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Conheça a história de uma das primeiras famílias japonesas a chegar em Petrópolis

Cultura

Conheça a história de uma das primeiras famílias japonesas a chegar em Petrópolis

Cidade teve papel fundamental na construção da maior comunidade de japoneses fora do Japão

O Brasil é o país com a maior comunidade de descendentes japoneses, fora do Japão, com cerca de dois milhões de habitantes. A maioria dos nikkeis, como são conhecidos, vive em São Paulo, sobretudo, no bairro Liberdade. Mas, apesar de Petrópolis ter poucos japoneses atualmente, foi aqui que essa ligação teve início. Conversamos com uma petropolitana descendente de uma das primeiras famílias japonesas a virem para a cidade para contar essa história.

Família de Kathia, com avós, pais e tios. Foto: Arquivo Pessoal

Kathia Yamamoto é vice-presidente da Associação Nikkei de Petrópolis e neta de Kisaburo Yamamoto e Hide Yamamoto, que vieram do Japão para o Brasil em 1931. “Meus avós vieram em busca de melhores condições de vida, pois, na época, era noticiado que havia muitas oportunidades de emprego no Brasil, principalmente no setor de agricultura, e que se ganhava dinheiro fácil aqui”, explica.

Ambos trilharam uma longa viagem de navio e, quando chegaram no Porto de Santos, foram enviados para Manaus. Apesar das dificuldades na comunicação, o casal conseguiu aprender o português. Posteriormente, passaram ainda por Belém, mas lá, Kisaburo pegou malária várias vezes e ficou com medo, decidindo se mudar para Petrópolis.

Passaporte do casal. Foto: Arquivo Pessoal

“Eles sempre trabalharam com agricultura e, primeiro, vieram morar na região de Manga Larga, em Itaipava, mas se fixaram na Estrada dos Albertos, na Posse. Meus avós foram uma das três primeiras famílias de japoneses que chegaram em Petrópolis”, conta.

Após o falecimento dos avós, o legado da família na agricultura foi continuado por Kimio Yamamoto, pai de Kathia. Hoje, o trabalho é feito por seu irmão, que assumiu a lavoura depois da morte do pai.

Na foto, o irmão, Kathia, mãe e a irmã. Foto: Arquivo Pessoal

Ligação entre Petrópolis e Japão

Bem antes de Kisaburo e Hide pensarem em vir para o Brasil, porém, muitos outros japoneses já estavam chegando aqui. Oficialmente, a imigração japonesa no país começou em 1908. Mas, ainda mais anteriormente, registros históricos apontam que a primeira delegação diplomática do Japão no Brasil foi instalada em Petrópolis, onze anos antes.

Em 1895 foi assinado, em Paris, o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, entre o Brasil e o Japão. Dois anos depois, em 1897, o primeiro grupo diplomático japonês chegou ao Brasil e ficou hospedado em Petrópolis, no então Alexandra Hotel, atual Convento Nossa Senhora de Lourdes.

No mesmo ano, foi aberta a primeira legação do Japão, na Avenida Sete de Abril, 609. Em 1903, a sede foi transferida para a Avenida Ipiranga. Em 1906, a partir de um relatório enviado de Petrópolis para o governo Japonês, por meio do 3º Ministro do Japão, Fukashi Sugimura, as fronteiras do Brasil foram abertas para a imigração japonesa.

Finalmente, em 1908, chegava o primeiro navio, o Kasato-marú, trazendo os primeiros imigrantes japoneses, que desembarcaram em Santos. “Esse ano estamos comemorando o 130º aniversário da Assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1895), dando início às relações diplomáticas entre Japão e Brasil, pavimentando o caminho para a construção da maior comunidade japonesa fora do Japão”, acrescenta Kathia.

Na foto, membros da família Yamamoto e amigos. Foto: Arquivo Pessoal

Festival da Cultura Japonesa

Para celebrar essa conexão, a Associação Nikkei de Petrópolis realiza, anualmente, o Festival da Cultura Japonesa, o Bunka-Sai, que acontece até este domingo (17), no Palácio de Cristal.

Saiba mais: 10 motivos para curtir o Bunka-Sai, festival da cultura japonesa em Petrópolis

Fotos: Divulgação

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