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9 empreendimentos italianos que ajudaram a escrever a história de Petrópolis

História

9 empreendimentos italianos que ajudaram a escrever a história de Petrópolis

Cultura, história e tradição

*Matéria atualizada às 17h do dia 16/02/2023

Depositadas as esperanças no futuro da cidade, eles trouxeram de longe sua mais preciosa bagagem: a tradição. Desembarcaram em Petrópolis e fizeram dela seu pedacinho da Itália no Brasil.

Neste domingo (21/02) comemora-se o Dia Nacional do Imigrante Italiano e, em parceria com o Blog Petrópolis Sob Lentes, listamos 9 empreendimentos italianos que ajudaram a escrever a história da cidade. O resultado você confere abaixo:

1. Casa Gelli

Galeria Gelli. Já parou para pensar no porquê desse nome? Pois bem. A história do empreendimento é protagonizada por Felippo Gelli, pioneiro na fabricação de móveis em Petrópolis e fundador da Casa Gelli, loja de departamentos em que a realidade vestia-se de fantasia e que funcionava exatamente onde é hoje a galeria.

Antes e depois Casa GelliFotos: Arquivo pessoal Rossana Gelli – Alexandre Carius via Petrópolis Sob Lentes

Com qualidade e bom gosto inquestionáveis, a firma teve 13 filiais no Rio de Janeiro e ainda hoje coleciona as aprovações dos clientes. Além dos produtos que faziam os olhos brilharem, o negócio se destacava pelas vitrines de Natal, um espetáculo à parte.

2. Casa Pellegrini

Há sabores que nos fazem viajar para o passado e foi por meio da gastronomia que Luiz Pellegrini fez de Petrópolis sua casa. O italiano deu início à produção de massas frescas em Cascatinha e rapidamente passou a fornecê-las a outras famílias de imigrantes que trabalhavam na Companhia Petropolitana de Tecidos.

Antes e depois Casa Pellegrini / Fotos: Museu Imperial/Ibram/MinC – Bruno Avellar via Petrópolis Sob Lentes

O negócio cresceu e se tornou a primeira fábrica local de massas. A família conta que o armazém teve como principal endereço uma casa localizada ao lado do prédio dos Correios. A venda era feita na parte da frente e, nos fundos, era realizada a produção. Hoje o local é ocupado pelo Edifício Pellegrini.

3. Alfaiataria De Carolis

Sinônimo de requinte sob medida, o negócio teve como principal endereço o espaço hoje ocupado pelo Centro Comercial Quartier. Fundado pelo italiano de coração brasileiro, Emmanuele De Carolis, o estabelecimento era destino certo de quem buscava qualidade e um bom papo.

Antes e depois Alfaiataria De Carolis / Fotos: Arquivo pessoal – Alexandre Carius via Petrópolis Sob Lentes

A família conta que a tradição, aos domingos, era levantar a porta de aço para um cafezinho com os clientes. E se com os fregueses o atendimento era inigualável, entre os funcionários, a sensação era de estar em família. Quando o negócio fechou, o empregado com menos tempo de casa já trabalhava lá há 15 anos.

4. Sapataria Schettini

Da produção manual de calçados à fundação de um dos mais respeitados negócios que a cidade teve o privilégio de receber. Foi assim, de forma caseira, que teve início a Sapataria Schettini por João Ferraro e o tio, Miguel Schettini. Companheiros de aventuras, os estilosos pares da loja eram cobiçados, com destaque para os bicolores.

Antiga oficina da sapataria e dona Nina na fachada da Sapataria Schettini / Fotos: Arquivo pessoal Cristina Ferraro

E tão tradicional quanto a sofisticação dos calçados era a figura do funcionário Lauro Avellar, sempre à porta, e o cafezinho da Dona Nina, servido às três horas. Viúva do senhor João aos 30 anos com quatro filhos, foi Giovannina quem, por décadas, tomou as rédeas da loja.

