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Petropolitano busca mudar imagem negativa das favelas através da fotografia

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Petropolitano busca mudar imagem negativa das favelas através da fotografia

O fotógrafo Wagner Loiola criou o projeto “Favelas do Brasil” para descontruir a imagem estereotipada das comunidades e resgatar a autoestima de seus moradores

Nascido e criado na comunidade do Alto Independência, o jovem petropolitano Wagner Loiola, de 26 anos, viu na fotografia um instrumento de mudança. Buscando mostrar que favela não se resume a pautas negativas, o fotógrafo criou o projeto “Favelas do Brasil”: uma página no Instagram (@_favelasdobrasil) revelando as belezas e os talentos das comunidades.

“As favelas são vistas apenas como ponto de tráfico, bandidagem ou ‘gente preta favelada’. Embora sejamos favelados, existem muitas belezas e talentos aqui dentro que também merecem ser mostrados”, comenta Loiola.

Foto Divulgação “Favelas do Brasil”, por Wagner Loiola

Independência no Topo: de Petrópolis para todo o Brasil

A criação do “Favelas do Brasil” se mistura com a história do próprio Wagner Loiola. Jovem, morador do bairro Independência e negro, ele conta que a vida nunca lhe deu muitas oportunidades. Mas ao invés de lamentar, ele escolheu usar sua experiência e talento na fotografia como incentivos para fazer a diferença na vida de outros jovens como ele.

“O ‘Favelas do Brasil’ tem o objetivo de registrar histórias por todo o país e fazer história. Meu plano é dar visibilidade e oportunidade para pessoas como eu, que tiveram dificuldade de ter espaço”, revela Wagner Loiola, esperançoso de expandir o projeto para todo Brasil.

Foto Divulgação “Favelas do Brasil”, por Wagner Loiola

Buscando descontruir a imagem de que só há beleza no Centro Histórico de Petrópolis, Wagner escolheu começar o projeto fotografando sua própria comunidade: o Alto Independência.

“O ‘Favelas do Brasil’ veio para revelar a beleza da cidade imperial de um outro ponto de vista. Acredito que a violência contida aqui (no Alto Independência) se propaga pela falta de oportunidades. E trazer isso (oportunidade) para uma comunidade que é considerada a maior de Petrópolis, pode mudar a perspectiva quando as pessoas ouvirem o nome Alto Independência. Por isso a escolha de começar por aqui”

Foi lá também que Wagner fez o primeiro ensaio fotográfico do projeto, com a petropolitana Andreza Brittes. Nomeado de “Rainha da Favela”, o resultado foi uma mistura entre a beleza da modelo a autenticidade do local.

“Sempre que trabalhamos juntos tentamos ao máximo transmitir a mensagem de acordo com a realidade do local. Usar o bairro como cenário e dar o título de rainha é desconstruir essa ideia de burguesia da cidade de Petrópolis, afinal, aqui não é só o Centro Histórico”, comenta o fotógrafo.

Foto Divulgação “Favelas do Brasil”, por Wagner Loiola

Fotografia com propósito

Não é de hoje que Wagner Loiola usa a fotografia como instrumento de mudança. Em 2020, o fotógrafo fez um ensaio com a proposta de chamar a atenção de Petrópolis para as questões raciais, que ficou conhecido como “Vidas Importam”.

Autor da página @retratosloiola, o fotógrafo conta que poder alinhar a arte a causas sociais é o que o motiva e o faz amar sua profissão. Fora isso, em todo trabalho que Loiola se propõe a fazer, existe um objetivo em comum: elevar a autoestima das pessoas que participam de seus ensaios.

“Usar o meu talento hoje a favor de pessoas é o que me mantém vivo dentro da minha trajetória. A fotografia me deu autonomia para colocar pessoas como eu em posições que diziam que não poderíamos chegar”, comenta. E se depender da vontade desse jovem petropolitano em transformar o mundo num lugar melhor através da arte, o céu é o limite.

Foto Arquivo Pessoal Wagner Loiola

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