Possibilidade do trabalho remoto faz crescer busca por imóveis em Petrópolis
Especialistas observam tendência de fuga da capital, principalmente do RJ, em busca de qualidade vida em área verde e com cômodos que possam ser adaptados para o home office
Tradicional refúgio dos cariocas, principalmente no verão, Petrópolis passou a ser ainda mais visada desde o início da pandemia, mas desta vez como opção não só para passar os fins de semana, e sim para moradia. A busca por mais qualidade de vida em meio à insegurança provocada pelo novo coronavírus fez a cidade do interior se tornar ainda mais atrativa como alternativa para quem vivia na capital.
Foto Arquivo Sou Petrópolis
O grande motor dessa mudança de comportamento, segundo a corretora de imóveis Catarina Rodrigues, foi a mudança nas relações de trabalho, com a transição de muitos ofícios para a modalidade de home office ou trabalho remoto.
“Uma pesquisa realizada pelo ZAP+ mostra que mais da metade dos moradores das capitais diriam sim para deixar a vida na metrópole e migrar para o interior. No Rio, a disposição de morar em cidades como Petrópolis é de 67%”, conta a corretora.
E essa tendência só aumentou durante este um ano de pandemia. Segundo Catarina, houve crescimento na procura por imóveis na cidade de 40% comparando os primeiros meses de 2021 com o mesmo período de 2020.
A corretora conta que alguns requisitos são indispensáveis na buscas por imóveis. “As pessoas que saem das capitais buscam casas que oferecem duas características: área verde e cômodos que possam ser adaptados para home office”, disse.
Foto: Bruno Soares
Outro comportamento visto neste período foi a volta dos filhos para a casa dos pais. Este foi o caso do jornalista Rodrigo de Castro Oliveira, de 24 anos.
Ele morava em Copacabana e percebeu que ia ser complicado ficar sozinho no apartamento no Rio durante a pandemia, entregou o apartamento e voltou para Petrópolis onde mora com os pais e a irmã em um apartamento na Coronel Veiga. “Aqui tenho uma estrutura maior e acho que tomei a decisão certa”, afirma.
Foto Arquivo Pessoal Rodrigo Castro
Jornalista na Revista Época, ele conta que a mudança para o home office foi drástica e estar na casa dos pais ajuda a amenizar a exaustão de cobrir uma pandemia. “Tenho certeza que no Rio seria mais complicado. A gente teve que se reinventar bastante e caímos no cansaço principalmente com relação ao negacionismo que ronda o país”, diz.
Guto Mariano também é de Petrópolis, mas morava no Rio há 11 anos. Com a pandemia, o trabalho, como produtor de conteúdo, migrou para o home office e possibilitou a volta dele para a cidade. Ele chegou a morar com os pais por três meses e depois alugou um apartamento em Corrêas.
“Aqui tenho mais qualidade de vida. A cidade é mais tranquila, não tem aquele caos extremo do Rio. E meu custo de vida também caiu, principalmente com relação à moradia que é bem mais em conta aqui. Fico bastante tempo em casa nesse período e tem sido perfeito”, afirma.
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