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A história por trás da foto: a trajetória do visitante mirim que se tornou diretor do Museu Imperial

História

A história por trás da foto: a trajetória do visitante mirim que se tornou diretor do Museu Imperial

Um passeio pela jornada e pelas lembranças do Prof. Mauricio Vicente Ferreira Junior

Toda jornada se inicia com um passo. O que o petropolitano Mauricio Vicente Ferreira Junior não esperava era que um dos grandes capítulos de sua narrativa tivesse início antes mesmo de começar a caminhar. Na primeira edição da série de reportagens A história por trás da foto, conheça a trajetória do visitante mirim do Museu Imperial que, anos mais tarde, viria a se tornar o diretor da instituição.

Fotos: Arquivo pessoal Mauricio Ferreira Junior

Além do nome, ao que parece o Prof. Mauricio Vicente Ferreira Junior também herdou do pai o gosto pelo conhecimento. Filho de militar, cresceu em contato com a arte e a cultura. Nascido em Petrópolis e morador do Bingen até os 11 anos de idade, se mudou para Minas ainda na infância e, em seguida, para Brasília em função da carreira do pai. Mudavam-se as cidades, mas em todas elas havia um fator em comum: a história.

Como comprova o registro fotográfico de Mauricio em seus primeiros meses de vida no jardim do Museu Imperial, a valorização do passado se deu desde o princípio de sua jornada – tanto a que diz respeito ao conhecimento de mundo, quanto a da própria caminhada. “Os álbuns ficam como documentação. Você sabe de onde você vem. O carinho da família. Sempre olhei aquela foto, mas nem associava ao Museu em si”, relata.

Foto: Arquivo pessoal Mauricio Ferreira Junior. Na imagem, ele aparece acompanhado da mãe, Leonice Ferreira, e da professora Alcidea Pujol

Num passeio por suas lembranças de infância e juventude, o professor, historiador e pesquisador recorda alguns de seus momentos favoritos, sendo quase todos eles acompanhados por aventuras pelo conhecimento. Quando não estava acompanhado por um livro ou enciclopédia a que se rendia da primeira à última página, seus olhos estavam vidrados em filmes históricos ou então percorrendo museus.

“Meu pai sempre gostou muito de história e comprou livros para casa. Eu lia sobre os romanos, egípcios e tinha fascinação por aquilo. Ele também sempre me levava a concertos de música. O passeio que eu adorava era o que tinha como roteiro o zoológico, o jardim da Quinta e o Museu Nacional”. Diretor do Museu Imperial desde 2008, foi na instituição que Mauricio deu início a sua jornada profissional como estagiário na Biblioteca.

Descrito como “um paraíso em suas mãos”, o setor lhe abriu as portas para um universo estimulante do qual nunca mais saiu. “O Museu tem um conjunto lindo de obras de viajantes estrangeiros e eu adorava”. Da Biblioteca em diante, foram diversos os setores e países percorridos. Em 1986, o petropolitano teve a oportunidade de realizar a 1º viagem internacional e, além de comparecer a um congresso em Portugal, viajar para a França, Itália e Espanha.

“No Fórum Romano eu fiquei louco. Tocava nas pedras e imaginava quanta história elas já não tinham testemunhado. O Coliseu também foi muito impactante. Esse primeiro contato com civilizações da antiguidade é muito forte”. Único representante brasileiro em uma conferência de museus do BRICS em 2018, pode-se dizer que, desde que teve sua primeira foto tirada no Museu, o historiador já testemunhou e viveu muita história.

Foto: Arquivo pessoal Mauricio Ferreira Junior

Mestre em Museologia pela Universidade Estadual de Nova Iorque, Mauricio já proferiu conferências e comunicações em instituições na Alemanha, Bélgica, China, Cuba, Itália, Portugal, Rússia e Venezuela; publicou artigos em periódicos e obras coletivas no Brasil e exterior, tendo na possibilidade de resgatar e contar histórias uma de suas maiores satisfações.

Foto: Arquivo pessoal Mauricio Ferreira Junior

“Conseguir montar um discurso por meio de objetos, peças, e passar isso de forma inteligível para outras pessoas é muito gratificante. Você montar uma feição, contar uma história”. Filho de Mauricio e Leonice, o petropolitano se alegra em, diariamente, se reconectar ao passado através de suas pesquisas e projetos e, através deles, ao seu aspecto curioso e interessado em aprender e fazer valer suas raízes.

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