6 maneiras de proteger os animais do barulho dos fogos de artifício neste fim de ano
Projeto contra a comercialização dos artefatos barulhentos já foi aprovada na Câmara
As festas de fim de ano sempre preocupam tutores devido a soltura de fogos de artifício com estampido sonoro. Apesar da prática ser proibida na cidade, ainda é comum ouvir o barulho provocado pelos artefatos em momentos de comemoração.
Os cães, que possuem uma audição mais potente e sensível que a dos humanos, são os que mais sofrem nesta época. Conversamos com a médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Amigo Bicho, que deu seis dicas sobre como aliviar o estresse e o choque nos bichinhos provocados pelos fogos!
Fotos: Nivea Andrade e Ingrid Barboza
1. Companhia
Estar presente junto aos animais domésticos e manter um som ambiente no dia mais barulhento do ano, é considerado o comportamento ideal para Priscila: “Além de evitar utilizar os artefatos e permanecer com os animais no interior da residência, é importante não confirmar o medo do peludo, digo, se o responsável percebe o sentimento no animal, não deve acariciá-lo neste momento”, ressalta a profissional. Priscila ainda orienta os donos a deixarem nome e telefone em plaquinhas de identificação ou até mesmo escrito a caneta nas coleiras de cães e gatos, pois a agitação causada pelos fogos, somada ao entra e sai das visitas, costuma ser grande motivo de fugas. Também é fundamental não deixá-los acorrentados, pois podem se enforcar, provocando a morte do animal.
Foto: Pitty/ Ingrid Barboza
2. Dessensibilização sonora sistemática
Outra técnica que pode ser utilizada é a de dessensibilização sonora sistemática. Consiste em trabalhar com um aplicativo de celular que simula estampidos de fogos e uma caixinha de som via Bluetooth. Aos poucos e gradativamente, coloca-se o barulho perto dos cães do nível um ao nível 10, sendo a cada dois dias um grau, variando também os tipos de fogos. Ao fazer o exercício, observar se o animal está se acostumando ou não e aí vai se limitar ou não o volume do aplicativo. A dica é importante para dessensibilizar o animal diante destes sons. Além disso, é fácil e não há custos extras.
Foto: Sunny/Luísa Abreu
3. Evitar aglomerações, optar por cômodos seguros e colocar playlists para relaxamento
Infelizmente, existem casos que o sofrimento do animal é tão extremo que eles podem vir a óbito, não só por ferimento, brigas e enforcamento, como também por parada cardíaca. Por isso, Priscila ressalta ainda a adoção de outros hábitos para proteger os animais. Evitar a aglomeração de muitos animais que podem brigar devido ao estresse. Colocar seu pet em cômodo seguro, com portas e janelas fechadas. Se possível manter o rádio ou a TV ligados em programação calma. Existem também playlists no Spotify e canais no Youtube com horas de músicas dedicadas apenas a relaxar cães e gatos. Deixar o ambiente em meia luz. Dar alimentação leve, para evitar distúrbios estomacais.
Colocar cobertores ou edredons nas portas e janelas para abafar o som dos fogos. Se o animal permitir, colocar algodão nos ouvidos. No caso de aves, cobrir as gaiolas. Para gatos, procurar promover esconderijos seguros, como caixas de papelão, guarda roupas, entre outros.
Foto: Fumaça/ Nivea Andrade
4. Evitar dar comidas que eles não estão acostumados a comer
É importante não ceder à tentação de oferecer comidas natalinas ao animal, já que os doces típicos podem causar insuficiência renal e as carnes tendem a provocar vômito e diarreia. O chocolate, por exemplo, é extremamente tóxico para o animal.
Foto: Tom/Aline Rickly
5. Florais e ansiolíticos com prescrição veterinária
Para amenizar o estresse é possível encontrar em em pet shops difusores de odores sintéticos e rações com funções relaxantes. Além disso, também é pode-se ministrar florais para medo, ansiolíticos ou fitoterápicos. “Ainda há tempo de proteger o animal ao realizar um tratamento, começando dias antes do evento, por meio de uma avaliação clínica para indicar o melhor medicamento”, alerta Priscila, acrescentando ser válido procurar um especialista em comportamento animal, como adestradores, caso a ansiedade ou o medo sejam crônicos. A médica veterinária complementa: “Quando o animal têm muita fobia e fica muito ansioso, a gente receita medicação contínua para evitar acidentes”, esclarece.
Foto: Miley/ Ingrid Barboza
6. O que fazer em caso do tutor que vai precisar ficar ausente?
No caso de pessoas que precisam estar ausentes, o recomendado é separar os animais com temperamento dominante, desde que não seja em ambientes com portas de vidro e objetos cortantes à disposição, como a cozinha, por exemplo, já que o animal acuado e agitado pode se debater contra a porta ou fazer algo cair, provocando ferimentos. Se a pessoa for viajar com o animal, é preciso atentar para o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que obriga o uso de cadeirinhas, cintos de segurança e caixa de transporte para os animais. A hipertermia – excesso de calor – também é preocupante e deve ser evitada, não deixando o animal trancado no veículo ou em local com pouca ventilação. Em caso de viagens para a região dos lagos, os animais devem se prevenir contra o verme do coração, transmitido pelo mosquito palha, muito comum em localidades litorâneas, podendo utilizar injeção uma vez ao ano ou outras formas de prevenção, ficando a critério do médico veterinário a melhor alternativa para cada situação.
Foto: Malu/Letícia Knibel
Como denunciar?
A soltura ilegal de fogos de artifício com ruídos pode ser denunciada na cidade e recomenda-se que seja feita ao Setor de Fiscalização de Postura, entrando em contato pelos números (24) 2246-9043 e (24) 2246-9042.
A Sou questionou o governo municipal, que afirmou ter reforçado as orientações aos estabelecimentos como pousadas e hotéis em relação às proibições.
Foto: Baunilha/Helen Aguiar
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