Centro Cultural da UNIFASE recebe exposição ‘Mulher de Ninguém’ a partir deste sábado
Visitação é gratuita e vai até o dia 25 de julho, das 10h às 18h, de segunda a sábado
O Centro Cultural da UNIFASE recebe a partir deste sábado (7), a exposição “Mulher de Ninguém”, com obras de 30 artistas da cidade de Petrópolis e convidadas dos estados do Rio de Janeiro (capital), São Paulo, Juiz de Fora e uma convidada especial da França. Os trabalhos valorizam a independência da mulher como artista, como ser pensante e atuante em todas as esferas.
Foto: Divulgação UNIFASE
A exposição ficará aberta para visitação gratuita até o dia 25 de julho, das 10h às 18h, exceto aos domingos.
“Essa exposição reafirma a luta de artistas contra a hierarquia de gênero na arte e no acesso aos espaços expositivos. Um posicionamento político e ético muito importante no atual contexto de retrocessos e de aumento na escalada dos preconceitos e violências contra as mulheres, negros, indígenas, LGBTQI+”, afirma Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da UNIFASE.
Resgate à história
O título da exposição foi inspirado na expressão “Mulher de fulano de tal” e a pesquisa de criação se baseou num capítulo no livro “Isso é Arte?”, de Will Gompertz, que relata a “Exhbition 31 Women/ Exibição 31 Mulheres”, realizada no ano de 1943 pela colecionadora de arte Peggy Guggenheim, com orientação do artista plástico Marcel Duchamp. Esta foi uma das primeiras exposições realizadas só com obras de artistas do sexo feminino.
Foto: Divulgação UNIFASE
A artista e curadora da exposição “Mulher de Ninguém”, Josiana Oliveiras, explica que a ideia da primeira exposição promovida apenas por mulheres no Centro Cultural abriu caminho para uma produção mais livre, sem a hierarquia da arte de gênero e sem a necessidade de a mulher viver à sombra de um homem artista, nem de ocupar aquele clássico lugar de modelo, musa e amante dos artistas.
“Pesquisando mais a fundo a história sobre a primeira exposição só de mulheres, percebi que os nomes de muitas artistas estavam com a identidade atrelada aos nomes de artistas homens. Assim, vi a necessidade de falar sobre a mulher em geral, mas principalmente as artistas, por estar neste meio, ter seu nome desvinculado do nome dos homens”, diz Josiana.
Segundo a curadora, na exposição será possível ver artistas que têm sua pesquisa dentro da literatura, do corpo como suporte, da natureza e do fazer manual, como o crochê e a cerâmica, sendo a pesquisa em arte. “São mulheres criando o que querem e não o que a sociedade acha que elas devam fazer”, destaca.
Convite à reflexão
Os variados papéis desempenhados pelas mulheres que trabalham, cuidam da casa, têm o compromisso com os filhos e se dedicam à pesquisa para comporem suas obras são importantes pontos para a reflexão da sociedade e estarão em destaque na exposição.
“Atualmente vemos muitas artistas mulheres expondo, o que é ótimo, mas também queremos ver as nossas artes fazendo parte das coleções. As mulheres formalmente têm jornada tripla. Precisam dar conta da casa, da família e do trabalho. Muitas vezes, o trabalho de arte acaba ficando de lado”, diz Josiana.
Ela conta ainda que a exposição não quer criar uma evidência sobre a mulher só, mas sim mostrar artistas novas e outras que estão há tempos na profissão, que têm uma pesquisa séria e merecem ser valorizadas.
A exposição “Mulher de Ninguém” tem a coprodução e co-curadoria do artista petropolitano Cláudio Partes, convidado pela sensibilidade que apresenta em todos os seus trabalhos. “Queremos nosso lugar de fala como artista e nosso reconhecimento tanto quanto os homens têm. Ter o Cláudio Partes dividindo a produção dessa exposição só de mulheres, cria esse espaço de fala e de percepção de como nós trabalhamos e temos as nossas particularidades”, destaca Josiana Oliveiras.
“Cores e Formas da Determinação”
Simultânea à exposição “Mulher de Ninguém”, o Centro Cultural Arthur Sá Earp Neto apresenta a mostra “Cores e Formas da Determinação” com trabalhos desenvolvidos pelas estudantes mulheres do projeto de extensão da UNIFASE “Encceja Mulheres do Vale”, realizado no Vale do Carangola.
As pinturas orgânicas foram feitas durante a oficina de arteterapia com orientação da artista visual e psicóloga Fernanda Medeiros.
“Essa mostra é resultado de um projeto de preparação para o ENCCEJA, mas também, como ele é desenvolvido apenas com mulheres, é um espaço para se conversar sobre o que é ser mulher no Vale do Carangola, ser mulher em Petrópolis, no Brasil. É um projeto de extensão que foi proposto a partir de conversas com essas mulheres e é também desenvolvido por alunas e professoras extensionistas”, diz Ricardo Tammela.
Nesse início de pós-pandemia, ele afirma que esta é uma fresta nesse modelo de sociedade absurdamente desigual e injusta. “Um movimento de resistência e luta por um mundo mais bonito”, acrescenta.
O Centro Cultural da UNIFASE, fica na Avenida Barão do Rio Branco, nº 1003, no Centro de Petrópolis.
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