Fundado em homenagem a filho autista, projeto já capacitou mais de 50 cuidadores após a tragédia
Pensado nos dias seguintes à tragédia, o Borboleta Azul é uma iniciativa do petropolitano Alessandro Garcia, que perdeu a família na ocasião
Movido por e com amor, o Borboleta Azul simboliza o propósito a que Alessandro Garcia se comprometeu nos dias que sucederam a tragédia de Petrópolis. Em memória de sua família, ele fundou um projeto de formação gratuita para acolher pessoas com autismo, uma vez que seu filho, Bento, era uma delas. Crescente, a comunidade já resultou na capacitação gratuita de 50 pessoas e no fortalecimento de uma importante rede de apoio.
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Fotos: Divulgação
Nomeado dessa maneira após uma borboleta azul – símbolo do autismo – ter sido encontrada junto de Bento pelos bombeiros – o projeto, ao longo dos últimos meses, tornou-se um canal de ajuda tanto para os que nele atuam enquanto voluntários, quanto para os que têm sido beneficiados pelas ações realizadas. Entre maio e dezembro, foram conduzidas as aulas de capacitação da primeira turma de pais e responsáveis por pessoas com autismo.
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“Concluímos o curso com cerca de 50 pessoas e foi uma experiência muito boa. Contamos com profissionais bem capacitados seja em formação em autismo ou então na experiência de lidar com crianças autistas”, pontua Alessandro. Para 2023, a intenção é promover uma segunda turma do curso e, ao mesmo tempo, trabalhar em atividades que se relacionem de maneira mais direta com as crianças. “Passos firmes, mas constantes”, descreve ele.
Uma importante rede de apoio
Imediata, a rede de apoio que se construiu ao redor de Alessandro após os eventos de 15 de fevereiro tem sido fundamental para sua recuperação. No Borboleta Azul, além de um núcleo constituído pelo petropolitano, pela psicóloga que acompanhava seu filho, Ana Paula Costa, e por mães de autistas – Bete, Bianca e Rafaela – as ações contam, ainda, com o auxílio de familiares, moradores e empresas cujo engajamento com a causa é o que a move.
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Alessandro, que há duas semanas voltou a lecionar após um período de um ano de licença, exprime sua gratidão a todos aqueles que o mantiveram motivado nos últimos meses, a começar pela comunidade dos quadrinhos, no YouTube. Nesse mesmo período do ano passado, a união daqueles que acompanham o canal Ministério dos Quadrinhos – de autoria de Alessandro – causou uma mobilização nacional em prol de sua recuperação.
Um dos principais alicerces do professor, o grupo colaborou com ele a partir do envio de mensagens de apoio, orações, novos inscritos em seu canal e também por meio de contribuições financeiras. Em dezembro passado, Alessandro retomou a postagem dos vídeos: mais um passo rumo ao seu reequilíbrio. “Foi algo que demorei a fazer. Minha psicóloga vinha recomendando que eu voltasse porque me faria bem. Foi muito legal ver a reação do pessoal”.
Para este ano, a intenção é consolidar o retorno do canal com a postagem dos vídeos e realização de lives e, assim, retribuir a solidariedade recebida na época. “Eu não tinha vontade de fazer muita coisa, mas eles foram tão legais comigo que esse foi um dos motivos que me fizeram querer voltar. A comunidade foi muito bonita”. Aqueles que desejarem participar e apoiar os planos futuros de Alessandro podem o fazer das seguintes formas:
– pelo YouTube, no canal Ministério dos Quadrinhos, disponível clicando aqui;
– pelo projeto Borboleta Azul, tornando-se um apoiador, voluntário ou então divulgando as ações.
Os meios de contato do projeto são: Instagram @projeto.borboletaazul, Facebook – Projeto Borboleta Azul e e-mail projborboletaazul@gmail.com
Foto: Divulgação
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