Connect with us

Após oito meses de portas fechadas, Casa Stefan Zweig reabre em Petrópolis

Turismo

Após oito meses de portas fechadas, Casa Stefan Zweig reabre em Petrópolis

A notícia de que os atrativos turísticos poderiam reabrir em Petrópolis veio dia 8 de outubro, mas a diretoria da Casa Stefan Zweig decidiu esperar mais um mês para se organizar conforme todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. No dia 13 de novembro, o museu abriu as portas novamente para receber petropolitanos e turistas.

Fotos: Instagram @quit_torrez

Dentre todas as adaptações que a Casa Stefan Zweig precisou passar, tornou-se regra que até quatro pessoas por vez podem visitar o museu, todas com uso de máscara e álcool gel.

Relembre a história e curiosidades da Casa Stefan Zweig

A exatos 5 minutos do Centro de Petrópolis, uma modesta casa abriga a memória e a história de um escritor austríaco cujo contexto e acervo, de comum não têm nada. Com vista para as Duas Pontes, o imóvel, situado na Rua Gonçalves Dias, 34, é espelho da encruzilhada: faz pensar nos dilemas vividos por Stefan Zweig.

Foto: Bruno Soares

Surpreendente do começo ao fim, a visita gratuita à Casa Stefan Zweig traz a imersão e a reflexão na vida do que foi considerado o autor mais lido e traduzido no período entre guerras. Aberta à visitação em 2012, por iniciativa do jornalista Alberto Dines, a casa já recebeu pouco mais de 13 mil visitantes que adentram um capítulo do passado vivo entre quatro paredes.

Frescor

Última morada de Stefan Zweig e sua esposa à época, Lotte, o recanto entre montanhas foi o ar fresco que o casal tanto precisava diante de um cenário de tamanha dor e destruição. Intelectual, pacifista e judeu, Zweig era, como os próprios guias da casa definem, “as três coisas que o nazismo queria ver bem longe”. Tendo tido seus livros queimados em praça pública, na Alemanha, foi no Brasil que ele encontrou uma nova chance de recomeçar.

Foto: Bruno Soares

Decepções

Logo após se mudar para Petrópolis, Stefan Zweig descreveu, em carta para a ex-esposa, que finalmente havia encontrado um lugar para descansar por alguns meses. “E as malas serão guardadas para não serem mais vistas por longo tempo”, disse ele. Infelizmente, a estadia da dupla não ultrapassou os cinco meses, quando os dois tiraram a própria vida.

Foto: Bruno Soares

Tendo chegado ao Brasil já com o embrião da depressão, como é reforçado na visita, o escritor foi consumido pelas dores do mundo. Em sua carta de despedida, faz questão de agradecer ao país por tê-lo dado a chance de reconstruir por completo sua vida. E é essa gratidão que, mesmo diante de um contexto tão denso, prevalece na Casa Stefan Zweig.

Imersão

Profunda, a manifestação do tema da guerra nos visitantes varia de acordo com cada um. E talvez seja esse um dos principais diferenciais da visita à Casa, que oferece ferramentas audiovisuais e interativas que permitem a imersão individual. Assim, cada visitante, em seu próprio ritmo, se permite absorver, entender e sentir o conteúdo a que se tem acesso.

Foto: Bruno Soares

Interatividade

Acolhedora, a Casa se propõe a dar aos visitantes o mesmo frescor oferecido a Zweig e Lotte: uma pausa para observar a vida de cima, sob um novo patamar. Nela acontecem exposições semestrais, ou seja, o ambiente nunca se mantém o mesmo.

Foto: Bruno Soares

Verdadeiro refúgio do conhecimento, o imóvel surpreende ao abrigar, numa área aparentemente pequena, uma imensidão de informações enriquecedoras. Prova disso é o “Canto dos Exilados”, que traz pequenas biografias de estrangeiros que, exilados no Brasil entre os anos de 1933 e 1945, ajudaram a enriquecer a cultura e a ciência brasileiras.

Acervo

Diferente das dinâmicas de museu a que estamos acostumados, na Casa Stefan Zweig os visitantes montam suas próprias rotas, o que torna cada visita única, inclusive no que diz respeito ao tempo de duração. Com alguns dos títulos do escritor austríaco disponíveis para consulta, o visitante pode lê-los ali mesmo, usufruir da varanda e se deixar refletir e inspirar.

Foto: Bruno Soares

Xadrez

Sem nem visitar a Casa você já deve ter ouvido falar no grande tabuleiro de xadrez que ocupa o jardim do terreno: uma referência à obra “Novela de Xadrez”. Escrita por Stefan Zweig quando morava em Petrópolis, a narrativa é bem curtinha. Disponível na Casa, é sempre uma boa pedida para quem quer se aventurar no mundo de Zweig.

Foto: Bruno Soares

Funcionamento

É admirável o compromisso da Casa Stefan Zweig em, de forma leve, manter a memória viva de forma tão engrandecedora. O espaço funciona de sexta a domingo, das 11 às 17 horas.

Foto: Bruno Soares

Movida pela inclusão, é interessante ressaltar que, além do português, as visitas também são oferecidas em francês, inglês e alemão. E se o transporte é um dos empecilhos para que você chegue até a casa, não se preocupe: grande parte das linhas de ônibus passam por ali. Saiba mais pelo telefone (24) 2245-4316 ou do site do museu: https://casastefanzweig.org.br/

Veja também:

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir