Projeto oferece atendimento psicológico a preços baixos para petropolitanos

Três anos da pandemia da covid-19, somados à tragédia climática de fevereiro de 2022, impactaram negativamente a saúde mental de muitos petropolitanos. Pensando em tornar o cuidado psicológico mais acessível, um grupo de psicólogos de Petrópolis se uniu no projeto “Terapia para Todos”, que oferece pacotes de consultas por valores simbólicos.

Há opções mensais a partir de R$ 100, que dão direito a quatro atendimentos por mês (R$25 por sessão). Para isto, é necessário ter sido atingido pela tragédia, estar em processo de luto, ser enquadrado em baixa renda pelo CadÚnico, ter doença crônica ou ser maior de 60 anos. Também há pacotes para quem não se encaixa em nenhuma dessas situações.

Foto: Ilustrativa / iStok

Inscrições

Os atendimentos ocorrerão de forma on-line pela plataforma do Google Meet e podem ser transferidos para o modo presencial. As inscrições devem ser feitas por este link.

Comprovação

A psicóloga organizadora da ação, Luziane Rodrigues, explica que, para participar dos pacotes promocionais, os pacientes devem enviar para o e-mail terapiaparatodos.psicologia@gmail.com pelo menos um dos seguintes documentos:

• Laudo de vistoria do imóvel na Defesa Civil
• Inscrição no CadÚnico demonstrando vulnerabilidade social

“Em ambas apresentações solicitamos possíveis laudos, encaminhamentos ou receituário comprovando a necessidade terapêutica. Lembrando que todos os participantes são pessoas que estiveram de alguma forma envolvidos com a tragédia de Petrópolis ou tiveram sofrimentos psíquicos na pandemia”, comenta.

Pagamento

Após toda a inscrição e contato dos psicólogos responsáveis, o pagamento poderá ser efetuado através de PIX ou depósito bancário. De acordo com Luziane, o valor simbólico é cobrado pois, muitas vezes, a gratuidade elimina o comprometimento dos atendidos no processo terapêutico.

“Importante lembrar que o papel do psicólogo é criar uma facilitação para que a pessoa verbalize e tenha consciência de si mesma. Sua função não é a de dar conselhos e sim, percepções e caminhos de acordo com a situação”, aponta.

Impactos da tragédia

Luziane atuou por 3 meses em abrigos durante as tragédias do ano passado. Neste processo, conheceu diversas famílias com o psicológico adoentado que, após serem direcionadas para uma nova moradia, não mantiveram o acolhimento psicológico.

“Algumas foram separadas de seu convívio com o núcleo parental existente há décadas, pessoas que perderam a identidade e o vínculo com o endereço destruído e passando por um grande desafio em recomeçar do zero”, conta.

Essa situação motivou ela e outros profissionais a tornarem os atendimentos mais acessíveis para quem não pode pagar os valores normalmente cobrados, desmistificando a ideia de que cuidar da saúde mental é só para ricos.

“Nossa existência depende de uma relação equilibrada entre mente e corpo. Por isso o cuidado com a saúde mental é fundamental para a qualidade de vida e prevenção de doenças”, finaliza.

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