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Recorrência de tragédias em Petrópolis se torna tema de pesquisa e podcast de estudantes de SP

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Recorrência de tragédias em Petrópolis se torna tema de pesquisa e podcast de estudantes de SP

Podcast “Petrópolis: a Síndrome do Céu Azul” é resultado de 25 entrevistas conduzidas pelo trio

Lembrada pelos rastros de deslizamento nas encostas que sobressaem na paisagem, pelas vidas que se foram e pelo medo sempre que chove mais do que o esperado, a tragédia vivida por Petrópolis em 2022 marcou a história do município, de quem o habita e daqueles que, mesmo que de longe, se viram sensibilizados pelo ocorrido. Foi o caso de três estudantes de Jornalismo de São Paulo que fizeram da recorrência de tragédias na cidade tema de suas pesquisas para o projeto de conclusão da graduação: a criação do podcast A Síndrome do Céu Azul.

Fotos: Divulgação

Desde o dia 15 de fevereiro deste ano, Amanda Locali, Duda Cambraia e Letícia Ferreira dedicaram seus dias a falar, pensar, pesquisar, escutar e ler sobre Petrópolis, como elas mesmas descrevem. Primeiro contato aprofundado sobre a cidade, a tragédia motivou o trio de estudantes, já atuantes em veículos de comunicação da capital paulista, a tornar a pauta tema de um projeto ainda mais ambicioso e desafiador do que foi a cobertura dos eventos naquele período. Ao todo, foram 25 entrevistas, 15 horas de material gravado e duas viagens à Cidade Imperial.

Nas imagens, a mesma localidade, no Alto da Serra, em abril e setembro. Fotos: Divulgação

Para Duda Cambraia, de 21 anos, ouvir de um engenheiro que os primeiros registros de enchentes na cidade serrana aconteceram ainda na época do Imperador foi um dos momentos decisivos na construção do caminho do estudo. A partir dele, uma série de emoções foram desencadeadas não apenas nos entrevistados, mas também nas estudantes. “Foi nesse momento que resgatei na memória o desastre de 2011. Apesar dos 11 anos de diferença, eu tinha a sensação de que as datas eram muito próximas. Foi aí que surgiu a ideia de pesquisar mais sobre o tema”, explica.

Fotos: Divulgação

Dor recente para as vítimas, a tragédia foi tema central das conversas tidas com especialistas, historiadores, comunicadores e moradores que relataram o medo da proximidade com o versão, a insatisfação com o poder público e o luto pela cidade e vidas perdidas. Entre quem reside na cidade, a principal percepção tida pelas estudantes é a de que “não dá para diferenciar quem sobreviveu, quem salvou e quem morreu porque, no final, todo mundo passou pelos três”, descreve Duda.

Os 5 episódios do podcast “Petrópolis: A Síndrome do Céu Azul” podem ser conferidos na íntegra nas principais plataformas de áudio clicando aqui. Problema antigo à espera de ser resolvido, graças ao formato adotado pelas estudantes, o tema tem sido levado a ouvintes que residem fora da Região Serrana e que, a partir do projeto, têm sido levados a reflexões. Ainda segundo Duda, “independente do tempo que passar, a tragédia não tem data de término”, daí a importância de se falar sobre ela e cobrar por ações.

Mais detalhes sobre o projeto “Petrópolis: A Síndrome do Céu Azul” podem ser obtidos pela página @asindromedoceuazul do Instagram ou então pelo site https://www.asindromedoceuazul.com/

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