Protetores de animais vivem o drama da falta de apoio em Petrópolis
Situação foi agravada depois das tragédias e alguns protetores chegam a dividir a própria comida com os animais
Os protetores de animais estão vivendo momentos difíceis nesse início de 2022. Após as tragédias de fevereiro e março, muitos animais acabaram ficando sem lar, o que aumentou a necessidade de abrigos e de apoio financeiro para as ONGs continuarem a realizar suas atividades.
Foto: Arquivo Sou Petrópolis
Desde casos de falta de ração a precisar dividir a própria comida com os animais, a situação relatada por quem trabalha nas Ongs é crítica. Eles enfrentam também dificuldades em manter os locais usados como abrigos, dada a crise financeira vivida pelo município, mas, para eles, abandonar os bichos resgatados não é uma opção.
Beatriz Nogueira é protetora de animais e disse que são muitos os desafios para exercer o trabalho sem apoio do município.
“Nós, da proteção animal, estamos muito largados. Somos independentes, então ajudamos com a ajuda de outras pessoas, mas não temos como sustentar os animais da cidade inteira. Não dá para ficar dando murro em ponta de faca. As autoridades poderiam estar fazendo alguma coisa. os protetores e amantes dos animais estão lotados e sem recursos, deixando de comer para dar aos animais. Precisamos de parceiros e empresários caminhando conosco e precisamos, mais do que nunca, de politicas públicas”, disse a protetora.
Segundo Beatriz, os protetores precisam de uma casa de passagem, feiras de adoções, cadastro de lares temporários. Ela cobrou também mais organização e criticou a falta de estruturação da Cobea. “É triste termos um órgão que atualmente só serve para fiscalizar. Tenho ciência de vários casos não resolvidos por eles, onde os animais continuam em sofrimento. E não culpo o órgão em si, mas sim quem o fez mal estruturado“, disse.
Questionada pela Sou Petrópolis, a prefeitura informou que a Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cobea) está empenhada em apoiar os protetores. Uma das iniciativas da Cobea, segundo o município, é a organização da feira de roupas e objetos usados realizada nos fins de semana na Praça Alcindo Sodré (esquina das ruas do Imperador e Paulo Barbosa), Centro. Na feira, os protetores cadastrados na coordenadoria podem realizar vendas e gerar recursos para cuidar dos animais acolhidos.
A Prefeitura disse ainda que a Cobea está trabalhando em quatro frentes de atuação: fiscalização de maus tratos a animais; apoio a tutores que, com seus animais, foram vítimas das catástrofes climáticas de fevereiro e março; acompanhamento dos animais abrigados em lares temporários; e promoção de campanhas de adoção, em parceria com ONGs e protetores independentes.