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Mães que perderam os filhos criam grupo de apoio para colorir a dor da saudade

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Mães que perderam os filhos criam grupo de apoio para colorir a dor da saudade

Cerca de trinta mães se reúnem no grupo “Mães da Esperança” para se apoiarem por meio da internet e em encontros presenciais

Da necessidade de encontrar apoio mútuo, mães amigas que sofreram a perda de seus filhos transformaram a dor em união e criaram o grupo “Mães da esperança”. Juntas, elas conversam, se ajudam e colorem o que estão sentindo em artes de livros.

Rosa Muller, uma das co-fundadoras do grupo, conta que no final de 2016 entregou sua filha a Deus. Pouco antes de partir, ela havia presenteado Rosa com um livro de colorir, e toda a família se reunia para colori-lo juntos. Esse presente foi, posteriormente, uma das chaves para o grupo.

Foto: Divulgação

Início do grupo

Na mesma época em que Rosa devolveu sua filha aos céus, outras amigas, dentre elas Andreia, que deu a ideia de criar o grupo, também sofreram da mesma dor.

Com as idas e vindas às missas dos filhos umas das outras, Andreia disse que seria interessante criar um grupo de apoio para que elas ajudassem umas as outras a lidarem com o que estavam passando, inicialmente, apenas por WhatsApp.

“Um dia, colorindo aqui em casa depois de tudo isso ter acontecido, pensei que as mães também gostariam de colorir e as convidei para vir até a minha casa. No primeiro encontro vieram cinco, das oito, e elas adoraram. Estávamos colorindo a dor da saudade. Todas nós ainda muito machucadas, e é nítida a transformação que tivemos, até pela nossa arte, refletida pelo amadurecimento da nossa vida”, declara Rosa.

Foto: Divulgação

O grupo que começou com 8 mães, hoje já conta com 30. Com isso, as mães passaram a se reunir semanalmente no Centro de Cultura. Com a pandemia, passaram a se apoiar apenas pela internet, mas cada uma continuando com o colorido, que servia como uma cura.

“Quando colorimos juntas, ninguém se sente a mais sofrida do mundo. Todas sofremos iguais. Mas não ficamos nos lamentando. Claro, tem momentos emocionantes, mas momentos engraçados também, levamos petiscos para ficarmos bem à vontade. Espalhamos os lápis de cores em degrade, é muito lindo”, relata.

Foto: Divulgação

Pós-pandemia

Após a pandemia, dois encontros já foram realizados na Academia Movimento, além de encontros no Parque Ecológico para piqueniques. A ideia é voltar com as reuniões presenciais semanais. Pela internet, as mães fazem chamadas de vídeo.

“Tem um fio de energia que nos une. Tá sendo muito bom, por incrível que pareça, é uma coisa muito positiva a nossa união. Só nós sabemos o que a outra está passando, um sentimento muito único e violento para todas nós”, diz.

Foto: Divulgação

Esperança

No Facebook Mães da Esperança, os encontros são compartilhados e as mães que passaram pelo mesmo podem entrar em contato para se conectarem com mais delas.

“Tudo foi feito na base do amor e da emoção. Nada foi programado por nós. Na verdade, foi programado pela minha filha antes de partir. Ela é uma pessoa muito iluminada. Acredito que ela teve a intuição de me comprar isso porque sabia que não ia fazer bem só pra mim, mas pra muitas outras também”, finaliza.

Foto: Divulgação

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