Estação Ferroviária Leopoldina: conheça a história da atual Rodoviária no Centro de Petrópolis
Relembrar sua história é voltar no passado em que os trilhos eram os principais meios conectando cidades, pessoas e histórias
Um dos elementos mais emblemáticos do passado em Petrópolis é a antiga Estação Ferroviária Leopoldina. Localizada no coração da cidade, esse antes e depois carrega consigo a memória de uma época em que o trem era o principal meio de transporte e conectava a cidade ao restante dos lugares.
Por muitos anos, a Rua Doutor Porciúncula, sede da antiga estação ferroviária, foi símbolo do ritmo acelerado que começava a fazer parte do cotidiano urbano. Em meio aos embarques e desembarques, o movimento dos viajantes dava forma ao maior ponto de referência na cidade.
Foto: Reprodução Petrópolis Real
Seu passado
A Estrada de Ferro de Petrópolis foi a primeira construída no Brasil. Coube o feito ao engenheiro Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, após conseguir do Governo Imperial a concessão exclusiva para a navegação a vapor entre a cidade do Rio de Janeiro e o fundo da Baía de Guanabara.
A empresa sucessora da Companhia de Mauá, chamada Companhia Príncipe do Grão-Pará, obteve autorização do Governo Imperial, no ano de 1881, para a construção de mais seis quilômetros da serra acima, em local acidentado. Em 1883 os trilhos chegaram a Petrópolis. Entre os primeiros passageiros a realizarem o novo trajeto, estava D. Pedro II, sua família e várias personalidades da corte.
Para abrigar o terminal em Petrópolis, foi edificado um belo prédio de dois pavimentos, na Rua Toneleros (hoje Dr. Porciúncula), montado por um conjunto de marquises de proteção para os passageiros e que tomava todo o lado direito da via. Hoje o espaço é ocupado pelo Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina, em prédio de linhas mais modernas.
Fotos: Museu Imperial/Ibram/MTur
A “rua da Estação” como era popularmente conhecida, abrigava os melhores hotéis e excelentes casas comerciais. Pode-se afirmar que ali estava o polo central histórico da cidade. O local tinha o prédio da Leopoldina como seu ponto de referência. Por ali transitava desde a fundação, até o ano de 1928, todos os viajantes para Petrópolis. A estrutura da estação também é um testemunho da engenharia da época, combinando funcionalidade com beleza.
Com o aumento gradativo de passageiros e o natural crescimento urbano de Petrópolis, a estação de trens foi sendo ampliada, reformada, como ponto central do município e, igualmente, como referência da passagem do trem “mineiro” que trafegava de Barão de Mauá (Rio de Janeiro) até Manhuaçu (Minas Gerais) e, ainda, ligava os distritos petropolitanos do centro até São José do Rio Preto (antigo 5º distrito de Petrópolis e hoje o município de São José do Vale do Rio Preto).
Fotos: Museu Imperial/Ibram/MTur/ Reprodução
A estação da Leopoldina tornou-se ainda mais movimentada durante os dez anos de capital do Estado (1893 – 1903), quando Petrópolis recebeu todas as autoridades fluminenses e experimentou acentuado aumento do tráfego de pessoas. Através dos anos, a linha férrea persistiu até 1964 quando foi desativada pelo Governo Federal.
Hoje, o espaço é ocupado pelo Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina, em prédio de linhas mais modernas. Mas é um local alvo de muitas críticas feitas pelos petropolitanos. Então, o que fica são lembranças e histórias vividas na antiga Estação.
Fonte: IHP – Instituto Histórico de Petrópolis
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