Alunos de escola pública de Petrópolis passam para semifinal de competição nacional
Estudantes do CIEP Cecília Meireles, em Corrêas, ficaram entre as 100 melhores equipes do Brasil na disputa do Desafio Liga Jovem. Eles desenvolveram um aplicativo para ajudar os alunos a recuperarem a motivação nos estudos pós-pandemia
Alunos do CIEP Cecília Meireles, em Corrêas, ficarem entre os 100 melhores na disputa do Desafio Liga Jovem, do Sebrae. Como resultado positivo obtido na competição, os jovens petropolitanos seguem para as semifinais, que ocorrerão em março deste ano, dos dias 20 a 25, em São Paulo.
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O Liga Jovem é a maior competição de empreendedorismo na escola do Brasil. A equipe do Cecília Meireles é a única de Petrópolis a ter conseguido se classificar para a próxima fase.
Durante a semifinal, disputada pelas 100 escolas, as seis equipes vencedoras ganharão, como premiação, uma viagem para Madrid, na Espanha, em um tour de até dez dias por centros de inovação, ainda nesse ano.
O projeto
A ideia da equipe petropolitana é o Condor, um aplicativo para ajudar os jovens a recuperarem a motivação para os estudos, abalada principalmente durante a pandemia, por conta da suspensão das aulas e do convívio escolar.
O aplicativo funciona de maneira simples: a ideia é “virtualizar” o espaço da instituição de ensino. Por exemplo, tudo que há dentro da escola, seja um clube de cinema ou jornalismo, seria adequado ao ambiente virtual, aproximando o estudante ainda mais das atividades extracurriculares.
Vale destacar que a iniciativa ainda está em fase de desenvolvimento, existindo um protótipo, mas nada disponíveis ainda virtualmente.
“Queremos simbolizar que a escola, que é um ninho, precisa preparar os alunos para o voo, como condores. É só através do estudo que o jovem vai longe”, afirma Paula Vaz, orientadora dos jovens estudantes.
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“O processo começou em outubro e em janeiro já tivemos o resultado. Ver a evolução dos alunos foi incrível. Tivemos oficinas e mentorias que ajudaram bastante”, comenta.
Para incentivar os alunos a participarem, o aplicativo vai ganhar com um ‘rankeamento’ de perguntas. Quanto mais perguntas fizerem, mais posições irão subir na classificação nacional.
Todas essas funcionalidades garantem não só o aprendizado dos jovens, mas também a socialização a partir da interatividade.
Equipe busca patrocínio
Atualmente, a equipe do Cecília Meireles está buscando patrocinadores para a produção das seis camisetas, que devem ter a identidade visual do time. Para a disputa em São Paulo, a ajuda é importante, principalmente para a apresentação diante da banca. Além disso, o grupo também aceita ajuda pela chave pix paulavaz@yahoo.com.
Os jovens estudantes
A orientadora explicou que a classificação não é surpresa, dada a atuação dos alunos desde a 1ª série. Paula conta que os estudantes são realmente diferenciados, principalmente na criação do aplicativo, que visa o bem geral.
“Eles sempre pensam no coletivo, isso que os torna tão especiais. Essa preocupação com o outro, a maneira que enxergam a escola como um lugar de acolhimento. Isso é sensacional. Ser a orientadora deles é um motivo de orgulho. Foram 1200 equipes inscritas e eles conseguiram. Isso representa muito para a escola e a cidade”, explica.
Paula acredita que o fato de estarem nas semifinais já seja uma grande vitória, mas garante que o grupo fará o melhor para estar entre as seis melhores equipes, apresentando um trabalho digno e com objetivo de melhora social.
A aluna Maria Beatriz Costa contou que todos os membros da equipe estão nas nuvens e que a dedicação e esforço valeram a pena.
“Quando saiu o resultado ficamos incrédulos. Eram muitos escolas. Como somos de escola pública, é mais difícil, mas sempre tivemos o apoio da professora Paula que nunca deixa a gente desanimar”, comentou Maria Beatriz.
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O que é o Desafio Liga Jovem?
É uma competição entre equipes de estudantes entre o 9° ano do Ensino Fundamental e 3° ano do Médio de todo o Brasil, com o desafio de resolver um problema das suas escolas e/ou comunidades. No caso da instituição de ensino de Petrópolis, a busca foi por solucionar o problema dos alunos em relação a falta de motivação escolar.
A resposta deve ser transformadora e utilizar algum tipo de tecnologia como um aplicativo, site, jogo eletrônico, redes sociais, plataforma ou outras tecnologias.