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[Entrevista] Você conhece os significados por trás dos brasões da época do Império no Brasil?

História

[Entrevista] Você conhece os significados por trás dos brasões da época do Império no Brasil?

Confira a entrevista realizada pela Sou Petrópolis com o setor de Museologia do Museu Imperial e descubra!

Arte que estuda a origem, evolução e significado dos brasões, a heráldica permite conhecer detalhes sobre o cenário vivido à época da criação dos emblemas e a distinção entre grupos sociais na sociedade. Pautada pelos detalhes, a área pode ser explorada pela visão de especialistas, e foi por isso que, em entrevista com Ana Luísa Camargo, museóloga do Museu Imperial, a Sou Petrópolis foi capaz de tirar algumas das principais dúvidas sobre o tema.

Confira o resultado da conversa repleta de curiosidades abaixo!

Sou Petrópolis: Quais são os principais simbolismos retratados no brasão do Império no Brasil? Você pode destacar alguns dos principais detalhes e seus significados?

Ana Luísa Camargo: No brasão do império o fundamental é o ramo do café à esquerda, e de fumo à direito ladeando o próprio escudo. Um escudo inglês. O fundamental é exatamente a economia do Brasil, calcado nesses dois elementos. Em cima a coroa de Império, no meio as 27 estrelas que são as províncias brasileiras e a esfera anilar que é um instrumento astrológico que representa o mundo.

Foto: Pinterest/Brazilian Royalty

Sou Petrópolis: Cada membro da família tinha seu próprio brasão? Como era essa dinâmica naquele período?

Ana Luísa Camargo: Cada um tem a sua. Você pode ter a sua individual e a da família, que a gente chama de brasões acostados. Um exemplo bem claro é do casamento da Princesa Isabel com o Conde D’Eu. Antes ela tem o seu brasão, a partir do momento em que ela casa, você junta um com o outro e na base une uma ponta a outra. São brasões acostados, brasões de casamento em que duas famílias são unidas.

Na imagem, botões de punho da farda da guarda de archeiros em serviço no casamento da Princesa Isabel e Conde D’Eu. Foto: Dargent Leilões

E outra situação interessante é que a linha que a gente tem de títulos nobiliárquicos é de barão, visconde, conde, marquês e duque, que é o mais alto. E às vezes você encontra um prato com o brasão do barão X. Aí ele recebe o título de visconde e manda fazer um outro serviço ou correspondência já com o título de visconde. Ou seja, pode haver o caso de uma mesma pessoa ser detentora de mais de um título nobiliárquico.

Sou Petrópolis: Nos filmes e seriados, é muito comum que as famílias da nobreza sejam identificadas por seus brasões. No Brasil, quais eram as principais famílias nobres e seus brasões?

Ana Luísa Camargo: Na época do Império, as famílias que detinham brasões, naturalmente, eram importantes. Todo mundo que era barão, conde e visconde tinha a sua importância na Medicina, Indústria, nas fazendas. Todos que ganham um título concedido pelo imperador têm o seu papel. O Caxias, por exemplo, é o único duque do Brasil, que é o título mais alto depois do imperador. Nem ao Conde D’Eu que vai a Guerra do Paraguai é concedido o título. Agora você tem outros que estão próximos da família e que tem títulos pelo serviço prestado à família.

Na imagem, o Duque de Caxias. Foto: Reprodução/Gestão Educacional

Sou Petrópolis: Naquela época, onde podiam ser vistos os brasões no cotidiano? Eles eram estampados em trajes?

A gente pode ver os brasões muito em serviço de jantar; aparelho de jantar. Você coloca nos copos, nas cartas, nos talheres, nas correspondências. Pode ver até nos aneis, principalmente dos barões, condes e viscondes. A gente chama das armas deles ou brasões. No Museu a gente vê muito em toalha, correspondência.

Foto: Reprodução/Alberto Lopes Leiloeiro

E aí, entre as curiosidades apresentadas aqui, qual mais te surpreendeu ou interessou? Conta pra gente nos comentários =)

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