5. Casa D’Angelo

Em mais de um século de existência, as gerações de clientes podem ter mudado, mas a calçada daquela esquina que se tornou ponto de referência e encontro permanece cheia. Hoje chopperia, o estabelecimento já funcionou como armazém, delicatessen e até confeitaria.

 
Antes e depois Casa D’Angelo / Fotos: Museu Imperial/Ibram/MinC – Bruno Avellar

O empreendimento carrega o nome dos seis irmãos João, Donato, Domingos, Alexandre, Nicola e Giustina D’Angelo, italianos que fizeram do aconchegante local um lugar para chamar de lar. Um dos legados deixados por eles são os caramelos, prova de que a Casa é onde o passado se faz presente entre quatro paredes.

6. Fábrica de Tecidos Santa Helena

Considerada a primeira indústria brasileira de sedas, a firma foi fundada pelo italiano Edoardo Capitanni, no Morin. Tendo ajudado a escrever a história da indústria têxtil da cidade, a empresa foi também crucial no desenvolvimento de seus arredores.

Fábrica Santa Helena, em 1930 / Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC

A tecelagem fornecia moradias aos operários, que residiam próximo ao local onde trabalhavam. Também cedido pela fábrica, com o intuito de promover o lazer na região, era o terreno onde funcionavam as atividades do clube Cruzeiro do Sul, orgulho dos moradores. Hoje o local é ocupado pela Escola Municipal Luiz Carlos Soares.

7. Casa Joia

Talvez você ainda não tenha ouvido falar nela, mas certamente conhece uma das preciosidades lá produzidas: o inconfundível balde que Santos Dumont usava como chuveiro. Sandra Gioia, bisneta do fundador do empreendimento, Vicenzo Gioia, explica que apesar do projeto ter sido feito pelo pai da aviação, foi o avô, Francisco Gioia, quem o tirou do papel.

Foto: Arquivo pessoal Sandra Gioia

Tendo funcionado por cinco décadas e meia na rua Montecaseros, a oficina de funileiro e bombeiro hidráulico era referência nos artigos de folha, ferro batido e esmaltado, tendo sido responsável também, segundo Sandra, pela instalação hidráulica da ‘Encantada’, a Casa de Santos Dumont.

8. Fábrica Cometa

Da fiação, à tecelagem e ao acabamento. Assim funcionava a fábrica que, fundada por Cavaliere Pareto, em 1903, chegou a empregar, segundo o livro ‘Os italianos em Petrópolis’, de José De Cusatis, seis mil operários. Deles, a maior parte eram italianos que, com garra e determinação, se entregavam à produção.

Fábrica de Tecidos Cometa, em 1934 / Foto: Museu Imperial/Ibram/MinC.

Com sedes no Alto da Serra e Meio da Serra, a indústria, ainda de acordo com a obra, funcionava com 336 teares a vapor, envolvendo um complexo de 9 mil fusos. 

9. Massas Baccherini

Foi pensando em garantir uma renda extra para sustentar os 10 filhos que o casal de italianos Elizabeta e Ernesto Baccherini deu início a uma das mais renomadas marcas que Petrópolis já teve. Enquanto ela produzia as massas, o marido, tecelão da Companhia Petropolitana de Tecidos, era quem vendia as mercadorias na estação de trem nas horas vagas.

Embalagem Baccherini / Foto: Arquivo pessoal Mário Luiz Baccherini

O negócio teve início de forma familiar, mas logo ultrapassou fronteiras que o casal de imigrantes, lá na década de 20, nem sonhava em alcançar. Com muito esforço e dedicação, os Baccherini contam que a empresa chegou a produzir 25 diferentes produtos, empregando 246 funcionários e atingindo uma produção de 600 toneladas por mês.

E aí? O que achou dessa viagem no tempo? Comente aqui =)

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Essa matéria foi feita em parceria com o Blog Petrópolis Sob Lentes
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