[PersonalidadesPetropolitanas] Conheça a história do senhor que vende aipim em Petrópolis há quase 50 anos
Uma história escrita na terra e em família
Com um vozerão inconfundível e mercadorias tão marcantes quanto seu “autofalante interno”, há quase 50 anos Petrópolis conta com o carisma e os produtos do senhor José Carlos Lino de Souza, de 64 anos. Na décima edição da série #PersonalidadesPetropolitanas, conheça a história do “moço do aipim”, que desde meados dos anos 80 divide com os petropolitanos uma boa parcela dos produtos que planta e colhe em família.
Na imagem, José Carlos acompanhado do filho Douglas. Foto: Divulgação
Nascido e criado em Piabetá, José Carlos cresceu num sítio junto dos pais e dos irmãos em Pau Grande. Com o avançar da idade dos pais, ele não teve outra alternativa a não ser sair do emprego que tinha para também trabalhar nas plantações e evitar que as terras da família fossem vendidas. E assim o fez. Passadas décadas, não tem quem não o conheça por seus produtos, que vão do aipim ao quiabo, jiló, milho verde, batata doce, feijão de corda e palmito.
Fotos: Divulgação
Com 13 irmãos, José Carlos explica com orgulho que, assim como ele, todos os irmãos vivem do que é cultivado no sítio. “No sítio o que a gente planta é o que a gente gosta de fazer. Cada um tem a sua parte aqui e eu mesmo criei meus três filhos vendendo aipim aí em Petrópolis”. Há quase 50 anos numa rotina dividida entre Magé e Petrópolis, o vendedor encontrou na Cidade Imperial clientes e, principalmente, amigos.
Foto: Divulgação
Seu primeiro contato com a cidade se deu lá atrás, em meados dos anos 80, quando trabalhou como chefe de cozinha da fábrica da Fleischmann Royal. Quando os colegas souberam que a família de José Carlos tinha sítio, foi questão de tempo até que passassem a adquirir e consumir o aipim da casa: costume que, rapidamente, foi difundido na cidade, por onde o vendedor passa de terça a sábado, indo da Mosela ao Serrano, Vila Felipe, Bataillard e Alto da Serra.
“Comecei a vender para quem trabalhava comigo na fábrica. Primeiro dia levei um saco fechado de 70 quilos. Teve briga, aí no segundo dia levei dois sacos. Sempre levei no ônibus, aí há uns 10 ou 15 anos adquiri o carro”. De porta em porta, José Carlos mantém a tradição entre os clientes e, de uns tempos para cá, também em família, uma vez que o ofício já tem sido passado para seu filho, Douglas, que o acompanha nas vendas.
Iniciado por seus pais, o hábito de cultivar e colher em família tem sido mantido por José Carlos e os irmãos, que sempre que podem trabalham no sítio junto dos filhos e netos. “Domingo mesmo estava todo mundo aqui plantando aipim, quiabo, inhame e milho verde”. “Moço do aipim”, José Carlos também é o senhor do carisma e da qualidade. Afinal, toda semana são de 15 a 20 caixas, com 30 quilos cada, de mandioca vendidas somente em Petrópolis.
Foto: Divulgação
“O aipim é bom. É show!”, admite José Carlos. Tradição mantida pelo paladar dos petropolitanos, aos que ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-lo e comprovar sua fama, o vendedor aceita encomendas pelos telefones (21) 98738-2151 e (21) 98619-2603.
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