‘Crochemigas’: coletivo de mulheres é exemplo de solidariedade e amizade em Petrópolis
Integrantes relatam como ressignificaram a dor da perda de um ente participando do grupo e fazendo o bem para os outros
O grupo Crochemigas, além das habilidades com as mãos e da solidariedade com o próximo, vem curando a dor de algumas participantes. É assim que Márcia do Carmo Machado, de 86 anos, descreve o coletivo de amigas, que se reúne para crochetar.
Foto: Arquivo pessoal – Andrea Muhlhaus
Há cinco anos, Márcia perdeu o seu esposo. Ela relata que a vida já não tinha o mesmo sentido, que nada mais lhe agradava. “Era uma dor, uma tristeza sem fim”.
O convite para conhecer as Crochemigas veio por meio de uma das integrantes que é amiga de infância da filha de Márcia. “Vendo o meu sofrimento, e quase um quadro de depressão, que Renata insistia para que eu conhecesse o grupo. Mas resisti por sete meses. No mês de dezembro fui para nunca mais sair”, conta.
Foto: Arquivo pessoal – Márcia do Carmo
No coletivo há 4 anos, sorridente, Márcia é só elogios ao grupo de amigas, que vai além dos encontros semanais. “Porque lá é assim, só alegria. Hoje posso dizer que o Crochemigas é minha terapia, me curei da dor da perda do meu marido lá. E a melhor cura para a dor é se ocupar fazendo o bem”, pontua.
São histórias que se encontram. Andrea Muhlhaus D’Orey Gaivão, de 55 anos, também entrou no grupo após a perda de um ente. “Na época, conhecia a Márcia (uma das fundadoras do Crochemigas) de um restaurante e fiquei interessada em ajudar no projeto. Minha mãe estava em tratamento de um câncer e esse grupo me ajudou muito a superar a perda dela”.
Foto: Arquivo pessoal Andrea Muhlhaus – segunda da esquerda para direita
As mãos que não se soltam das agulhas, fazem o mesmo sentido na vida de todas. “A amizade vai além dos encontros. Com algumas temos mais convivência, mas somos muito amigas, uma não solta a mão da outra!”.
Para quem pensa em fazer parte do grupo, Andrea aconselha: “Venha e será super acolhida e vai se divertir muito. Difícil dizer, mas hoje a coisa mais importante, depois da minha família, é as Crochemigas. Além disso, aqui a gente se sente super útil e é muito gratificante ver a alegria das pessoas que podemos ajudar por meio do trabalho”.
Sobre o Crochemigas
Fundado em 2018, o grupo Crochemigas começou como um passatempo entre as participantes. Desde então, a iniciativa se tornou uma das mais conceituadas de Petrópolis, sempre ajudando quem precisa na cidade, principalmente nas épocas mais frias do ano. Com cerca de 25 integrantes, o projeto já ajudou vários lares e instituições necessitadas do município, por meio de doações de todas as partes do país. Desde de seu início, já foram confeccionadas mais de 2,6 mil peças.
Foto: Divulgação
Encontros
O grupo Crochemigas se reúne às terças-feiras, das 15h às 19h, na Katz do Relógio das Flores. Lá os interessados podem fazer crochê, conversar e confeccionar peças para doação. O encontro é gratuito e aberto ao público.
Foto: Divulgação
Como ajudar
As crochemigas arrecadam lá, quadradinhos de crochê, gorros e cachecóis. Para ajudar, basta levar as doações até a Rua 16 de Março, número 50. Atualmente, o grupo recebe doações de todas as partes do Brasil. Acompanhe as atividades do coletivo na página @crochemigas