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4 curiosidades sobre a história de um dos túmulos mais visitados do Cemitério de Petrópolis

História

4 curiosidades sobre a história de um dos túmulos mais visitados do Cemitério de Petrópolis

Popularmente conhecido como “Anjinho”, sepultura de Francisco José Alves Souto Filho atrai visitantes durante o Dia de Finados, que deixam brinquedos

*Matéria atualizada no dia 01 de novembro de 2023

Neste Dia de Finados, 2 de novembro, contaremos algumas curiosidades sobre a história de um dos túmulos mais visitados do Cemitério Municipal de Petrópolis que é o de Francisco José Alves Souto Filho, que ficou popularmente conhecido como Anjinho.

Documento que o advogado Lauro Barreto encontrou no arquivo da Catedral e que consta a causa da morte do anjinho – Foto Divulgação Arquivo Lauro Barreto

Durante todo o ano, visitantes deixam dezenas de brinquedos na sepultura do bebê como recompensa por pedidos supostamente atendidos por ele. Francisco morreu em Petrópolis, em 9 de abril de 1872, aos 3 meses de idade. Segundo o atestado de óbito, a causa da morte foi congestão pulmonar. Os pais dele eram Francisco José Alves Souto e Maria Luiza de França e Silva.

O Anjinho ficou conhecido depois que o marmorista, Jaime Severo Lira (já falecido), passou a cuidar da sepultura do bebê, que estava abandonada. Na ocasião, ele fez um pedido de cura para tratar uma úlcera, foi atendido e, em troca, deixou um brinquedo.

A crença foi passando de boca em boca o que levou o túmulo a ser um dos mais visitados, principalmente, em datas como o Dia de Finados.

1. Crença popular

Depois que Jaime morreu, a tarefa de cuidar do túmulo passou para o filho Antônio de Souza Lira, o baianinho, que é quem ajuda a manter o local limpo até os dias atuais.

Fotos: Reprodução/Instagram – @frei_berg_ofm/@jubsampaio

A quantidade de brinquedos deixada no túmulo indica que os pedidos feitos ao anjinho têm sido atendidos. Segundo Antônio de Souza Lira, os fiéis também têm deixado muitas flores.

A bibliotecária aposentada Mariza Gomes conta que também chegou a receber uma graça do anjinho. Na época, pediu para que o marido conseguisse um emprego e logo ele estava empregado e ela retribuiu com um presente para o anjinho.

2. Os presentes

A sepultura 685 onde o pequeno Francisco foi enterrado tem uma estátua de anjo em cima. Por este motivo, ele é chamado pelos fiéis de anjinho. No local, são deixados os mais variados tipos de brinquedos, como carrinhos, bonecos, bolas e também chupeta, mamadeira, objetos usados pelos bebês de maneira geral.

Túmulo de Francisco José Alves Souto Filho, popularmente conhecido como Anjinho – Foto: Aline Rickly

Os presentes costumam chegar novos e na caixa. Eles ficam expostos por um tempo e depois são doados para crianças carentes. Em algumas ocasiões, a quantidade chega a ser tão expressiva que os administradores do cemitério colocam caixotes ao lado da sepultura para guardar os brinquedos.

3.  Pesquisa histórica

Em 2013, o advogado Lauro Barreto, intrigado com as histórias que ouvia, passou a pesquisar a história da criança e chegou ao sobrinho-neto do anjinho, Francisco Souto Neto, que tem 77 anos e reside em Curitiba. Francisco desconhecia a existência do nascimento do menino na árvore genealógica da família e, desde então, passou a contribuir com a pesquisa por meio de documentos.

Lúcia Helena e Francisco Souto Neto, sobrinhos-neto do anjinho – Foto Divulgação

O anjinho era neto de um dos três amigos mais próximos do imperador D. Pedro II, o Visconde de Souto. A informação foi revelada pelo sobrinho-neto que, junto com a prima Lúcia Helena Souto Martini, publicaram uma biografia sobre o Visconde de Souto, em 2017.

4. A árvore genealógica

O pai do anjinho, Francisco José Alves Souto, era bisavô de Francisco e Lúcia. Os primos sabiam que ele tinha se casado com Maria Luiza, mas não sabiam que chegaram a ter um filho com ela.

A pesquisa feita por eles aponta que Maria Luiza morreu cerca de 1 ano e meio após a morte do anjinho (em 7 de novembro de 1873). Seus restos mortais estão no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa – Portugal.

Túmulo de Maria Luiza de França e Silva no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em Portugal – Foto Divulgação Arquivo Francisco Souto Neto

Francisco acredita que foi após a morte de Maria Luiza que o bisavô casou com Maria Lapa de Salles Oliveira, bisavó dele e da Lúcia.

Já o pai do anjinho, Francisco José Alves Souto, foi enterrado em 5 de dezembro de 1907, no Cemitério Municipal de Jacareí, em São Paulo.

Certidão de óbito de Francisco José Alves Souto  – Foto Divulgação Arquivo Francisco Souto Neto

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