Conheça o Buddy: o cachorro herói que salvou a vida de sua dona na tragédia em Petrópolis

Não é à toa que cientistas, cada vez mais, se dediquem ao estudo dos animais em situações de desastres. Capazes de pressentir o que está por vir antes dos homens, muitas vezes são eles os responsáveis por salvar vidas em momentos decisivos. Foi o que aconteceu com a petropolitana Vânia Coelho, de 58 anos. Sozinha em casa no dia do desastre, ela teve na figura de seu cão Buddy o responsável por garantir que ela não fosse atingida pelo deslizamento que levou embora sua casa. Com dificuldades de locomoção, foi ele também que a auxiliou a sair dos destroços.

Fotos: Divulgação

Embora estivesse longe do marido e da filha no dia da tragédia, Vânia estava acompanha da gatinha da família, Mia, e dos cães Buddy e Mel. O mais jovem de todos, Buddy, de quatro anos, provou ter a coragem e força necessárias para garantir a segurança de quem ama. Com um instinto que o fez prever o deslizamento antes que a petropolitana tomasse conhecimento da situação, ele a ergueu para que a lama caísse sobre ele e não sobre Vânia. Em seguida, sabendo que ela tem dificuldades de locomoção, abriu caminho e a deu suporte para sair de casa.

“Se não fosse ele, minha mãe não estaria mais com a gente”, afirma Mayara Moura, filha de 28 anos de Vânia. Fotógrafa, Mayara explica que, na ocasião, estava em seu estúdio na Rua Teresa, ao mesmo tempo em que seu padrasto trabalhava no Alto da Serra. Os dois mantinham contato pelo WhatsApp com Vânia e a aconselharam a permanecer na sala, onde o risco seria menor. O imóvel ficava atrás da academia New Life Fitness, na rua do lado oposto ao Hipershopping. Naquele dia, a família perdeu a estrutura da casa e todos os seus pertences.

Fotos: Divulgação

“Minha mãe tem artrite reumatoide e anda com bengala, muleta. O Buddy ouviu o barulho muito antes dela, subiu no sofá e a deu apoio para mudar de posição. Nisso, a lama caiu toda em cima dele. A poodle ficou em cima da minha mãe e a gatinha foi a primeira a fugir. Ficou no muro até a minha mãe sair de casa”. Na espera pelo pior assim que a residência da família foi atingida por terra e árvores, Vânia teve lama até o pescoço e encontrou no Buddy seu herói, anjo da guarda e salvador.

“O Buddy é obediente. Ele não sobe no sofá e nem na minha cama. Naquele dia, depois de me levantar até um ponto seguro no sofá ele ainda deitou sobre as minhas pernas, colocando todo o peso dele em cima de mim. Graças a isso consegui me segurar nele e ficar firme no sofá. Quando deu uma trégua eu caminhava e descansava me apoiando na cabeça dele. Foi muito exaustivo e dolorido, mas ele não deixou de cuidar de mim até eu ser socorrida. Buddy é meu herói, meu protetor. Ele é meu anjo da guarda”, descreveu Vânia.

Sem nunca ter sido adestrado, a família conta que Buddy é extremamente inteligente e preocupado em cuidar. Facilmente assustado por barulhos, naquele dia ele comprovou que o amor, realmente, move montanhas e entes queridos em situações de perigo. “Quando a gente passa mal ele entra em desespero e fica ao nosso lado até a gente ficar bem. Ele tem isso de cuidar”, diz Mayara. A quem possa se perguntar sobre a gatinha e a cadela da família, ambas também conseguiram ser resgatadas.

Fotos: Divulgação

A poodle Mel ficou três horas nos escombros. Em choque, só voltou a latir depois de dois dias. Já a gatinha Mia ficou desaparecida por quase uma semana e, depois de oito dias, reencontrada pela família. Vânia, o marido e a filha têm sido abrigados pelo filho da petropolitana até que encontrem um local definitivo para morar. Os bichinhos, por sua vez, têm tido que ficar em uma hospedagem para animais. Comovidos com a história, amigos criaram uma vaquinha para ajudá-los a se reestabelecer.

Aqueles que puderem ajudá-los podem contribuir com doações pelo link da vaquinha, disponível clicando aqui.

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