Divulgação – Bruno Ferreira Soares

“Fiquei alucinado. Ele acendia farol, tinha marcha, andava para trás e para frente. Minha mãe, vendo meu interesse, me deu de presente de Natal numa época em que eu ainda acreditava em Papai Noel”. Normalmente restrito à visitação de familiares, amigos, pessoas especiais e visitantes apaixonados pelo tema, é no aconchegante “cantinho” do carioca que o passado habita o presente e que boas memórias deixam de ter prazo de validade.

Foto: Bruno Ferreira Soares

Com uma área dedicada ao grupo Fiat e constituída por modelos de Alfa Romeo e Ferrari, é na galeria que estão reunidos brinquedos não somente seus, mas de seus irmãos. Herdados bonecos do período anterior à Segunda Guerra Mundial e também caminhas, casinhas e bonecas, José Augusto foi capaz de construir em sete diferentes salas um encantador e nostálgico ambiente que honra a história mundial em suas mais diversas nuances.

“Quando a guerra começa, a Inglaterra, que vendia esses carrinhos, interrompe a venda porque o país precisava de metal para a produção de material bélico. Ela comunica isso aos consumidores e convida aqueles que tivessem brinquedos em casa, para devolver para a fábrica. Eu tenho essa nota por causa do valor histórico dela”. Lembrete da leveza e curiosidade próprias de uma criança, a coleção reflete, principalmente, significado.

Foto: Divulgação

Apaixonado por conservar, José Augusto preserva, mais do que peças de um acervo, lembranças de mais de 70 anos. Em meio a pôsteres, livros, revistas e VHS, ele, que por sinal também já foi piloto de kart, rali, e participante do Campeonato Carioca de Marcas e Pilotos, guarda estrelas de alguns dos momentos mais emblemáticos de sua vida, como miniaturas dos veículos em que correu.

Foto: Bruno Ferreira Soares

“Tenho réplicas do carro que eu aprendi a dirigir, um Mercury 1950; e do Chevrolet que meu pai buscou a mim e minha mãe depois do nascimento, na casa de saúde. São carros com significado para mim”. Ambiente de paz, a La Petite Galeria du Jouet tem na maquete de uma linha de trem com a Locomotiva Leopoldina e sua oficina a cereja do bolo – certamente um espaço para ser apreciado com a calma e a atenção aos detalhes que merece.

Foto: Bruno Ferreira Soares

Maneira de lembrar ao colecionador sobre a essência da criança que vê além das aparências, sua coleção pessoal é um compilado de momentos e emoções que, em meio a perdas e caminhos alterados, preservam a alegria de tê-los vivido. Aqueles que desejarem fazer uma visita ao espaço, que fica na Estrada do Ribeirão Grande, em Itaipava, podem entrar em contato com José Augusto pelo WhatsApp (21) 99354-3179.

Foto: Bruno Ferreira Soares

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