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Pela primeira vez na história, coletivo de mulheres assume mandato na Câmara de Petrópolis

Cidade

Pela primeira vez na história, coletivo de mulheres assume mandato na Câmara de Petrópolis

Em 2020, a Coletiva Feminista Popular foi a 5° candidatura mais votada na cidade. Grupo de mulheres assume uma cadeira na Câmara dos Vereadores nesta quinta (02)

Pela primeira vez na história de Petrópolis, a cidade terá um mandato coletivo feminino. Após a eleição do vereador petropolitano Yuri Moura para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a Coletiva Feminista Popular do PSOL assumirá a cadeira vaga na Câmara Municipal nesta quinta-feira (2), às 14h.

Julia Casamasso a primeira da esquerda para a direita. Foto: Divulgação

Como funciona?

As candidaturas coletivas não são oficiais e, pela lei, vale apenas um CPF. No caso da Coletiva Feminista Popular, o de Júlia Casamasso. A proposta é construir um mandato com muitas mãos e demonstrar que o fazer político é sempre um ato coletivo.

Além de Júlia, que ocupa o cargo de vereadora, há apenas outras sete vagas dentro do mandato, que serão ocupadas por uma parte da militância do partido. Essa estrutura dialoga com a prática de gabinete aberto para construir política com as mulheres trabalhadoras da cidade, que são o centro do programa levado por elas às ruas em 2020.

Políticas públicas

“Comida, creche, roupa limpa e um lugar para trabalhar” foi uma das frases do jingle da campanha do grupo em 2020 e revela a tarefa que orientará este primeiro mandato. A meta é trabalhar para defender políticas públicas capazes de reduzir a sobrecarga do trabalho do cuidado, que causa o empobrecimento das mulheres trabalhadoras e mães.

“Estamos muito animadas com a posse hoje. Vamos fazer um mandato de lutas para transformar a política local. Convidamos todas as mulheres trabalhadoras para ocupar a casa legislativa com todas nós, porque somos nós que fazemos a cidade funcionar. As atividades realizadas dentro de casa, como cozinhar, lavar, passar, cuidar das pessoas, também são trabalho, mesmo quando não recebemos nada por isso. Vamos lutar por políticas públicas que tirem esse trabalho de dentro de casa a partir de creches em horários estendidos, lavanderias públicas e restaurantes populares. Por uma vida digna para o povo trabalhador na nossa cidade”, declara Júlia.

Foto: Divulgação

Início da Coletiva

O processo de construção da Coletiva começou entre os anos de 2013 e 2014, fruto da organização de mulheres, militantes do PSOL e de diversas lutas de Petrópolis.

O grupo, que veio a se chamar Coletiva Feminista Popular somente em 2020, lançou a sua primeira candidatura a vereadora em Petrópolis ainda em 2016: a professora Maria Gabriella, em uma campanha feminista, antirracista, feita com poucos recursos e militantes que, mesmo assim, conseguiu uma votação expressiva e construiu laços com diversos setores de luta da cidade.

Nos anos seguintes, a equipe cresceu, com pessoas vindas das mais diferentes lutas: das mulheres e da construção do 8M em Petrópolis, do direito à moradia, do movimento de direitos humanos, do movimento negro, da defesa das famílias vítimas dos despejos da BR-040 e impactadas pela CONCER, das lutas anticárcere e antiproibicionista, da comunicação popular e do movimento estudantil.

Eleições 2020

Mesmo sendo a 5ª candidatura mais votada nas eleições legislativas municipais de 2020, com 2.561 votos, a Coletiva Feminista Popular acabou ficando, inicialmente, apenas com a 1ª suplência. Com a eleição, no ano passado, do vereador Yuri Moura para deputado estadual, a Coletiva assume a cadeira vaga pelos próximos dois anos.

Pouca representatividade

Historicamente, poucas mulheres foram eleitas para o cargo de vereadora em Petrópolis. Desde 1989, apenas quatro mulheres ocuparam cadeiras na Câmara de Vereadores.

A primeira mulher vereadora foi Carmen Felicetti. Também passaram pelo legislativo: Wilma Borsato (1993 a 1996), Renata Fadel (2001 a 2004) e Gilda Beatriz, que foi eleita pela primeira vez em 2012 e está em seu terceiro mandato.

Hoje apenas uma mulher divide a Câmara de Petrópolis na tomada de decisões com 14 homens – Foto: Divulgação Prefeitura de Petrópolis

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