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Moradores de áreas próximas às atingidas por deslizamentos em Petrópolis relatam medo de voltar para casa

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Moradores de áreas próximas às atingidas por deslizamentos em Petrópolis relatam medo de voltar para casa

São moradias que não foram interditadas, mas carregam histórias de quem se viu diante de deslizamentos ou alagamentos no dia da tragédia

Moradores de áreas próximas às atingidas por deslizamentos no dia 15 de fevereiro relatam o medo de voltar para suas casas. São moradias que não foram interditadas, mas carregam histórias de quem se viu diante de deslizamentos e/ou alagamentos no dia da tragédia.

Chácara Flora – Foto: Maria Amélia Vória Maciel Braga

Este é o caso do empreendedor Diogo Carius, de 32 anos. Ele morava no Chácara Flora com o filho de 9 anos. No dia da tragédia, o filho estava na escola no Centro e Diogo estava em casa, com a namorada e uma prima. Da janela, eles viram quando aconteceram os deslizamentos.

“Foi bem impactante ver tudo desmoronar lá. Apesar de a minha casa não ter sido condenada, a barreira que desceu de frente ficou a cerca de 30 metros. Como infelizmente a cidade tem esse histórico [de deslizamentos] eu não quero arriscar de ficar lá”, conta Diogo, que já está de mudança para o bairro Independência.

Desde que conseguiu sair da casa, ele disse que só voltou para buscar algumas coisas e não teve coragem de levar o filho no local. Neste domingo (6), Diogo planeja pegar o restante da mudança. “O cenário é de guerra e muito triste”, afirma.

Mudança de cidade

No caso de Selma Vasconcellos Grazinoli, de 72 anos, a insegurança de continuar em Petrópolis é tão grande que ela planeja se mudar para Juiz de Fora (MG). Selma mora há 12 anos no Alto da Serra e, embora já tivesse lidado com alagamentos, nunca foi da forma como ocorreu dessa vez.

“Já choveu, já entrou água na área dela, mas nem se compara com o que foi no dia 15. No dia da chuva, ela saiu porque a vizinha a tirou porque viu que a coisa estava ficando feia. Ela está com medo absurdo de ficar lá”, diz Gabrielle Rippel, neta de Selma.

Embora a casa da avó não tenha sido interditada, Gabrielle conta que ela está com muito medo de continuar morando no local.

“Ela está apavorada de voltar, com medo de acontecer outra coisa ali no Morro da Oficina e aquilo ali vir tudo abaixo. A gente não sabe se pode ter outra chuva dessa, por isso que ela está com medo de ficar. Acho que todo mundo agora que passou por uma situação complicada, quando chover muito vai ficar desesperado sem saber se pode acontecer outra tragédia”, afirma.

Sobre a decisão de mudar para outra cidade, a neta diz que a avó está considerando tanto a questão da segurança quanto de valor dos aluguéis. “Aqui [em Petrópolis] a gente não sabe onde é seguro, caiu barreira em lugar que ninguém imaginava. E o valor do aluguel aqui é surreal de caro. Lá em Juiz de Fora é mais barato”, diz.

Sobre a tragédia

A tragédia do dia 15 de fevereiro vai ficar marcada na memória dos petropolitanos. Até o momento, foram confirmados 233 óbitos. Áreas como Morro da Oficina, Chácara Flora, Vila Felipe, Caxambu e 24 de Maio tiveram registros de vítimas por deslizamentos.

A água também invadiu o Centro Histórico e ruas próximas, como a Rua Washington Luís, onde dois ônibus com passageiros foram arrastados para dentro do rio.

Segundo a Prefeitura, mais de mil pessoas estão desabrigadas na cidade e terão direito ao aluguel social de R$ 1.000, sendo R$ 800 pagos pelo Estado e R$ 200 pelo município.

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