Petrópolis terá seu primeiro Banco de Leite Humano aberto em uma unidade pública de saúde
Banco de Leite do Hospital Alcides Carneiro se junta a outras 222 unidades que compõem a Rede de Bancos de Leite Humano do Brasil
No mês do Agosto Dourado, Petrópolis terá seu primeiro Banco de Leite Humano (BLH) aberto em uma unidade pública de saúde – o Hospital de Ensino Alcides Carneiro (HEAC). Este banco se junta a outras 222 unidades que compõem a Rede de Bancos de Leite Humano do Brasil (rBLH-BR), a maior e mais complexa rede do mundo, sendo referência internacional.
Foto: Divulgação
A Rede brasileira, atuando em conjunto, exporta tecnologia para países da América Latina, Caribe e África, além de fazer parcerias com Portugal e Espanha, compondo a Rede Ibero-Americana de BLHs.
Importância dos Bancos de Leite
Para o Vander Guimarães Silva, Os BLHs representam uma estratégia para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. As ações de um banco de leite humano englobam coleta, processamento e distribuição do leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso, que não conseguem ser alimentados pelas próprias mães e aqueles que serão submetidos a algum tipo de cirurgia ainda nos seus primeiros dias de vida.
“Além de oferecer um aporte de calorias e energia a essas crianças, o leite humano, por ser uma fonte completa de nutrientes e fatores de proteção (imunoglobulinas, macrófagos, ferritina, anticorpos, imunocomplementos, etc), torna-se o alimento ideal para estes recém-nascidos”, explica o médico.
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Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), pela sua complexidade, o leite humano deve ser o único alimento oferecido para a criança nos seus 6 primeiros meses de vida, além de poder ser utilizado como uma alimentação complementar até dois anos ou mais.
Outras funções
O professor conta que, entre outras funções desempenhadas pelos BLHs, estão também a de atendimento e guia para mães em aleitamento materno. Eles funcionam como um centro capaz de atender às principais intercorrências decorrentes deste período e oferecer às puérperas uma orientação adequada, a fim de minimizar os efeitos do desmame precoce.
“É também um espaço educacional, que permite a discussão e trocas de experiências entre mães (gestantes ou puérperas), sempre mediada por uma supervisão de um profissional capacitado para tal”, comenta.
Doações
Para exercer todas essas atividades, o Banco de Leite depende de doações voluntárias, uma vez que nenhum produto, atendimento ou orientação fornecidos são cobrados. A doadora pode ser uma mãe que esteja com o seu filho internado que, pelas razões expostas acima, não consegue receber o leite através da sucção do seu peito.
“Além dessas pacientes, qualquer mulher que o deseje pode se tornar uma doadora! Para isto, basta entrar em contato com a unidade do HEAC, onde receberá as orientações necessárias de como fazê-lo”, detalha.
Segundo o médico, o leite doado sempre será o excedente que aquela mãe produz. Esse leite passará por um controle de qualidade, que vai desde a avaliação do estado de saúde da doadora até os processos que envolvem a análise, pasteurização e controle de qualidade, antes de ser distribuído.
Bancos de Leite funcionam também como centros para educação em saúde, onde os profissionais que atuam na área fornecem informação técnica sobre o ato de amamentar, seus cuidados, benefícios e complicações, cursos de aperfeiçoamento e atividades práticas, contribuindo para a formação de novos agentes, os capacitando para lidar com essas questões.
Para finalizar, o especialista revela que os acadêmicos do curso de Medicina, de Nutrição e de Enfermagem da UNIFASE vão ter participação ativa no dia a dia do BLH. Inicialmente, a unidade pensa em oferecer estágios para as residências de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Enfermagem.