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Ferrovia que liga Magé a Petrópolis será reativada, segundo o Estado

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Ferrovia que liga Magé a Petrópolis será reativada, segundo o Estado

Trecho de 6,1 km da ferrovia mais antiga do país pode chegar a transportar mais de 500 mil pessoas ao ano, com um custo menor que o deslocamento de ônibus

O Governo do Estado anunciou a reativação do trecho de ferrovia entre Vila Inhomirim, em Magé, até o Alto da Serra, em Petrópolis. O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, confirmou o sinal verde dado pelo governador Cláudio Castro para a execução do projeto cujos estudos já estavam em curso.

Foto: Divulgação

O custo total é avaliado em R$ 60 milhões para trazer de volta o sistema de transporte de passageiros, com ênfase no turismo. O trecho de 6,1 km pode chegar a transportar mais 500 mil pessoas ao ano com um custo menor do que o deslocamento de ônibus.

Movimento 2030

O movimento Petrópolis 2030, um dos responsáveis por pedir a iniciativa, nasceu do anseio de empresários em cobrar do poder público ações neste sentido e elencou 20 propostas iniciais de vários setores.

“A ferrovia é um deles e comemoramos que ela se torne realidade depois de mais de duas décadas em que é apontada como um dos vetores do turismo e de mobilidade urbana”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Cláudio Mohammad, que lidera o movimento Petrópolis 2030.

Foto: Divulgação

Andamento das intervenções

Washington Reis anunciou que o Estado já está comprando as composições, veículos leves sobre trilho (VLTs), que também têm cremalheira, ou seja, veículo, equipados com rodas convencionais e também rodas dentadas, que possuem capacidade multiplicada para terrenos inclinados. O secretário anunciou que serão iniciadas em breve as intervenções para recompor a antiga ferrovia.

“É uma obra fundamental para a mobilidade urbana, a recuperação da história e como modal de transporte e importante para o turismo. Estamos felizes em tirar do papel um projeto ousado, complexo, mas um passo considerável para Petrópolis e Magé, uma obra que a sociedade cobra há muito tempo”, afirmou Washington.

“A meta agora é estar mais próximo da secretaria estadual de Transportes acompanhando todos os passos para a execução da ferrovia. Petrópolis precisa estar envolvida, atuante e colaborativa junto ao governo do Estado, agente público que já demonstrou interesse pelo desenvolvimento da cidade e que tem os recursos e a expertise necessária para as intervenções”, prega Cláudio Mohammad.

Foto: Divulgação

Celebração

Ângela França, vice-presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária e membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, representa as instituições no Petrópolis 2030 e celebra o andamento do projeto em que a AFPF já vinha assessorando o governo do Estado tecnicamente sobre sua viabilidade.

“Somos parte desse processo, pois o motivo fundamental da sua fundação da Associação era a restauração dessa ferrovia histórica. Washington Reis e Cláudio Castro abraçaram o projeto, tirando do papel depois de tantos anos e já saber que as composições estão sendo compradas e a licitação está sendo finalizada nos deixa conscientes de que trilhamos o caminho certo, resilientes durante todos esses anos até alcançarmos nosso objetivo final”, afirma Ângela França.

Antônio Pastori, também diretor da Associação, formou em 2010 o GT-Trem, grupo de trabalho que incluiu as prefeituras das duas cidades beneficiadas com a ligação e que apresentou, em repetidas oportunidades, diversos estudos para entes públicos mostrando a viabilidade econômica e o avanço de recuperação da ferrovia, não apenas em sua ligação entre Vila Inhomirim e Petrópolis, mas entre Magé e o Centro da capital, extensão de 49 quilômetros.

Uma lei estadual de 2010 declarou de “relevante interesse turístico e econômico para o Estado do Rio de Janeiro a reativação da Ferrovia Príncipe do Grão Pará”, que parou de funcionar em 1964 por ser considerada economicamente inviável. Os estudos nas últimas décadas mostraram, no entanto, que a ferrovia, além de viável tecnicamente, terá forte influência na mobilidade e no turismo sobretudo para Petrópolis.

Foto: Divulgação

140 anos da inauguração da ferrovia em 2023

O anúncio do governo do Estado de recuperação da primeira ferrovia do país coincide com as comemorações pelos 140 anos de sua inauguração. A ferrovia foi inaugurada no dia 19 de fevereiro de 1883 tendo na viagem inaugural o Imperador D. Pedro II.

Na época, o meio de transporte foi saudado pela eficiência e o encurtamento da viagem entre capital e Petrópolis, que levava cerca de duas horas. E assim foi durante 81 anos até que em novembro de 1964, a cremalheira realizou sua última viagem, pois foi considerada antieconômica, num momento em que o Brasil entrava na época da expansão das rodovias.

Um dos relatos históricos do modelo eficiente e rápido de transporte é do emblemático 13 de maio de 1888. A ferrovia possibilitou que a Princesa Isabel almoçasse com os filhos às 9h, em Petrópolis, e se dirigisse para o Paço Imperial no Centro do Rio por volta das 14h, assinando a Lei Áurea e estando de volta à Cidade Imperial no entardecer da mesma data.

Foto: Divulgação

Petrópolis 2030 trabalha por 20 propostas iniciais pelo desenvolvimento econômico

O movimento Petrópolis 2030 é formado por 24 instituições que representam a cadeia produtiva de Petrópolis. Elas elencaram 20 projetos iniciais que estão sendo tratados com o governo do estado para colocar a cidade na rota do desenvolvimento, revertendo, em pouco tempo, o esvaziamento econômico que Petrópolis sofre. Reunidas, as instituições elencaram 20 propostas básicas de obras, programas e equipamentos que podem mudar essa realidade e estabeleceram como meta o ano de 2030 para que estejam em funcionamento estas reivindicações.

As primeiras 20 propostas do movimento Petrópolis 2020 foram divididas pelos setores de Transporte, Infraestrutura, Tecnologia, Defesa Civil, Segurança, Turismo, Eventos e Desenvolvimento Econômico. Os projetos incluem a ligação Bingen-Quitandinha e a nova pista de subida da serra, a revitalização da Rua Teresa, um centro de convenções, uma escola de cervejaria, melhoria no abastecimento de energia, expansão do gás natural encanado e investimentos em segurança. Além disso, há a urgência da criação da Faculdade de Tecnologia e inclusão de um curso de tecnologia no ensino médio em Petrópolis, uma campanha de divulgação da cidade para consolidar o turismo e atrair investimentos, a instalação de um radar meteorológico de última geração e um heliporto.

As entidades envolvidas têm representantes da Indústria (Firjan), Comércio (Sicomércio, Arte e CDL), Construção Civil (Sindicato da Construção Civil), Confecção (Sindicato da Indústria de Confecção), Tecnologia (Serratec), Hotelaria (Petrópolis Convention, Sindicato da Indústria Hoteleira e ABIH-RJ), Eventos (AssociEventos), Cervejaria (Associação de Microcervejarias de Petrópolis e Sindicato das Indústria de Alimentos e Bebidas de Petrópolis), Alimentação (Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria de Petrópolis).

Também fazem parte o MercoSerra, Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis, Associação dos Profissionais da Contabilidade de Petrópolis, Instituto Philippe Guédon, NovAmosanta, Conselho Comunitário de Segurança, Conselho Regional de Engenheiros e Arquitetos, Associação Petropolitana de Preservação Ferroviária e o Museu Imperial.

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