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Associação Petropolitana de Surdos reivindica direito à acessibilidade de informações sobre a Covid-19

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Associação Petropolitana de Surdos reivindica direito à acessibilidade de informações sobre a Covid-19

Em tempos que a informação se faz tão necessária, membros da Associação Petropolitana de Surdos (APES) reivindicam à prefeitura o direito à acessibilidade em Libras. Sem um intérprete traduzindo o que é dito nos vídeos e lives sobre a Covid-19, pessoas com deficiência auditiva são privadas de se informarem em tempo real.

“A Comunidade Surda de Petrópolis não está recebendo informações importantes sobre as ações municipais contra o coronavírus, porque a prefeitura não faz informativos em Libras. Já mandamos e-mail, mas o problema ainda não foi solucionado”, disse Luciane Cruz, presidente da APES.

Foto Ilustrativa

Em resposta à reivindicação, a prefeitura disse que toda comunicação sobre o coronavírus é realizada, também através de texto, no site e nas páginas oficiais de suas redes sociais.

“As informações são disponibilizadas através de texto escrito e por desenhos (cards e gráficos). Além disso, a assessoria de comunicação da prefeitura faz ampla divulgação sobre as ações relacionadas do combate ao coronavírus com o envio de releases para toda a imprensa da cidade sobre o trabalho realizado. Essas matérias também ficam disponíveis na internet (www.petropolis.rj.gov.br). Vale ressaltar que o número de vídeos divulgados na página da prefeitura é ínfimo e, mesmo assim, essas publicações são acompanhadas por um texto informativo”, disse em nota.

De acordo com a presidente da APES, a prefeitura conta três intérpretes em seu quadro de funcionários, sendo dois da Secretaria de Educação. “Como as escolas estão paradas, sugerimos o empréstimo desses intérpretes. Assim não seria necessário se quer contratar um especialmente para isto”, justifica Luciane.

Foto Divulgação APES

“Os surdos se sentem à parte, pois dependem da boa vontade dos intérpretes e voluntários. A prefeitura alega que tem os informativos e os gráficos no site e nas redes sociais. O problema é que grande parte dos surdos de Petrópolis, porque não tiveram uma educação inclusiva, não consegue entender o português, então para eles é muito difícil ler”, explica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Petrópolis tem 14 mil surdos e deficientes auditivos, resguardados pela lei 10.098/2000, que garante acessibilidade à comunicação a todos eles.

“Mesmo se fossem só cinco pessoas surdas em Petrópolis, elas teriam direito à informação. São pessoas que, em um tempo onde a clareza de informações salva vidas, ficam à parte, e muitas vezes colocam suas vidas em perigo”, finaliza a presidente da APES.

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