Petropolitano que nadou em meio à enchente em Corrêas para salvar idoso revela emoção do momento do resgate
Há mais de 40 anos na Praça de Corrêas, o comerciante “Sr. Zé do Frango” nunca havia passado por nada parecido
Marca registrada da Praça de Corrêas, onde está há 42 anos, o comerciante José Antônio Habubrick, de 77 anos, viveu momentos de tensão e muita emoção na última terça (15). Proprietário da Casa de Frango de Corrêas, ele teve a vida salva pelo petropolitano Bruno da Silva, de 40 anos. Funcionário de um estacionamento próximo à loja, assim que soube que o local havia sido inundado, Bruno lançou-se à enchente e nadou contra ela para resgatar a vida de “seu” Zé e do neto Wendell. Na ocasião, ambos já estavam com água na altura do pescoço.
Naquele dia, a chuva teve início próximo ao horário em que Bruno sairia do trabalho. Chegando a ir para casa, no Bonfim, mas voltando em seguida para transferir alguns carros para um piso superior do estacionamento, ele relata a rapidez com que a chuva mudou de intensidade. “Começou a chover muito forte. Gritamos para o Sr. Zé e ele disse que estava bem. Meia hora, 40 minutos depois, ele gritou pedindo ajuda. Ligamos para os bombeiros e eles nem atendiam. Tive a ideia de pular, nadar na correnteza. Cheguei no estabelecimento e a cena era um horror”, descreve.
Tendo se deparado com os refrigeradores “virados” e com Sr. Zé no canto do estabelecimento com água já na altura do pescoço junto do neto, Bruno teve que pensar rápido. “A gente age por instinto humano. Ou você age ou você fica olhando. Eu prefiro agir. Tinha um freezer boiando, então subi em cima e coloquei o Sr. Zé no topo. Tiramos ele de lá e o transferimos para a loja do lado, que tem uma sacada. Lá deram para ele roupa, cobertor. A água estava muito gelada”, recorda Bruno que, após o resgate, ainda teve o pé prendido por uma fita que o impedia sair do lugar.
Foto: Divulgação
“Chega a arrepiar para falar. Uma fita agarrou no meu pé e eu não vi. Eu estava nadando sem sair do lugar. Tive que me abaixar dentro da água da enchente para tirar”. Ainda assustado por tudo que vivenciou no dia da tragédia, Sr. Zé, que já fez duas pontes de safena, conta como foram os momentos de tensão e reforça a gratidão à coragem de Bruno. “Uma coisa de louco. A água chegou no meu pescoço, aí eu pensei: não sei nadar. vou morrer. Eu pensei que ia me afogar. Ainda bem que meu neto estava junto. Ele me ajudou muito e o Bruno nos salvou”, completa.
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