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Você sabia que Petrópolis foi uma cidade planejada?

História

Você sabia que Petrópolis foi uma cidade planejada?

Elaborada pelo major Júlio Frederico Koeler, a Planta Petrópolis foi publicada em 1846 e foi o primeiro documento de mapeamento, zoneamento e ocupação espacial da cidade

Petrópolis é uma Cidade Imperial única, com uma história fascinante e um planejamento urbano pioneiro para a época de sua fundação. Em parceria com a professora de história e geografia, Camila Rocha e fontes disponibilizadas no IHP – Instituto Histórico de Petrópolis, contamos um pouco sobre o planejamento urbanístico da cidade.

Na época, D. Pedro II contratou o major Júlio Frederico Koeler com o objetivo da realização do projeto do Palácio Imperial. Koeler já havia feito algumas obras no Rio de Janeiro como prédios e pontes.

Ao desembarcar na Fazenda do Córrego Seco, o major começou a mapear a região a partir dos rios e propôs ao Imperador uma obra territorialmente maior, pois percebeu que havia um grande potencial agrícola para o local se tornar uma colônia.

Foto: Acervo Museu Imperial

Por volta de 1837, Koeler começou o planejamento urbanístico do que viria ser então Petrópolis. O mapeamento do Palácio acompanhou a elaboração de uma planta urbanística que foi publicada em 1846 e esses dois projetos chamam atenção por suas percepções modernas, como:

  • A divisão da região em quarteirões de acordo com a proximidade afetiva com o Imperador. Desligando-se das questões de poder aquisitivo, mas em torno do Palácio estariam aqueles que tinham mais afinidade, intimidade amizade com o imperador.
  • Os imigrantes estavam destinados a quarteirões mais afastados do Palácio. Mas estes, também receberiam uma atenção especial do engenheiro. Aos quarteirões dos imigrantes foi aplicado uma política de acolhimento, pois eles seriam nomeados de acordo com a região de origem dos imigrantes. Seguindo a política encontram-se os quarteirões: Mosela, Bingen, Quarteirão Inglenhein.
  • As construções também deveriam obedecer alguns padrões. As casas deveriam estar dispostas de frente para os rios com uma distância de cerca de 50m da margem, sobre um platô de pelo menos, 1m de pedra que elevasse a casa, e uma distância de 3m de qualquer encosta aos fundos ou na lateral do terreno. Mostrando a preocupação com as possíveis enchentes e com os deslizamentos.

Desde então, o planejamento de Koeler recebeu a aprovação do Imperador D. Pedro II e na chegada dos primeiros imigrantes em 1843, o plano territorial já estava efetivado. Em 1847, o major sofreu um acidente e morreu em sua chácara no Valparaíso. Otto Reymarus foi escolhido pelo próprio Imperador para dar prosseguimento ao planejamento. Porém, como as suas visitas eram esporádicas aqui em Petrópolis, foi notado um afrouxamento da fiscalização das obras.

Foto: site Naturam Viagens e Turismo

Na década de 1850, a execução do planejamento urbanístico de Petrópolis já não era mais prioridade de D. Pedro, pois as convulsões políticas tomavam mais de seu tempo. A Proclamação da República em 1889 também afetou o projeto de Koeler. A partir desse momento, o governo republicano passou a investir em uma estratégia diferente.

O início do século XX foi marcado por políticas públicas voltadas para a incrementação de modernizações urbanas. Como a instalação de bondes elétricos, assim como energia elétrica, iluminação pública e saneamento básico.

Apagar o passado colonial também era importante para este projeto. Então foi aprovado na Câmara, a alteração do nome de ruas que remetessem ao período imperial. Assim, as seguintes ruas como Rua do Imperador, Rua Paulo Barbosa, Rua da Imperatriz tiveram seus nomes alterados, sendo Avenida 15 de novembro, Rua do Mordomo e Avenida 7 de Setembro.

Um dos marcos mais emblemáticos do planejamento urbano de Petrópolis é o Museu Imperial, que foi construído como residência de verão para a família imperial e hoje abriga um vasto acervo de objetos históricos do Brasil Imperial. Além disso, diversos palácios como o Palácio de Cristal, o Palácio Rio Negro e o Palácio Quitandinha, foram erguidos durante esse período, representando a grandiosidade da arquitetura presente na cidade.

Foto: reprodução @fajardao

Major Júlio Frederico Koeler, não teve tempo de expandir e nem de acompanhar o crescimento de Petrópolis. Mas, deixou documentado que planejar, prevenir e acolher é possível.

O planejamento cuidadoso de Petrópolis é evidente ainda hoje, com suas ruas largas, praças arborizadas e uma arquitetura diversificada que combina estilos europeus com influências brasileiras.

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