[Nomes de Rua] Você sabe quem foram os irmãos D’Angelo que dão nome à rua no Centro de Petrópolis?
Os irmãos deixaram ricas e saborosas heranças na cidade
A caçula das ruas centrais de Petrópolis, a Rua Irmãos D’Angelo, apesar de recente em relação a outras vias, carrega uma história rica e saborosa. Oficialmente aberta ao tráfego em 12 de outubro de 1964, por meio do Decreto-Lei n° 2.011, ela começa na Praça Dom Pedro II, esquina com a Rua 16 de Março, e termina na Rua Oscar Weinschenck. Mas o que muitos petropolitanos talvez não saibam é quem foram os personagens homenageados em seu nome. Nesta edição da série #NomeDasRuas conheça a história por trás dos irmãos.
Foto: reprodução
Da Itália para Petrópolis
Vindos de Bomba, uma pequena localidade na Província de Chiete, na Itália, os irmãos D’Angelo – João, Donato, Domingos, Alexandre e Nicola D’Angelo chegaram ao Brasil em 1909. Jovens e determinados, fixaram residência em Petrópolis, onde começaram como engraxates e carregadores. Mas o destino logo lhes reservou algo maior.
Foi o português Valentin Aguiar, dono de uma confeitaria instalada justamente onde hoje funciona a tradicional Casa D’Angelo, que enxergou nos irmãos italianos uma promessa de continuidade para seu negócio. Sem herdeiros preparados para tocar a confeitaria, Aguiar decidiu passá-la aos cinco irmãos.
Cada um no seu talento
Os D’Angelo eram unidos e organizados. Cada irmão se especializou em uma área para garantir a excelência do novo negócio. João, casado com dona Tita e pai do futuro ortopedista Dr. Donato D’Angelo, tornou-se o administrador. Donato foi aprender tudo sobre vinhos europeus para atender a clientela mais exigente. Domingos estudou confeitaria com ninguém menos que Giuseppi Salvatori, chef do Copacabana Palace, e criou os famosos Caramelos D’Angelo. Alexandre ficou responsável pela seleção das frutas – de todas as partes do mundo – e Nicola, pelos salgados.
Novo prédio, uma nova fase
Em 1936, os irmãos decidiram demolir o antigo prédio da confeitaria, que datava do século 19, e construíram um novo, moderno para a época, que viria a se tornar símbolo da cidade. Eles também ergueram outro prédio do outro lado da Praça Dom Pedro II. Seus produtos – em especial os caramelos e a famosa Torrada Petrópolis – ganharam fama nacional e até internacional.
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Rua em homenagem
Décadas depois, a cidade reconheceu a importância dos irmãos D’Angelo não apenas como empreendedores, mas como figuras marcantes na construção da identidade petropolitana. A Rua Irmãos D’Angelo foi batizada em sua homenagem e hoje abriga edifícios comerciais, escritórios, e marcas que marcaram época, como o Magazin De Carollis e a Sapataria Godoy. Curiosamente, ainda resta uma única residência térrea em meio aos prédios modernos – uma espécie de respiro nostálgico da antiga Petrópolis.
*Informações do Documentos do Arquivo Histórico de Petrópolis – “Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis” do historiador Álvaro Zanatta
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