Casa da Ipiranga será reaberta com visitações guiadas, exposições e concertos
Após mais de um ano de portas fechadas, o local voltará a funcionar, conforme a autorização de reabertura dos pontos turísticos de Petrópolis pela prefeitura.
Em abril de 2019, petropolitanos e turistas ficavam sabendo do fechamento da ilustre Casa da Ipiranga. Agora, 17 meses depois, uma boa notícia: o atrativo turístico será reaberto ao público com a proposta de servir como um bom exemplo de imóvel tombado, levando cultura e história a quem for visitá-la. Entre as novas atividades, estão: visitações guiadas, exposições históricas, atividades culturais como concertos musicais, palestras, debates e local para exposições de artes plásticas, criando alternativa para a vida cultural de Petrópolis.
Foto Instagram @vivinaviagem
Sob nova gestão, o local, também conhecido como Casa dos Sete Erros, reabre com mais uma novidade: a recuperação do seu nome original Casa de Petrópolis Instituto de Cultura — primeiro nome recebido pela casa ainda em 1998.
“Esse nome foi dado pelos proprietários durante a primeira experiência de abertura da Casa como ponto turístico. Até 1982 era residência da família. Como foi uma boa época (2000), optamos pelo nome original. Depois disso a casa passou por outra gestão que foi encerrada ano passado”, explica a nova diretora da Casa de Petrópolis e historiadora Rachel Wider.
Enquanto a prefeitura não autoriza a reabertura dos pontos turísticos em Petrópolis, por conta das medidas de isolamento social, a Casa vem passando por manutenções diárias. “Nós estamos recuperando o jardim original projetado pelo botânico Auguste Glaziou. Diariamente fazemos manutenção na área externa, inclusive já foi feito um estacionamento para os visitantes”, revela Rachel Wider.
O primeiro andar contará com visitação guiada, onde as pessoas poderão contemplar toda a beleza dos detalhes originais do imóvel e com uma sala para exposição permanente de artes plásticas contemporâneas, sob curadoria do artista plástico Luiz Aquila, que é um dos proprietários da Casa.
Já programada para logo após a reabertura esse ano, a Casa vai sediar a exposição de arte contemporânea “Agora”, com obras de Aquila, Beatriz Milhares, Daniel Senise, Marcelo Lago, Julia Miranda e Antônia Dias Leite. “Em um segundo momento, o espaço irá receber em seu segundo pavimento a exposição ‘Nas Asas da Panair’, vinda do Museu Histórico Nacional”, revela a diretora.
As visitações serão de quarta a domingo, de 10h às 16h, para o público em geral, e às terças com grupos agendados. O valor cobrado, que servirá para manutenção da Casa, será de R$10 a inteira.
A história da Casa de Petrópolis Instituto de Cultura
Ilustre e repleta de história e simbolismos, a Casa de Petrópolis Instituto de Cultura está localizada no nº 716 da Rua Ipiranga, no Centro Histórico. Seu proprietário, José Tavares Guerra, que havia passado seus anos de estudo na Europa, idealizou sua residência unindo a beleza dos estilos europeus com as modernidades que começavam a surgir no final do século XIX.
Foto: Bruno Soares
Sua construção, que começou a ser executada pelo engenheiro alemão Karl Spangenberger em 1879 e feita com mão de obra de imigrantes, foi concluída em 1884. Os jardins foram projetados pelo botânico Auguste Glaziou, o mesmo responsável pela reforma dos jardins da Quinta da Boa Vista e da residência do Barão de Nova Friburgo, sendo o único no Brasil que se conserva em estado original.
Dezesseis anos depois, a casa recebeu instalação de luz elétrica, sendo a primeira na cidade a ter esse recurso. A casa abriga também o primeiro relógio de torre de Petrópolis e que se mantém conservado. É considerada uma das três mansões brasileiras do século XIX que ainda guardam suas características originais (as outras duas são a Casa da Hera, em Vassouras e o Palácio do Catete, atual Museu da República, no Rio de Janeiro).
Foto: Bruno Soares
Seu estilo arquitetônico é o Eclético, usado entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, e tem como característica a combinação de vários estilos do passado, formando uma nova linguagem arquitetônica a partir deles.
Os painéis distribuídos pela casa foram pintados pelo pintor austríaco Carl Schäffer, com exceção da sala Fumoir, pintada pelo artista italiano Gustavo Dall’Ara. O lustre da sala principal foi feito em bronze banhado à ouro pela fundição francesa Barbedienne, a mesma usada no Palácio de Versalhes. Na sala de música as pinturas no teto recordam as viagens feitas por José Tavares Guerra aos Alpes Suíços, África, Bagdá, Egito, Índia e Palestina. Algumas paredes são revestidas de papel feito à base de pó de ouro.
Foto: Bruno Soares
O imóvel serviu como moradia da família até 1982, passando por diferentes gestões, até ser fechada no início de 2019, tanto para reformas de urgência quanto para uma reestruturação administrativa.
Agora, em 2020, a Casa de Petrópolis Instituto de Cultura está se consolidando como um espaço histórico, artístico e cultural, contribuindo não só para o turismo da cidade como também para oferecer à população petropolitana, e a todos que a vierem visitar, uma programação de qualidade.
Para saber mais sobre a Casa de Petrópolis Instituto de Cultura, acompanhe o Instagram @casa_de_petropolis.
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