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Profissionais da saúde de Petrópolis poderão receber atendimento psicológico gratuito durante a pandemia

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Profissionais da saúde de Petrópolis poderão receber atendimento psicológico gratuito durante a pandemia

Objetivo é prestar atendimento terapêutico aos agentes que estão na linha de frente da batalha contra a COVID-19 na cidade.

O trabalho foi organizado com um único propósito: acolher, terapeuticamente, todos os profissionais que vêm incessantemente atendendo pacientes da COVID-19 em todas as unidades de saúde da cidade, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, entre outros. Com o número de casos crescendo no município, alguns agentes já apresentam um abalo no estado emocional, como estresse, depressão, síndrome do pânico e problemas de sono. Baseados nisso, um grupo de Psicólogos do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF/AB), amparados pela Secretaria de Saúde, resolveu criar um suporte de acolhimento gratuito. No projeto, o principal objetivo é trocar experiências, oferecer orientações e diminuir um pouco da distância que atinge os profissionais da área.

Foto Divulgação HMNSE

“Uma ação carinhosamente desenvolvida pela equipe do NASF/AB. Não poderia ter sido criado num momento mais oportuno, quando vários profissionais realmente estão passando por sérias dificuldades psicológicas. Tenho certeza de que todos estão dando o melhor de si no dia a dia e só tenho a agradecer. O momento é de união, tanto de esforços quanto de corações”, afirmou o prefeito Bernardo Rossi.

De acordo com a chefe de Gestão do Núcleo de Educação da Saúde, Maria Zenith Nunes Carvalho, todo o trabalho vem sendo desenvolvido em benefício dos profissionais mais impactados e atingidos diante do atual cenário na cidade.

“Fizemos isso pensando naqueles que vêm sofrendo e sentindo na pele os efeitos da COVID-19. Muitos deixaram as famílias e têm se dedicado 24 horas por dia ao próximo. O gesto de doação, por si só, exige um fortalecimento desses profissionais. E é exatamente aí que entram os psicólogos, na ajuda especializada e profissional para que eles não caiam na tristeza, ansiedade e depressão”, disse.

O NASF/AB pede aos profissionais que estiverem interessados no atendimento para que entrem em contato com a ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde através do telefone (24) 2233-8888 ou do e-mail ouvidoriadasaude@petropolis.rj.gov.br.

“Vale lembrar que este trabalho é destinado aos profissionais da rede municipal de saúde e que deve ser previamente agendado. Esta foi a maneira que encontramos de acolher pessoas tão importantes, não apenas neste momento de crise, mas também no dia a dia da saúde em Petrópolis”, finalizou a secretária de saúde, Fabíola Heck.

51 profissionais da saúde de Petrópolis estão afastados com suspeita da Covid-19

Segundo informações da Secretaria de Saúde, 51 profissionais que trabalham direta ou indiretamente com a saúde em Petrópolis fizeram o teste para a Covid-19 e tiveram que se afastar de seus postos, devido a suspeitas de contaminação pelo coronavírus.

Foto Divulgação / UPA Centro de Petrópolis

Desses 51 casos suspeitos, 33 são médicos e enfermeiros, que estão da linha de frente do combate ao novo coronavírus. Os demais 18 são administrativos, profissionais da manutenção e da secretaria. Dois deles já foram confirmados com a Covid-19, sendo um enfermeiro e outro técnico em enfermagem.

A Secretaria de Saúde ainda afirma que há outros casos, mas segundo o Núcleo de Medicina do Trabalho, alguns fazem o exame direto pelo plano de saúde e, portanto, ainda não foram contabilizados pelo município. “Só teremos a estatística quando houver esse retorno. Sabemos que dois médicos testaram positivo, mas pela Unimed, e só  vão protocolar atestado no retorno da licença. Um do SAMU e outro cardiologista, mas para nós ainda não entram na estatística”, explica a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde.

Leitos de UTI em Petrópolis

Além do trabalho incessante com os pacientes da Covid-19, outra questão que vem gerando ansiedade nos profissionais da saúde é a ocupação dos leitos de UTI em Petrópolis.

Segundo a Secretaria de Saúde, o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE) — considerado referência no combate à Covid-19 em Petrópolis — está com 90% dos seus leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados. São dez leitos de UTI destinados a pacientes com coronavírus e nove já estão em uso.

Foto Divulgação / HMNSE

De acordo com a última atualização do Painel de Monitoramento da Covid-19, feito pela Secretaria de Saúde de Petrópolis, 47,83% dos leitos de UTI do SUS já estão ocupados com pacientes com suspeita ou confirmação de contaminação por coronavírus.

Petrópolis tem, hoje, 52 pacientes da Covid-19 internados, em leitos cínicos e de UTI. De acordo com dados do CNES (Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde), a cidade possui 127 leitos de UTI, somados entre todas as unidades de saúde (públicas e privadas). Mas vale dizer que nem todos estão disponíveis ao atendimento de pacientes com coronavírus.

O município determinou que 102 leitos serão específicos para o tratamento de pacientes com a Covid-19. Na rede pública, no HMNSE, são 82 leitos, sendo 69 leitos clínicos, 10 de UTI e 3 de unidade intermediária.

O último boletim epidemiológico, divulgado no sábado (25/04), indica que Petrópolis tem 392 casos totais testados, 152 já negativados para a doença, 110 testados como positivos, 126 casos aguardando os resultados dos exames laboratoriais e nove óbitos. Outros sete óbitos estão sendo investigados pela Vigilância Epidemiológica do Município.

A comunidade científica e a Organização Mundial da Saúde (OMS) veem o isolamento social como a melhor forma de conter o avanço da pandemia e evitar um colapso do sistema de saúde, enquanto não há um remédio e uma vacina para a Covid-19.

“O isolamento social é cientificamente comprovado. Estamos falando de uma doença transmissível pela tosse (quando perto de alguém) e pelo contato; uma doença que não tem tratamento ou vacina ainda e que tem matado milhares de pessoas pelo mundo. Logo, a única maneira de tentar conter esse vírus e evitar um colapso no sistema de saúde é cortando a transmissão, ou seja, o contato interpessoal. Por isso as medidas de distanciamento social são tão importantes junto da lavagem das mãos e uso de máscaras”, explica o médico infectologista José Henrique Castrioto.

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