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Poliomielite: Petrópolis está abaixo da meta de vacinação

Saúde

Poliomielite: Petrópolis está abaixo da meta de vacinação

Com baixa adesão à vacinação, casos de poliomielite podem voltar a acontecer no Brasil

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite vai só até essa sexta-feira (30). Mas dados oficiais revelam que, até o dia 26 de setembro, 52% do público-alvo recebeu o reforço da vacina no Brasil.

De acordo com os dados mais recentes do DATASUS, Petrópolis tem 14.395 crianças menores de cinco anos e a meta é imunizar 95% delas. No entanto, até o momento, a cidade atingiu um número muito baixo de doses de vacinas aplicadas para crianças de um ano (1010), dois anos (906), três anos (1034) e quatro anos (1.065). Um total de 4.015 crianças imunizadas.

Foto: Karina zambrana OMS opas

“Estamos muito distantes de atingir o número total do público que necessita tomar a vacina. A Secretaria Municipal de Saúde terá que fazer um esforço para uma busca ativa dessas crianças”, explica a pesquisadora Patrícia Boccolini, do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS) da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), em parceria com a Fiocruz, responsável pela pesquisa.

Volta da poliomielite

A pesquisadora destaca que o vírus da poliomielite é endêmico em muitos países, isso significa que há a possibilidade de acontecer casos no Brasil, uma vez que a população não está sendo devidamente imunizada. Recentemente, os Estados Unidos precisaram entrar em estado de emergência por conta do registro de um caso da doença no estado de Nova York.

“Enquanto a doença não for erradicada no mundo existe um risco real de um país ou continente ter casos importados e o vírus pode voltar a circular em seu território. Por isso é fundamental imunizar as crianças e atingir a meta de cobertura vacinal”, salienta.

Doença pode levar ao óbito

A especialista ainda frisa que não existe tratamento para a poliomielite e muito menos remédios contra o vírus. A única forma de proteção é a vacina. A medida certeira que precisa ser adotada contra a doença é a conscientização da população em relação a importância da vacinação em massa das crianças no mundo inteiro, como a única forma de garantir que esse vírus não cause problemas graves na vida das crianças.

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

“Essa doença pode levar a criança ao óbito, além de poder causar sequelas avassaladoras como problemas respiratórios e ao atingir o sistema nervoso ataca os neurônios motores e pode provocar paralisia dos membros inferiores”, elenca a pesquisadora.

A médica pediatra e professora da UNIFASE/FMP Drª Cláudia Vilardo destaca que “A paralisia infantil é uma doença que foi eliminada do Brasil em 1990, graças a boa cobertura vacinal que tivemos. A maioria da população atual nunca viu um caso de pólio e talvez seja por isso que as pessoas não tenham noção da realidade cruel causada por esse vírus”.

“Não queremos ver nossas crianças com atrofias musculares, levando a dificuldade de andar, paralisias, inclusive da musculatura respiratória, dificuldade na fala e, às vezes, até na deglutição. Portanto, os pais devem ter esse compromisso com os seus filhos e com as futuras gerações”, acrescenta.

Queda na taxa de vacinação

O Brasil registra sucessivas quedas na taxa de vacinação contra a poliomielite desde 2016 e diante do cenário de pandemia, a situação se agravou. Em 2021, o país registrou a pior cobertura dos últimos 25 anos, quando menos de 75% dos bebês foram imunizados.

Foto: Pixabay

Em 2020, o relatório da Comissão Regional para a Certificação (RCC) da Erradicação da Poliomielite nas Américas (OPAS/OMS) expressou preocupação com a possibilidade de reintrodução do poliovírus no Brasil. O país passou a integrar a lista de alto risco para a doença, ao lado da Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela.

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