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No Dia da Abolição da Escravatura, confira 7 fatos sobre a escravidão em Petrópolis

História

No Dia da Abolição da Escravatura, confira 7 fatos sobre a escravidão em Petrópolis

Da venda de escravos nos jornais à formação de quilombos na cidade

*Matéria atualizada às 9h do dia 11 de maio de 2023

Na mesma data em que a Lei Áurea foi aprovada e o trabalho escravo abolido no Brasil, a Sou Petrópolis decidiu reunir alguns fatos relacionados à escravidão em Petrópolis. Com a ajuda da Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, reunimos 7 aspectos que fazem parte da luta contra a discriminação racial e a escravatura na cidade e que se manifestam em praças, palácios, igrejas e ruas. Será que você já os conhece?

Foto: Reprodução/Toda Matéria

1. O porquê do nome Praça da Liberdade

De acordo com a Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, durante um bom tempo a praça serviu como ambiente de comercialização dos negros escravizados da cidade. Ainda segundo a AGP, o mesmo local funcionou como palco para manifestações abolicionistas e para que negros libertos comprassem a alforria dos outros. Teria sido lá também que, em maio de 1888, os escravos teriam comemorado sua liberdade após a Princesa Isabel libertar cerca de 103 escravos de Petrópolis no Palácio de Cristal, daí a praça ter se tornado conhecida como a da Liberdade.

Veja também: Mês da Consciência Negra: artistas restauram e fazem novos graffitis na Praça da Liberdade 

Foto: Divulgação PMP

2. A Igreja do Rosário ter sido construída por e para escravos

Talvez você não saiba, mas o terreno em que hoje opera a Igreja do Rosário foi doado em 1882 a escravos que, com o dinheiro que usariam na obtenção de sua alforria, pagaram pela construção da capela. Num tempo em que a cidade celebrava suas missas na igreja matriz, na Rua da Imperatriz, a impressão que se tinha era a de que o templo era voltado à nobreza. Normalmente descalços e trajando pouca roupa, os escravos sentiram, então, a necessidade de um local de culto à parte em que, efetivamente, se sentissem abraçados e acolhidos.

Curiosidade: no altar do Santuário há um relicário com as relíquias – restos mortais – da primeira santa africana: Josefina Bakhita. Natural do Sudão, ela foi escravizada ainda quando criança e é tida como exemplo de fé no mundo.

Saiba mais:

Fotos: Museu Imperial/Ibram/MinC – Bruno Avellar

3. No passado, eram comuns os anúncios de venda de escravos nos jornais

Descritas como mercadorias, as pessoas eram anunciadas como parte dos classificados dos jornais do século XIX. O que mais se viam eram notas de fugas de “moleques”, compra e venda de criados, recompensas para o caso de quem encontrasse “negros fugidos”, ou ofertas “dois por um”. No recorte do jornal “O Parahyba”, de 1857, extraído do Arquivo Histórico Municipal, lê-se a venda de uma “crioula” em que, junto da jovem de 18 anos, ia o filho, ainda bebê.

Saiba mais: 12 anúncios de um jornal antigo de Petrópolis que vão mexer com a sua cabeça

Foto: Arquivo/Sou Petrópolis

4. Petrópolis ainda conta com uma comunidade de descendentes de escravos e africanos

Trata-se do Quilombo da Tapera! Segundo os moradores, o terreno foi doado pelo proprietário da Fazenda Santo Antônio a duas de suas escravas. Uma delas, Sebastiana Augusta Corrêa da Silva, de que descendem, teria sido a ama de leite de uma das filhas de seu “senhor”. Localizado no Vale da Boa Esperança, ele é, segundo a Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, um dos quatro quilombos registrados em Petrópolis no século XIX. São eles: Manoel do Congo (Vale das Videiras), Vargem Grande (Fazenda Inglesa) e o de Petrópolis (no Palácio de Cristal).

Saiba mais: 8 curiosidades sobre a última comunidade de descendentes de africanos escravizados em Petrópolis

Foto: Arquivo/Sou Petrópolis

5. A região do Palácio de Cristal pode ter abrigado um quilombo no passado

Ainda de acordo com a AGP, a região que hoje abriga o Palácio de Cristal pode ter sediado um quilombo de escravos fugidos de fazendas vizinhas por volta de 1838, antes mesmo da fundação da colônia. Segundo a Associação, há relatos do Dr. Binot, paisagista ligado à família imperial de que na área da Confluência – chamada de Passeio Público, havia funções agrárias, o que caracterizaria a presença de “negros fugidos”, ou seja, de um quilombo naquelas imediações.

Foto: Divulgação PMP

6. O uso das camélias como sinal de apoio ao movimento abolicionista

Presente em jardins de casas da Avenida Koeller – incluindo a da Princesa Isabel – e no próprio Museu Imperial – o palácio de veraneio da família imperial, a camélia foi consolidada como a flor símbolo da abolição. Conta-se que no século XIX os defensores da causa abolicionista a utilizavam para demonstrar seu apoio ao movimento. A manifestação se dava tanto no decote de vestidos de mulheres e na lapela de homens, quanto nos jardins das casas em que moravam.

Foto: Reprodução/Uberaba em Fotos

7. O Palácio Amarelo ter pertencido ao único barão negro da história do império no Brasil

Por essa você, talvez, não esperasse! Considerado um dos homens mais influentes do século XIX, era o Barão de Guaraciaba, proprietário rural e banqueiro, o detentor do Palácio Amarelo: atual Câmara Municipal. Tido como o único barão negro da história do Império no Brasil, a Associação de Guias de Turismo de Petrópolis conta, contudo, que a sociedade da época não o aceitava pelo fato de ser negro e que até feiras chegaram a ser instaladas em frente à casa para que ele fosse forçado a vendê-la. O prédio foi adquirido pelo município em 1894.

Foto: Reprodução/Site A História de Petrópolis

E aí, qual desses fatos mais te surpreendeu? Conta pra gente nos comentários

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