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“É viver um dia de cada vez”: comerciantes relatam mudanças na rotina para evitar novas perdas

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“É viver um dia de cada vez”: comerciantes relatam mudanças na rotina para evitar novas perdas

Instalação das comportas e recolhimento de parte das mercadorias é parte do dia a dia dos lojistas

Dois meses após as chuvas do dia 15 de fevereiro, o município de Petrópolis vive com base em uma nova rotina. Quando há previsão de chuva, os compromissos são cancelados e as ruas, praticamente, evacuadas. Nas lojas, as comportas são de lei e, junto delas, a realocação de parte das mercadorias para evitar novas perdas. A pequenos passos, o comércio caminha um dia de cada vez.

Foto: Alice Lobo

Basta a chuva começar a cair para o coração do petropolitano bater mais forte. Em estado de alerta, a população faz o que pode para evitar novos prejuízos após as duas últimas grandes enchentes que, separadas por pouco mais de um mês, mal deram tempo para os moradores respirarem. Idealizadora e proprietária da loja Pequenos Travessos, a comerciante Rosane Ferreira fala sobre o novo dia a dia vivido no segmento.

“É viver um dia de cada vez. Um dia a gente está bem, no outro tem uma recaída, mas aí me vem uma força interna que me diz para ser forte e acreditar”, expressa Rosane. Diária, a luta consiste em ser forte para si mesmo e para os outros, já que o empreendimento representa a sua fonte de sustento e a de várias outras famílias que com ela colaboram. Nos momentos difíceis, o apoio da população é o que lhe dá forças.

“Estou buscando forças aonde eu posso. Com os meus funcionários, família, clientes que falam para não fechar”. Para quem teve o negócio diretamente afetado, a ferida da tragédia permanece aberta e recente. Com a liberação gradual do crédito pela AgeRio, o comércio ganha fôlego, mas sem abrir mão dos cuidados. No caso de Rosane, todos os dias, às 18h30, um novo hábito foi incorporado à rotina da loja.

“Nesse horário a gente sobe um metro e meio de mercadoria para o estoque. O que a gente tem está na loja. É pouco, mas a gente não pode perder. A gente espera que o governo faça sua parte. Os bueiros do Centro ainda estão entupidos”. Um pouco adiante, quem também observa uma mudança no dia a dia das lojas é Átila Rodrigues, proprietário do quiosque de livros do Conjunto Comercial Marchese.

Quando a chuva aperta, Átila remove os livros das prateleiras mais baixas e, ao seu redor, nota a adoção de medidas preventivas nos estabelecimentos que o cercam na galeria. “Na parte debaixo da loja eles tiram praticamente tudo: bolsas, roupas. Colocam tudo para cima. A gente vê no semblante que não só o lojista, mas o cliente também fica alerta”.

Também motivado pelos moradores e clientes que prestigiam a compra no local, Átila destaca algumas das palavras de incentivo recebidas pelos fregueses. “As pessoas têm visitado bastante. Parado. Doado. E elas falam para ter força, continuar e não desistir”. Ainda que a pequenos passos, a torcida é justamente essa: de que o comércio, com o apoio do governo e da população, possa se reerguer.

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