O Barão do Rio Branco foi um nome fundamental para incorporação do Acre ao Brasil. Parte das reuniões com esse objetivo ocorreu em Petrópolis e projetou a cidade no início da década de 1900 no cenário político internacional
Matéria atualizada às 9h08 do dia 13 de outubro de 2024
Uma das ruas mais conhecidas em Petrópolis, a Avenida Barão do Rio Branco, que liga o Centro da cidade aos distritos, é uma homenagem ao diplomata, advogado, historiador e político brasileiro, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.
Foto 1: Reprodução livro Brasileiros Ilustres em Petrópolis – Jeronymo Ferreira Alves Netto / Foto 2: Arquivos Sou Petrópolis
A relação entre o Barão do Rio Branco com Petrópolis ocorre devido à negociação que incorporou a região do Acre ao Brasil. Em 17 de novembro de 1903 foi assinado com a Bolívia o chamado “Tratado de Petrópolis”.
Segundo a publicação de 2004 do professor Jeronymo Ferreira Alves Netto, “Brasileiros Ilustres em Petrópolis”, as reuniões sobre essa questão ocorriam ora no Rio de Janeiro e ora em Petrópolis.
Nesse tratado assinado entre os dois governos, a Bolívia reconheceu o território do Acre como pertencente ao Brasil.
“Em troca, o Brasil indenizava a Bolívia com dois milhões de libras esterlinas e obrigava-se a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Todavia, o grande mérito do Tratado foi ter impedido que grupos estrangeiros, a serviço de uma organização internacional, tivessem criado uma cabeça-de-ponte na região, para futura exploração das matérias-primas da mesma”, diz um trecho do livro.
Na obra, o professor Jeronymo (falecido em 2019) afirma ainda que o fato de Petrópolis ter sido o cenário de grande parte das negociações que culminaram com a assinatura do tratado projetaram “enormemente” a cidade no cenário internacional.
Outras curiosidades sobre o Barão do Rio Branco
Nascido em 1845, no Rio de Janeiro, foi personalidade marcante da época. Estudou no Colégio Pedro II, no Rio; cursou Direito em São Paulo e trabalhou em pesquisas históricas no Recife a partir de 1866. Ele também morou 25 anos em Paris
Desde 1884 passou a ocupar o conselho privado do Imperador e o título de Barão do Rio Branco veio quatro anos depois, em 1888, após a Proclamação da República. Ele recebeu o título de D. Pedro II.
Ao longo da trajetória, o Barão do Rio Branco foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), deputado no Mato Grosso e Ministro das Relações Exteriores durante quatro governos: Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca.
Ele também foi membro da Academia Brasileira de Letras. Com problemas renais, o Barão do Rio Branco morreu no Rio em 10 de fevereiro de 1912.
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