Saiba como se tornar um doador de órgãos e como funciona este processo em Petrópolis
Brasil é o segundo maior transplantador do mundo. Em Petrópolis, somente este ano, quatro captações de órgãos foram realizadas pelo Hospital Santa Teresa
Nesta terça-feira (27), é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O Brasil é referência mundial, sendo o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o Ministério da Saúde. A Sou separou algumas informações sobre como ser um doador.
Doador vivo
Existem dois tipos de doadores. Um deles é o doador vivo, que pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões.
Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a história clínica do doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. A doação de órgãos de pessoas vivas que não são parentes só acontece mediante autorização judicial.
Foto: Freepik
Doador falecido
Já o doador falecido, com diagnóstico de morte encefálica (vítimas de traumatismo craniano, ou AVC, derrame cerebral, anóxia, etc), ou com morte causada por parada cardiorrespiratória (parada cardíaca), pode doar órgãos como: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.
É importante falar para a família que deseja ser um doador de órgãos, para que, após a morte, os familiares possam autorizar a doação e retirada dos órgãos e tecidos. No Brasil, a doação só é realizada após a autorização familiar.
Para saber mais sobre o assunto, confira esta sessão no site do Ministério da Saúde.
Captação de órgãos em Petrópolis
No Hospital Santa Teresa (HST), referência no atendimento a pacientes com sintomas neurológicos em Petrópolis, foram realizadas quatro captações de órgãos neste ano. Duas delas neste mês.
Foto: Divulgação
O coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do HST, Carlos Carneiro, explica que, ao ser registrada uma morte encefálica, o hospital informa para o Programa Estadual de Transplante (PET), que pesquisa se, na fila de espera da região, há pacientes compatíveis com o doador.
Caso não haja, a procura se estende a nível nacional e, encontrando um receptor, o PET autoriza a entrevista e o Hospital aborda a família. Tendo uma resposta favorável, o HST organiza uma sala para a captação dos órgãos.
Mesmo os hospitais que não têm uma Cihdott devem, obrigatoriamente, notificar casos de morte encefálica ao PET, que costuma dar o suporte para fazer os testes e, caso a família opte pela doação, fazem a captação.
Palestra sobre doação de órgãos
Nesta quarta-feira (28), o HST discutirá o tema no salão nobre, a partir das 13h30. O evento, que será aberto ao público, contará com a presença do médico Sandro Montesano, que falará sobre o Programa Estadual de Transplantes e sua atuação junto às CIHDOTT’s; e do médico Gustavo Fernandes Ferreira, coordenador do serviço de transplantes de Juiz de Fora.
A psicóloga Jociane Gatto, coordenadora do setor de psicologia do HST, falará sobre o acolhimento familiar e os enfermeiros Thauan Pereira e Julio Barros apresentarão simulações de casos de morte encefálica. O evento também vai contar com os testemunhos das paciente transplantada Consuelo de Carvalho Leite e da triatleta transplantada Natanne de Oliveira.